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Todos vieram atrás de mim, o dia já tinha começado uma merda e eu mal sabia que provavelmente iria terminar muito pior.

Subi as escadas e botei o código na porta, dando de cara com Andrew que tinha uma feição estranhamente calma.

— Você ainda não sacou que essa porra toda não é um assalto qualquer? — Eu disse apontando o revólver para sua testa.

— O que você quer dizer com isso?

— Eu quero saber... — Disse me aproximando do mesmo, chegando a passar a boca do revólver pela sua bocheca. — ...O que você sabe sobre os Hacker. — Completei.

— S/n... — Pude ouvir Vinnie sussurrando no fundo, mas não dei bola.

— Seu dinheiro? Não queremos essa porra suja, queremos muito além. — A cada palavra eu me aproximava mais.

— E-eu não escutava esse nome a anos...

— Desembucha porra. E Hacker, abra os ouvidos. — Andrew arregalou mais ainda os olhos me vendo chamar Vinnie pelo sobrenome, óbvio que eu fiz de propósito.

— Vinnie? — O homem disse assustado, olhei para trás e o loiro estava escorado na parede parecendo uma criança de 6 anos com medo do bicho papão, era só que me faltava.

Fui em direção ao mesmo e o puxei pelo braço, fiz um sinal de cabeça para Michael, ele entendeu que o recado era ficar de olho no refém.

Continuei puxando Vinnie até o fim daquele corredor, ficamos cara a cara.

— Que merda ta acontecendo? Você não é o foda do Vinnie Hacker? Porra larga de ser medroso. — Dei um tapinha em seu ombro direito.

— Eu não sei mais quem eu sou. Você não deveria estar fazendo isso por mim.

— Não mesmo, mas agora a gente precisa se livrar dessa merda, então ou você me ajuda ou vamos embora.

Eu vi o peito do loiro estufar, ele cresceu. Saiu andando e eu fui atrás, acho que eu tinha feito a escolha certa.

— Andrew acho que você ja deve ter se tocado de quem eu sou, não? Então começa a lembrar de cada detalhe da sua vida com a minha mãe, porque se você quiser dar uma de espertinho você ta morto. — Todos nós saimos do cômodo e fechamos a porta com força.

— Ta, e agora? — Nai perguntou.

— Agora vocês todos vão dar um jeito nos 4 corpos estirados lá fora. Eu e Vinnie temos uns assuntos à resolver. — Eu disse.

— Vocês vão sozinhos? — Kio questionou arregalando os olhos.

— Payton fica comigo, Michael e Kio vocês acompanham os dois. Vocês não vão dar conta sozinhos nem fudendo. — Nai disse.

Acabamos por obedecer. Enquanto nós quatro corriamos em direção a saída da casa, eu tentei ligar novamente para Mestre, que atendeu.

— Está desesperada? Seus dias estão contados. — O homem do outro lado da linha disse com uma voz tranquila.

— Você entendeu tudo errado, você realmente acha que eu te trairia? — Tentei amenizar.

— Você jura que é poderosa, você não é nada. Você já me traiu, e realmente a espertinha não pensou que em alguma hora eu meteria uns detetives nessa porra toda? Você ta morta.

— Detetives? Eu to fazendo o menino cair na isca já tem 1 mês e pouco. Você está estragando tudo.

— S/n para. Ta ficando feio já, a única caindo na isca aqui é você, e pior; caindo na isca do Vinnie. Eu duvido que ele meteria a mão no fogo por você que nem você está fazendo com ele. Esse plano foi uma estupidez total. Acorda! Vocês dois são rivais, e não namoradinhos. Eu não sei se essa carência toda é pelo que aconteceu com a sua família. Mas eu não tenho pena de vadia que nem você, vire todo o foco da sua vida pra mim, porque o motivo do fim dela vai ser eu, seus dias tão contados. — A ligação foi encerrada em seguida.

As lágrimas pesadas começaram a descer meu rosto, eu comecei a tremer e agora, a única pessoa que parecia ter 6 anos com medo do bicho papão era eu. As minhas pernas perderam as forças e eu mais me joguei do que sentei no chão. Tava vindo, e eu não sabia como controlar... Eu cravava as minhas unhas na palma da minha mão e abaixava a cabeça, não tendo mais controle sobre mim. Meu choro era alto e respirar ficava cada vez mais difícil.

O loiro se abaixou do meu lado e me abraçou com toda a força do mundo. Infelizmente eu sentia que precisava dele, e muito.

— Respira devagar, eu to aqui. Nada vai acontecer. — O menino sussurrava no meu ouvido.

Ficamos lá por uns 15 minutos, jogados no chão abraçados, Kio e Michael pareciam duas estátuas. Minha respiração voltava ao normal... A sensação de poder encostar a cabeça no ombro de alguém e se sentir cuidada era realmente única, nunca tinha me acontecido.

Minha respiração começou a se estabilizar denovo, limpei algumas lágrimas e separei o abraço, eu e o loiro ficamos se encarando no chão.

— O que ele disse? — O mesmo perguntou.

— Vinnie, não da mais pra empurrar isso tudo com a barriga. Eu vou embora dessa porra, o problema é entre os Skins e eu agora.

— Que merda você quer dizer com isso?

— Ou à gente se separa aqui, pra sempre. Tudo isso foi um plano idiota mal sucedido, eu entrego minha vida a Mestre e você diz para os Skeletons que me matou. Ou você vai se enfiar na merda comigo, e a gente vai ter que matar um por um.

Michael e Kio não saiam daquela posição, eles pareciam assustados.

— Vinnie... Não tem como a gente trair os Skeletons, a gente aqui é cumplice. O assunto não é só vocês dois. — Michael finalmente abriu a boca.

— Então vem com a gente. — O loiro disse.

— A gente? — Foi a única coisa que saiu da minha boca.

— Fodace, a gente vai realmente continuar fingindo pra nós mesmos? Porra a gente já tinha que ter se matado a muito tempo, já sabemos da verdade sobre cada um. Eu cansei de fingir.

As palavras do loiro foram como tiros no meu peito, a ficha tinha caído. Eu tava louca por esse menino e eu não conseguia pensar em mais nada.

Eu anulei a presença de Michael e Kio do nosso lado, isso aqui tinha sido a cena mais verdadeira que talvez já aconteceu na minha vida inteira.

Eu sequei mais algumas lágrimas e puxei o menino pra um beijo pesado, fodace tudo. Nossas línguas entravam em guerra.

— Porra vamo matar geral, to dentro. — Kio disse me fazendo separar o beijo e soltar uma risada.



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Ai que soft ui

Até a próxima, G.M

Killers to lovers - Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora