coincidência

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Coincidência
co.in.ci.dên.ci.a
significado: igualdade, identidade de duas ou mais coisas; realização simultânea de dois ou mais acontecimentos; simultaneidade; ocorrência de eventos que, por acaso, se dão ao mesmo tempo e que parecem ter alguma conexão entre si.

Capítulo XX.

O coração de Jungkook apertou em resposta aos batimentos que se aceleraram. Engoliu em seco e sentiu sua garganta fechar. Olhava o garoto atentamente, esperando alguma expressão negativa – ou positiva – em reação ao que ouvia no celular, porém nada foi exposto. Era agoniante.

Lembrou de seu sonho.
A mãe de Park, na vida real, não iria tirar o baixinho dele, certo?

— Eu não estou em Seul no momento, mãe. Estou viajando com um amigo.

Amigo?
Jungkook conhecia o corpo de Jimin muito bem para ser só um amigo.

— Foi uma viagem de última hora, mas eu não estou fora da Coreia, estou em uma ilha. Chique, né? – Sorriu, acalmando, de certa forma, Jeon, pois indicava que a conversa estava fluindo bem.

É, fluindo bem porque o fato de estar namorando um mafioso foi ocultada.

— Claro, provavelmente segunda eu estarei de volta. Podemos sair pra jantar na segunda mesmo. Ou terça? – Pausa. – Certo, eu também prefiro segunda. Beijo, mamãe.

Ligação encerrada.

— Amigo? – Perguntou, enquanto pegava uma toalha branca e enrolava na própria cintura, olhando o menor.

— Ei... você não vai ficar chateado com isso, né? – Fez o mesmo ato que o tatuado.

— Não, só achei irônico. – De fato, tinha achado mesmo, mas também estava chateado. – Encheu tanto o saco para a gente namorar e agora me esconde dos outros. – Saiu da sauna para seguir em direção a casa, deixando o garoto para trás. O ego de JK estava ferido.

Jimin se sentia culpado, entretanto ele não era assumido. O que poderia fazer? Com a sua mãe não seria como foi com o Taehyung, que sentou e contou tudo de uma vez. Ele iria precisar de uma preparação e, de qualquer forma, o fato de ele ser líder de uma gangue nunca seria revelado.

Jungkook já imaginava que ele não era assumido, mas se achava um homem tão incrível que simplesmente não merecia ser um fato escondido. Ele era dono de uma das empresas mais famosas e influentes do mundo todo, líder do mercado coreano de jóias e fazia mais caridade que muitos outros empresários. Ele era o sonho de qualquer sogra.

— Eu vou contar sobre você, só que pessoalmente. – Declarou quando entrou no banheiro, observando Jungkook tomar banho.

— O mínimo. – Ouviu o ex-policial respirar fundo, então o olhou. – O que foi?

— Você agindo como se fosse fácil explicar para minha mãe que eu sou gay, só que não é fácil! Não vai ser fácil explicar que eu não trabalho mais como policial. Não vai ser fácil arrancar uma reação boa dela. Se para você é fácil ficar aí dando piti por ego, sem se preocupar em contar para seus pais e-

Ao ver o olhar mesclado de decepção com reprovação que recebeu do mais velho, calou-se. Ele sabia, tinha falado merda.

— Vem aqui, Park. – Chamou com o dedo, virando de costas. O tom de voz estava carregado de magoa e de raiva. – Está vendo essa tatuagem aqui? – Era uma tatuagem imensa de dragão. – Eu fiz para tampar as cicatrizes que meu pai fez em mim. Ele me viu beijando um garoto e me deu uma surra tão forte, mas tão forte, que sangrou. Depois que ele soube que eu era bissexual, começou a me perseguir – Mostrou a perna lotada de tatuagens. – e queimava bitucas de cigarro na minha coxa. Inclusive, eu comecei a fumar para tentar ter a visão do cigarro de algo que me acalma, não que me lembra dor.

ESTRELA | pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora