Quatro pessoas na sala de estar, cada um numa situação diferente. Enquanto Ana tentava entender o que fazer com Daniel, Taylor tinha Raynolds e Sawyer vendo tudo pelas câmeras, tentando uma forma de entrarem despercebidos, e Christian ainda permanecia na direção da arma do ex submisso de Ana.
Era uma cena um tanto quanto perigosa, claro. Mas Ana estranhamente não estava com medo. Ela nem se lembrava da última vez que sentiu medo. Talvez quando tinha seis anos, quando ouviu seu pai gritando e quebrando coisas, quando ouviu o tiro, quando a água da banheira cobriu seu rosto, impedindo-a de respirar, quando percebeu que não teria mais sua mãe...
A morena se obrigou a parar de pensar, estava indo para uma linha perigosa de raciocínio, e sua mente era mais perigosa do que a arma que Daniel segurava, ela podia fazer mais estrago do que um tiro.
_ Eu não posso fazer o que você quer, tudo bem? Eu não posso ser... ser o que você quer - ela explicou, bom, tentou.
Daniel balançou a cabeça.
_ Mas voce disse que eu era perfeito - ele insistiu.
O objeto em sua mão balançava de um lado para o outro, as vezes ia até a própria cabeça, as vezes ele apenas deixava na direção de Christian, como se não tivesse coragem de apertar o gatilho, mas queria muito.
Nesses momentos o coração de Ana dava um solavanco e ela só queria que ela noite terminasse logo, que aquilo tudo só acabasse.
_ E você é - ela confirmou, trazendo sua atenção de volta. - Mas eu não quero alguém perfeito.
_ Ele nunca vai ser como você quer, ele nunca vai ser o suficiente.
Okay, aquilo meio que foi direto para o coração e a insegurança de Christian. Ele não precisava daquelas palavras vindas logo do ex submisso de Ana, do cara perfeito, submisso perfeito e mal equilibrado.
À sua frente, Ana suspirou.
Christian a desafiava o tempo inteiro, era rara as vezes que ele apenas fazia o que ela queria sem questionar ou bufar antes, ele era irritante para ela, mas era um irritante bom, um irritante que a deixava questionar a si mesma e gostar de coisas que ela nem sabia que podia gostar.
Ele nunca iria ser perfeito, não mesmo. Mas Daniel era perfeito e também não era para ela.
Ele precisava ficar longe de Daniel.
Daniel tinha que estar muito longe de Christian com aquela arma.
De repente, a mente de Ana foi inundada com aquilo: Christian seguro, era o que importava.
_ Quer saber? Você tem razão. Vamos conversar, okay? Lá no quarto de jogos - ela falou, e os olhos de Daniel brilharam. - Me dá isso - ela pediu, apontando para a arma. - Não vamos conversar com você segurando isso, pode acabar me machucando - falou num tom autoritário.
No mesmo segundo Daniel soltou a arma no chão, mas ela ainda estava destravada, e o baque da pistola no porcelanato foi o suficiente para disparar um tiro. Não acertou em ninguém a não ser numa das janelas blindadas, onde apenas uns arranhões foram deixados. Mas claro que Sawyer não previu aquilo, o segurança estava entrando no recinto pelas portas dos fundos, no corredor, onde não se percebia que não fora Daniel quem havia disparado. O tiro foi certeiro, disparado por Sawyer no ombro de Daniel, muito perto do coração.
Tudo ficou em silêncio, os disparos foram insurdecedores, num milésimo de segundo.
Ana se ajoelhou até Daniel, e ela não conseguiu processar se era Taylor ou Sawyer quem pressionou o ferimento enquanto o ex submisso estava deitado no chão. Tudo o que ela via era sangue. De repente tinha muito sangue. Apenas sangue. Tanto sangue quanto sua mae tinha naquela noite.
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50 Tons de Uma Steele
FanficAnastasia Rose Steele é uma gênio da tecnologia moderna. Aos 23 anos é dona de sua própria empresa, controla sua própria vida e até a daqueles que a rodeiam. Filha de pais amorosos e irmã de Ian, um estilista já famoso. Aparentemente, apenas uma mul...