impostor

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Impostor
im.pos.tor
significado: que ou aquele que demonstra ou pratica impostura; que ou quem se aproveita da credulidade e da ignorância de outrem para ludibriá-lo; mentiroso, hipócrita.

Capítulo XXII.

Uma das substâncias mais importantes para o nosso corpo é a adrenalina. A adrenalina precisa de um estímulo para ser liberada e, geralmente, é quando sentimos que estamos em perigo. Palidez, batimentos acelerados, pupilas dilatadas, respiração ofegante e perda de noção de espaço ou tempo são alguns dos sintomas que a liberação dessa substância causa. Sua ação no corpo humano é tão fascinante que uma pessoa que sofreu um acidente de carro gravíssimo, com várias lesões, pode não sentir nada, nenhuma dor – de forma temporária –, graças a adrenalina.

Essa reação no corpo humano pode dar a sensação de que está tudo bem, que é temporário e que logo mais você estará dando um abraço na sua família ou tomando um sorvete. Enquanto você está no leito do hospital lutando para estar vivo, fora da sala estarão os médicos analisando se você irá sair com vida dessa e, caso contrário, como contarão para a família. A adrenalina não permite ter noção da gravidade da situação.

Caso a pessoa acabe indo a óbito, existe todo um protocolo a ser seguido: tomar cuidado com as palavras, porém garantir que seja direto e claro, ou seja, nada de "ele foi dessa para melhor". Para confortar a família, sempre será dito um "meus pêsames" ou "fizemos tudo que podíamos". Um abraço é bem vindo, pois a família em questão estará desamparada.

Quando uma pessoa morre, sempre pensam em como a família dela ficou com a perda, mas como fica a pessoa que morreu? Como ela ficou até chegar no seu último segundo de vida? A sua última respiração foi difícil? Ela ficou com medo? Qual foi a última coisa que ela pensou?

Quando Jungkook retomou a consciência, a primeira coisa que viu quando abriu os olhos foram vários médicos ao seu redor. Eles falavam entre si e perambulavam de um lado para o outro dentro da sala de trauma. A luz branca, forte, ia contra seus olhos. Ele não conseguia falar pelo tubo em sua garganta, a entubação, porém, graças a adrenalina, não sentia dor.

Um médico chegou mais perto do seu rosto, apontando uma lanterna para sua iris, dando a entender que era para seguir a luz, então obedeceu.
Se esticou um pouco e pode ver um acesso em seu braço esquerdo, mandando soro para suas veias e, no direito, sangue.

Fechou os olhos tentando imaginar o que tinha acontecido, afinal, não sentia dor, então por que estava em um hospital? Onde estava Jimin?

Estava angustiado, se sentindo sufocado. Era agoniante não conseguir falar e agora, o pouco que ouvia, ouvia como se estivesse debaixo d'água.

— Boa noite, Sr. Jeon. Eu sou o Doutor Woobun, como está se sentindo? Pisque uma vez para ruim e duas para bem. – Duas piscadas. – Ótimo. Sabe por que está aqui? – Três piscadas. – Três piscadas? Vou entender isso como um mais ou menos. Bem, você está aqui porquê foi baleado e, pela demora para vir até aqui, perdeu muito sangue, consequentemente sua pressão caiu e descompensou o ritmo dos batimentos cardíacos. O seu caso é grave, pois a bala está alojada perto do coração. Todavia, por incrível que pareça, você é um homem de sorte, porque se tivesse sido um pouco mais para a direita, você teria morrido na hora. – Ele sorriu.

Era para Jeon estar feliz? Ok que ele poderia ter morrido, mas ainda tinha uma bala em seu peito.

— Você vai precisar de cirurgia para retirar a bala. Seu marido já assinou o termo de autorização – Marido? Ah... quem dera Jimin já fosse seu marido. Ele ainda iria ser. –, porém, por questões éticas, eu vou perguntar para o senhor também: Você consente a cirurgia? – Duas piscadas. – Ótimo, nos vemos no pós operário.

ESTRELA | pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora