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Faith

Livre dos pesadelos que passei em casa do meu pai, já me encontro com os meus avós que o receberam com sorrisos agradáveis. O meu avô até me expulsou do sofá, onde eu estava sentada, para Calum se sentar no meu lugar a falar com ele. Sendo assim eu sentei-me ao lado da minha avó - no braço do sofá - ela que estava num dos canto desta. Calum ao lado dela e o meu avô no outro canto. A minha mãe sentava-se num cadeirão ao lado da televisão.

Jantamos, fizemos horas para a contagem regressiva para o novo ano, não dispensamos as gargalhadas.
Calum estava agora, sem dúvida, confortável como estava. Contava algumas piadas e os meus avós riam. Eles gostavam de as ouvir.

A minha cadela, que não costuma gostar muito de homens, não sai um segundo do colo dele.

Enquanto eu e a minha mãe arrumávamos a cozinha eu pedi-lhe para eu e Calum, depois da meia-noite, irmos para casa. De inicio ela disse logo "não" como sempre diz a tudo. Por vezes ela é compreensiva de mais, outras não. Esta é uma delas.

Porém convenci-a de que nada se ia passar entre mim e ele a não ser ver uns filmes e eu acabar por cair no sono a meio de um qualquer. Então foi aí que ela disse que "sim". Finalmente.

Calum não tinha ideia de nada por isso quando eu cheguei de novo à sala, e ele ainda estava sentado à mesa com os meus avós, eu sussurrei-lhe ao ouvido: "Vamos para minha casa depois da meia-noite". Ele beijou-me a bochecha e apertou-me a cintura como se pensasse que o facto de nós passarmos uma noite sozinhos, após a conversa que tivemos, lhe traria algo mais.

Finalmente a contagem aconteceu. A garrafa de champanhe foi aberta, brindamos e já estavamos no outro ano. Foi rápido. Os meus avós estavam irrequietos porque eles queriam ir dormir já à muito tempo. Para eles a celebração do ano novo não era nada senão motivo para fazer uma festa, coisa que eles não apreciam muito.

Era meia noite e dez quando saimos de casa dos meus avós. A minha mãe ficou lá e ainda antes de sairmos ela disse: "Vê se tens juízo".

Na rua estavam muitas pessoas prontas para festejar. Ao olhar para o céu poderíamos ver um imenso clarão derivado do fogo de artificio. Paramos no meio da rua a ver. Calum estava atrás de mim, a segurar-me pela cintura. Ainda bem que o fazia, era da maneira que me aquecia.

- É tão bonito. Eu gosto de fogo de artificio. - Aprecio, ainda olhando para o céu.

Quando a sessão de quinze minutos acabou e as pessoas que ali estavam a ver se dispersaram, também nós seguimos caminho para minha casa. Não era muito longe. Aliás nem a casa do meu pai, nem esta, nem a minha eram distantes umas das outras o que fazia com que os meus pais se cruzassem muitas vezes.

De inicio era difícil para eles cruzarem-se. Aliás o termino do casamento foi algo muito duro de ser ultrapassado, ainda para mais quando a minha mãe ainda amava o meu pai. Mas agora eles tem-se dado bem e eu admiro isso. É muito bom, tanto em casamentos quanto em simples relacionamentos de adolescentes ou adultos, quando as pessoas acabam continuarem amigos. É muito maturo. Eu acho.

- Finalmente. Estou muito ansiosa para me poder deitar. Estou cansada. - Digo num suspiro, levando à mão clavícula.

- Começar o ano a deitares-te cedo, com essa idade, vai fazer com que o teu ano corra mal meu amor. - Calum profere, como se me estivesse a tentar aliciar para algo.

- Não te preocupes, querido. Já estou habituada ao anos correrem-me mal.

Abro a porta. Subo as escadas até ao meu quarto. Atiro a bolsa para um canto qualquer e deixo-me cair sobre a cama. Calum que vinha atrás de mim soltou um sorriso.

PAPER SOULS • CALUM HOODOnde histórias criam vida. Descubra agora