ESTRELA | pjm + jjk

lutar

Lutar
lu.tar
significado: enfrentar em corpo a corpo (um adversário) visando obter vitória; opor-se a (alguém, um grupo) com determinação para impor sua supremacia, fazer prevalecer seus interesses, vontades, ideias; despender esforços para superar, vencer, alcançar (algo).

Capítulo XXIV

Lutar ou fugir?

Quando sentimos medo, nosso cérebro faz esse questionamento, tentando analisar se, em situações de perigo, devemos enfrentá-las ou ir para longe. Em paralelo dessa reflexão, o cérebro libera cortisol, adrenalina e noradrenalina, consequentemente causando sintomas físicos, como aumento dos batimentos cardíacos, causando suadouro e a sensação de desespero.

Agora, quando você conta uma mentira, você está lutando ou fugindo?

Na psicologia, a mentira é diretamente ligada ao medo, pois equivale a não lidar com o problema; é a procura por uma alternativa, geralmente para preservar a aceitação, tanto social quanto individual, um laço pessoal ou uma reputação. A fuga.

Em analogia a isso, pode-se citar quando uma pessoa está em um relacionamento, trai e não conta ao parceiro. O ato de ela não contar está diretamente ligado ao medo de perder a pessoa da sua vida.

A mentira é uma arma para o egoísmo, porém não necessariamente o egoísmo vai ser munição para a mentira.

Jungkook era, até conhecer Jimin, muito egoísta, mas nunca foi mentiroso. Detestava mentiras e sentia nojo de quem as contava. Em sua visão, era uma das coisas que não mereciam perdão, pois mentir era uma forma de traição. Jungkook também odiava traições.

Por isso, estava sentado em um canto do imenso estacionamento lotado de pessoas e carros de luxo, com o barulho dos motores prontos para correrem em altas velocidades ecoando em meio a música alta. Entre os dedos, um cigarro mentolado, impregnando o cheiro de nicotina na pele. Estava pensativo, porque sentia que algo estava errado. Sabia que muita coisa estava acontecendo bem embaixo do próprio nariz.

Sinceramente, isso era o que mais estava o deixando irritado: tudo estar acontecendo embaixo do seu nariz.

Nunca havia sido traído antes. Tinha batalhado muito para ter todo poder que havia conquistado, principalmente o respeito. Cada integrante de sua gangue era escolhido a dedo. Cada parceria era analisada friamente. Cada passo era planejado. Então, onde as coisas começaram a dar errado?

Tinha total consciência que, talvez – mesmo que a chance seja mínima –, Jimin poderia estar enganado. Muitas pessoas queriam o ver morto, logo, por quê, entre todas essas, quem havia lhe dado o tiro, ou pelo menos ajudado, era um impostor? Ele realmente estava convivendo com um traidor, mesmo sendo a coisa que mais desprezava?

Irritado, queimou a bituca de cigarro no chão e passou as mãos pelo rosto, se levantando para trocar a posição, desta vez ficando encostado na parede acinzentada. Já haviam se passado algumas horas desde o diálogo com a garota de cabelos negros, onde, durante esse tempo, revisou pelo celular cada nome dos membros da sua gangue, cada histórico e cada entrada. Estava encucado, mas se sentia cego.

A região do tórax doía muito. Provavelmente o estresse que estava passando estava comprometendo os resultados do pós-operatório. De qualquer forma, tudo que fazia sobre isso era fumar descontroladamente. Inclusive, nesse meio tempo, já havia fumado um maço e meio.

Irritado pelo tabaco ter acabado, resmungou enquanto pegava o aparelho celular, checando a hora. Já era de madrugada.
Colocou as mãos dentro dos bolsos da calça e começou a caminhar em direção ao seu carro. Sempre guardava um maço reserva no porta-luvas de todos os carros que tinha na garagem do seu prédio.