Capítulo 4 - Pequeno intruso

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Ana se sentou na cadeira quando a doutora lhe pediu gentilmente, a mulher se levantou e fazia algo que a morena não se preocupou em descobrir o que era.

Positivo.

A palavra rondava sua cabeça como um mantra ruim, um pesadelo. No íntimo, Ana estava exausta, era muita coisa acontecendo, tudo se acumulando e nada sendo resolvido. Ela só queria paz, pelo menos por alguns dias. Ela precisava. Se assustava ao perceber que estava chegando ao limite, iria explodir logo. Era mais que assustador tudo aquilo.

_ Vamos fazer uma ultra para conseguirmos ter uma ideia do tempo da gestação - a doutora falou, já se levantando.

Ana balançou a cabeça.

_ Não - declarou. - Com certeza é pouco. Algumas semanas apenas. De qualquer forma, não precisamos saber, eu não quero - ela engoliu em seco. - Eu nao quero nada disso, na verdade. Não estava planejando, foi um erro ter... Meu secretário acabou remarcando as consultas e eu não percebi. Não estava planejando, não foi de propósito - ela se apressou em explicar.

A doutora balançou a cabeça e voltou a se sentar, dando um suspiro, já entendendo o caminho que Ana estava declarando seguir.

_ Eu não faço esse tipo de procedimento aqui por fins pessoais, mas eu posso lhe indicar as melhoras clínicas, claro, que seja seguro - Greene falou relutante e Ana concordou com a cabeça.

Christian havia chegado alguns minutos depois de Ana, tanto que a morena estava apenas recostada no sofá da sala de estar, ainda com os saltos altíssimos, o short de couro, a regata vermelha e o blazer.

_ Oi, linda - ele a cumprimentou com um sorriso, jogando a gravata que ele sempre tirava no carro em cima do encosto do sofa, junto do palitó do terno que usava. - Voce chegou agora?

A morena passou a mão pelo cabelo, logo o ajeitando para trás.

_ Uhum - resmungou.

_ Hum - Christian resmungou de volta, sorrindo, logo se aproximando totalmente de Ana, deixando-a entre o sofá e seu próprio corpo, sem tocar nela. - Dia ruim? - questionou.

Ana deu de ombros, ainda encarando um ponto cego no chão.

Christian inclinou a cabeça, franzindo o cenho.

_ Vai melhorar, eu prometo - falou e então deixou um beijo em sua testa antes de deixar os labios tocarem os delas num selo rapido. - Posso te tocar? - perguntou num sussurro.

Ana o olhou nos olhos finalmente, o azul limpido sendo embaçado por lagrimas que nem caíram ainda.

Ela nao sabia o que pensar, toda a sua mente estava inundada com a sensação ruim de que perderia algo importante. Ela sabia que perderia.

_ Você não precisa mais me perguntar isso - respondeu, tocando o rosto de Christian de forma gentil. - Voce pode me tocar. Sempre. Eu preciso que voce me toque.

Christian sorriu para ela, passando os braços em sua cintura e deixando mais um beijo em sua testa, e entao afastou alguns centimetros o rosto, para olha-la nos olhos, nao percebendo a forma como Ana parecia perdida. Ele estava tao feliz e entusiasmado com o dia que teve, e ansioso para falar sobre aquilo com ela.

_ Você não vai acreditar no que sua mãe fez no tribunal hoje, sério, ela é a minha heroí...

_ Eu estou grávida - Ana disparou, interrompendo Christian.

O Grey ficou lívido, o coração disparado no mesmo segundo imaginando se não ouviu errado o que a namorada disse.

_ Grávida? - ele questionou, apenas para ter certeza da palavra certa.

50 Tons de Uma SteeleOnde histórias criam vida. Descubra agora