Anastasia Rose Steele é uma gênio da tecnologia moderna. Aos 23 anos é dona de sua própria empresa, controla sua própria vida e até a daqueles que a rodeiam. Filha de pais amorosos e irmã de Ian, um estilista já famoso. Aparentemente, apenas uma mul...
Estou tentando, mas continuo caindo, eu grito, mas nada funciona. Estou dando tudo de mim e eu sei que a paz chegará.
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A chuva lá fora era torrencial, mas não impedia o barulho dos carros passando pela água, as buzinas tocando sem parar.
Era Seattle, afinal.
O trânsito estava uma loucura como sempre. Que bom que ela não estava lá embaixo, naquele aglomerado sem fim. Mas logo estaria...
Ser milionária deveria compensar alguma coisa no trânsito também. Mas não. Nem mesmo ser Anastásia Rose Steele significava algo na pista.
Enfim, a chuva parecia estar diminuindo, o vidro da janela estava embaçado. As pessoas lá embaixo corriam de um lado para o outro.
— Ana - ele chamou, a voz calma e quase autoritária. Como sempre. Era algo que a incitava a falar. Falar tudo.
Mas naquele momento não. Ela estava a manhã toda enrolando. Ela não queria responder, não queria ir àquele lugar de sua mente de novo. Era algo restrito que ela queria apenas esquecer, e não visitar. Não naquele que ela sabia que seria infernal para ela.
— Eu sei que você não quer falar sobre isso, mas precisa. Estamos fazendo um ótimo trabalho - ele continuou.
Flynn era bom no que fazia, ela tinha que admitir. Foi o único quem conseguiu que ela realmente falasse. Coisa que nem sua família - em todos esses anos - haviam conseguido.
A garota olhava para o vidro, observando que gota de chuva iria ganhar a corrida... e as duas se juntaram. Suspirou e olhou para o psiquiatra.
Os olhos de um azul elétrico e penetrante, a boca absurdamente vermelha naquele batom, e a expressão séria intimidavam qualquer um, mas não o psiquiatra, não Flynn que a conhecia dos pés a cabeça, cada pensamento sombrio que já passou por sua mente, porém, ainda assim, ela sabia: nem mesmo ele a conhecia completamente.
— Já falamos sobre isso, eu já falei tudo. Por que insistir em voltar no assunto? - ela falou, a voz saindo levemente irritada.
— Porque precisamos falar sobre tudo o que te aflige...
Suspirou pesadamente.
— Minha vida seria até engraçada se não fosse trágica. Sério, eu não estou brincando. Daqui a alguns anos, quando essa besteira acabar, nós podemos sentar num dos bancos do parque e rir das coisas que já passou.
— Está vendo? Você vê além do que é hoje. Você pensa num futuro em que nada disso exista - ele disse calmamente e a garota bufou.
— Bem a sua cara fazer tudo o que eu digo, por mais absurdo que seja, virar uma coisa boa. E quer saber: o meu passado não me aflige. Não tem nada a ver - defendeu-se.
