"A vida não é medida pela quantidade de vezes que respiramos, mas pelos momentos que nos tiram a respiração."
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O enorme tapete azul indicava a direção ao jardim, onde seria a festa que era dada todos os anos na mansão dos Adams. Aquela era especial: era em homenagem aos novos advogados que seriam auxiliados por Carla, os novos advogados que já começaram a trabalhar com a Superando Junto. E aquilo era motivo de orgulho para todos, é claro.
Mas Ana se sentia desconfortável com toda aquela organização. Não que achasse ruim, afinal, ajudava crianças, porém, sabia que os pais criaram a Superando Junto com o auxílio da mesma. A organização tratava de crianças que foram negligenciadas pelos pais, que sofreram abusos ou qualquer coisa do tipo, crianças que sofreram um trauma tão grande que não conseguem mais se relacionar com o mundo e se fecham, e precisam do Estado para sobreviveram consigo mesmas. Seria egoísmo demais dizer com todas as palavras que toda aquela coisa se tratava de Ana, mas era a verdade. Ela sabia daquilo. A família sabia daquilo. E pior, o país inteiro sabia tambem.
Não era atoa que ela tinha que falar com Flynn três vezes por semana durante todos esses anos, e antes de Flynn houveram outros, sempre psiquiatras, sempre fazendo perguntas que ela queria esquecer as respostas.
Ana chegou ao jardim com Taylor em seu encalço e foi até seu pai que estava perto da enorme pista de dança criada no meio do lugar.
- Filha, quanto tempo - Raymond disse assim que a menina chegou perto o suficiente.
Para Ana, estar a um braço de distância era o mais íntimo que podia chegar, e aquilo ainda incomodava sua família, mesmo que eles tentassem não demonstrar. E fora isso que Raymond fizera, apenas não demonstrou o quanto aquilo era incômodo, o fato de não poder abraçar a própria filha e apenas pegou em suas mãos carinhosamente.
- O senhor e a mamãe precisam urgentemente de mais filhos, sério, foram só três semanas, e vocês parecem não me ver há anos - a garota resmungou.
- Minha querida, mesmo se tivermos mais trinta filhos, não vamos parar de querer ter você todos os dias sob nossas vistas.
A menina sorriu para o pai antes de seu coração disparar ao ser levantada e girada no ar pela cintura.
- Maninha!
Ah, Ian!
- Ian, me põe no chão! - ela vociferou num sussurro irritado.
Seu irmão adotivo, Ian, era o único que simplesmente mandava suas "limitações" se foderem. Ele não estava nem aí para o fato de ela não querer contato físico com as pessoas, não querer conversar o tempo todo, não querer sair no fim de semana, ou até mesmo não querer ser levantada e girada no ar. Ele apenas fazia.
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50 Tons de Uma Steele
FanfictionAnastasia Rose Steele é uma gênio da tecnologia moderna. Aos 23 anos é dona de sua própria empresa, controla sua própria vida e até a daqueles que a rodeiam. Filha de pais amorosos e irmã de Ian, um estilista já famoso. Aparentemente, apenas uma mul...