podridão

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Podridão
po.dri.dão
sentido figurado: estado que revela completa perda de senso moral, da honestidade, da honra, desmoralização, corrupção.

⚠️ aviso: este capítulo aborda conteúdos sensíveis que podem acarretar gatilhos como: assédio, drogas e violência.

Capítulo XIII.

— Quero, mas eu ainda não esqueci o que você fez, Jeon. – Jimin respondeu simples, se sentando no sofá. Olhou o maior à sua frente com uma expressão vazia, deixando explícita a mágoa que corroía seu peito pelas palavras cruéis que ouvira.

— Qual é? Vai querer voltar a discutir? – Os olhos de írises âmbar se arregalaram e os braços cobertos de desenhos se cruzaram.

— Claro que não, mas eu espero que você entenda que eu não sou um qualquer, que você pode cuspir as palavras sem nem pensar nas consequências, esperando que eu esqueça e comece a babar seu ovo. – Se levantou outra vez, parando frente a frente com o homem de cara fechada, também cruzando os braços. Jimin não se sentia intimidado pela diferença de altura. – Aliás, muito pelo contrário. Quanto mais palavras sem pensar você depositar em mim, mais irá me perder. Então eu espero que você comece a se colocar mais no meu lugar e entenda meus sentimentos.

— E eu espero que você faça o mesmo. – Alfinetou.

Aquela conversa estava tensa. Ambos estavam na defensiva e com sangue no olhar.
Nem parecia que a discussão havia acabado minutos atrás.

— Você já namorou antes? – Deu um passo à frente, ficando mais próximo do rapaz.

— A gente não namora, Jimin. – O tom de voz suave irritou Jimin, pois não conseguia entender o porquê do tatuado sempre precisar reforçar mais isso a cada conversa.

— A pergunta não foi essa. – Por mais que estivesse irritado, não se intimidou ou se abalou.

— Não, eu nunca namorei. Por que isso importa?

— Eu também nunca namorei e, por mais que nós não tenhamos um relacionamento oficial, nós temos uma relação, e eu espero que você aprenda a agir como tal. – Olhou nos olhos intimidadores mais uma vez, tentando transmitir o máximo de segurança que podia.

Jeon, pela primeira vez em anos, sentiu seu peito apertar. Ele não queria estar naquela situação com o loiro, afinal gostava muito do mesmo.

Quem sabe até o amasse.

Amar? Não. Jeon Jungkook não ama ninguém além dele mesmo. Amava seu filho também, porém levava a frase "eu acima de todos e ninguém acima de mim" como verdade concreta.

Todavia, não sabia como agir em relações interpessoais.
Desde pequeno nunca soube compreender seus sentimentos e administrá-los, tampouco como ter cuidado para não magoar os outros. Nunca, ninguém, teve empatia consigo, então nunca aprendeu a ter esse aspecto em sua vida; não tinha responsabilidade afetiva.

Ele só pensava em si. E achava que todos deveriam ser assim.

Tentou se aproximar do baixinho, para ver se assim acalmava os ânimos como havia feito minutos atrás. Entretanto, ao tentar pegar nas bochechas gordinhas para uma caricia, foi afastado, lhe fazendo trancar um maxilar. Em uma resposta quase imediata, ao que seu cérebro interpretou como uma rejeição, se afastou ainda mais do garoto, começando a caminhar em direção ao quarto de ambos, deixando o ex-ploicial sozinho e completamente confuso na ampla sala de estar. Seu peito doía por fazer isso, porém não sabia como lidar com aquela situação, afinal, sempre todos ficavam de joelhos aos seus pés, ignorando totalmente suas ações errôneas e atitudes ruins, e, ao ver que Jimin não estava fazendo isso, tentou amenizar a situação usando sua beleza, além do toque quente e firme. Ao não dar certo novamente, não sabia mais o que fazer. Não queria piorar a situação, então foi embora.

ESTRELA | pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora