Capítulo 7 - Sentimentos

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Ana abriu os olhos e os fechou no mesmo segundo, se assustando com a claridade. Tentou mais uma vez, os olhos se acostumando aos poucos enquanto ela se entendia onde estava.

Sentiu o calor em um lado de seu pescoço, a respiração de alguém, e o cheiro do perfume característico estava ali, lembrando Ana de algo que ela nunca iria esquecer.

_ Christian - ela sussurrou, a posição em que a cabeça dele estava, não a dava oportunidade de se mexer e constatar se ele estava dormindo ou apenas se apoiando nela.

Mas a resposta logo chegou.

_ Você acordou - ele sussurrou em alívio, logo beijando sua testa, apertando levemente a mão que ainda segurava. - Eu te amo... tanto. Nunca mais ouse fazer isso comigo, você nao pode se dar ao luxo de se machucar e me enlouquecer desse jeito - ele meio que brigou com ela e entao beijou sua testa novamente, descendo os labios por sua bochecha deixando um beijo ali.

Flash do carro derrapando na pista, muito movimento, muito barulho, vidros quebrando, buzinas altas foi tudo o que tomou a mente de Ana.

_ O que... - ela tentou falar, mas sua mente foi inundada demais para ela conseguir formular alguma coisa coerente.

_ Como se sente? Está com dor?

Ana piscou algumas vezes, ainda tentando entender onde estava.

Hospital. Aquilo era claro.

_ Estou bem... Eu acho - ela respondeu, a voz rouca com a garganta seca, finalmente conseguindo falar. - O que aconteceu?

Christian acariciou seu rosto, fazendo-a fechar os olhos por alguns instantes enquanto processava o toque suave e espontâneo dele depois de tudo.

_ Você não lembra? Sofreu um acidente de carro. Estava chovendo muito, o audi derrapou na pista... - ele contou hesitante, como se fosse difícil dizer.

E realmente era. Christian achou que fosse morrer um milhão de vezes enquanto não pôde ver Ana pessoalmente e constatar com os próprios olhos que a garota estava fora de perigo.

_ Taylor? Onde ele... como ele tá? - ela murmurou.

_ Bem, ele recebeu alta essa manhã, Gail está cuidando dele. Meses na sua casa e só ontem eu descobri que eles estão juntos.

Ana balançou a cabeça, e se arrependeu no mesmo segundo, pois doeu como o inferno. Ela fechou os olhos, levando a mão até testa, sentindo um curativo com a ponta dos dedos.

_ Pontos... Não toque, amor, pode machucar - Christian falou, segurando seu pulso com delicadeza.

Ele parecia não conseguir controlar as mãos, necessitando tocar em Ana em qualquer parte possível.

Machucar...

Ana levou a mão até a barriga então, de repente com medo da resposta para sua pergunta. Naquele momento, ela percebeu: sentia medo.

Ela nunca teve medo de coisas habituais como as outras pessoas, ela não tinha medo de rato ou barata, não tinha medo de levar um choque, não tinha medo de filmes de terror, nem mesmo tinha medo de andar sozinha a noite - não que ela fizesse aquilo, mas sabia que não tinha. Não havia medo. Ela sempre fora do tipo que se jogava em novas experiências também, então não havia o medo do novo, nao havia medo de altura, de lugares apertados, de coisas rápidas... Não havia medo.

A sensação foi nova, e veio como um baque bem em seu estômago, trazendo a bile até sua garganta, e por um momento ela pensou que fosse vomitar. Ela estava com medo por causa do bebê. Um bebê que podia não estar mais ali. E ela tinha medo que não estivesse. Ana foi tomada pela sensação, era um turbilhão.

50 Tons de Uma SteeleOnde histórias criam vida. Descubra agora