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O toque da última aula faz-se soar e eu já vejo a luz ao fundo do túnel ao pensar que vou para casa super descansada, dormir um pouco de tarde. Dormir de tarde é uma das sete maravilhas do mundo, mesmo. Porém os meus pensamentos eram enganos e eu fui puxada por, nem mais nem menos, Calum Hood.
Então todos os meus planos foram arruinados só por ele, naquele instante de segundo, pois eu sabia que não íamos ficar ali por dois minutos.

- Poderia dizer-te para irmos tomar um café e resolver as coisas, ou poderia pegar em ti, levar-te para sítios fantásticos e resolver as coisas. - Ele aborda-me quando me faz girar por baixo do seu braço. - Qual escolhes?

- A segunda. - Respondo com um sorriso.

A harmonia que ele transmitia apenas com o toque fazem-me mudar de ideias em relação a tudo. Olhar nos olhos dele, é como esquecer todas as mentiras, todas as discussões, todas as causas sendo uma delas a Tracy.
Parados em frente à porta da nossa sala habitual, somos obrigados a afastarmo-nos pois estávamos a impedir que as pessoas passassem. Sob os olhares de quem saia, tanto da nossa sala como da sala ao lado - obviamente que estou a falar de Luke e Michael - Calum agarrou o meu braço de novo. O seu calor confortava-me neste dia de frio intenso.

- Quando nos conhecemos eu não esperava vir a ter uma conversa assim contigo. Eu não esperava ter de repetir uma conversa novamente. Nós já falamos disto uma vez, Faith. Mas desta vez a culpa foi minha. Desculpa. Tu fazes o que queres.

- Conheço essas palavras. - Digo, referente ao aviso que lhe dei já há alguns tempos atrás sobre Tracy. - Sabes, posso dizer que também não esperava isto. Mas se eu tivesse atendido aos teus avisos, o mal não tinha acontecido. Por vezes temos de aprender com os nossos erros, há segundas vez já devemos seguir o que os outros nos dizem. A menos que não seja para o nosso bem. - Baixo o rosto. Ele encontra-se confuso e eu ainda não lhe quero contar do beijo. Interrompendo todas as possíveis questões eu digo: - Agora leva-me para os sítios fantásticos que dizes conhecer. A menos que isso tenha sido tudo mentira.

- Nunca te mentiria, Faith. - Calum pisca-me o olho e segue um caminho em frente a mim, em direção às escadas para a saída da escola.

- Oh, e a Tracy? - Lembro-me a meio. Aliás, nunca me esqueci. Apenas me faz uma certa confusão o facto de ela namorar com ele e que tem estes tipos de "encontros" ou "saídas" sou eu e ele. Não que eu não goste, mas começo a dar razão ao Michael.

"Vocês parecem mais namorados do que tu e a Tracy, Calum."

- Ela foi sair com a Abigail. - Disse-me o moreno, num encolher de ombros.

Ignorei a situação. Realmente já não me ia preocupar mais com este assunto da Tracy e dos problemas que pode trazer. Afinal, é como Calum diz, é ele que quer com que isto aconteça.
Só não entendo o porque de estarmos neste vai e vem de emoções e contradições quando tudo se podia conciliar. Ou será Tracy assim tão má pessoa que iria realmente incapacitar isto? Eu ainda acredito que toda a gente pode ter uma parte boa de si, ainda que seja aparentemente má. Eu ainda acredito no mundo com boas pessoas.

No fundo das escadas, perto da saída da escola, parei um pouco para conversar com Meggie que me perguntava pelos trabalhos de casa de matemática. Já Calum puxou-me e eu so tive tempo de gritar um: "Eu mando-te por mensagem".

Soquei o braço dele quando entendi que ele não me largava e com a velocidade que ele andava, praticamente me arrastava.

- Eu não ando tão depressa quanto tu. Espera aí! - Grito, quase que sem conseguir respirar, por entre risos.

- Só quero aproveitar o tempo. - Calum voltasse para mim e diz-me em tom meigo, acariciando discretamente o meu braço e beijando a minha testa. - E não quero que o desperdisses, como fizeste com o Tyler.

PAPER SOULS • CALUM HOODOnde histórias criam vida. Descubra agora