030

5K 446 148
                                    

Eu esmurrei aquela porta como nunca esmurraria nem a cara do meu pior inimigo, a madeira branca da mesma ia absorvendo aquele sangue que se alastrava cada vez mais.

O líquido era tanto que ele acabou atravessando a fresta inferior da porta, eu chegava a pisar nele.

Quase todos já tinham se reunido, tentando arrombar aquela desgraça. Minhas mãos sangravam de tanta força que eu fazia para aquela merda cair no chão. Ombradas, chutes, socos e tapas não faziam a porta sequer estremecer.

Só tinha um sentimento que predominava em mim além do medo; o ódio. Porque essa garota fez isso? Foi de propósito? Ela desistiu e fodace? Tudo isso não significava nada?

O desespero não ia salvar ninguém, merda, o tempo parecia correr cada vez mais rápido.

— Kio, a glock. — Eu disse.

A minha visão começava a ficar embaçada, algumas lágrimas caiam. Como? Daonde eu estava tirando tanto sentimento por essa menina? O que ela tem demais das outras? O que aconteceu de tão significante para eu sentir isso? Era tanta coisa que rodava minha cabeça.

O moreno me entregou a arma, mirei a mesma de um jeito estratégico, sem que o tiro atravessasse a porta, mas que fosse capaz de estracalhar aquela fechadura.

Sem perder tempo soltei logo 4 disparos, fazendo o objeto de metal esfarelar por completo. A porta por pouco não caiu em cima da menina.

Aquela cena parecia um filme de terror, S/n estava toda torta no chão com a maquiagem borrada, tinha sangue até nas paredes.

Eu me agachei para ver o pulso dela, era nulo.

— Temos q levar ela pro hospital. — Michael sugeriu.

— Você está louco? Se ela pisar fora daqui ela morre, estão caçando ela. — Eu disse tentando analisar o corte do pulso.

— FODACE ESSA MERDA, ELA JÁ ESTÁ QUASE MORTA. — Kio gritou.

Eu não tive nem tempo de raciocinar, o medo e a raiva no meu corpo eram tão grandes que eu já não era tão capaz assim de manter minhas pernas estáveis, elas tremiam feito varetinhas.

Kio pegou a menina no colo e correu até qualquer um dos carros, o sangue manchava cada canto daquela casa.

A menina estava branca, pálida. Deitada no meu colo no banco de trás do carro, eu passava a mão pelos seus cabelos. Eu não deixaria aquilo acabar assim.

Uma viagem que em média demoraria 15 minutos demorou 4. Michael pegou 190 quilometros por hora nas ruas de Los Angeles.

Entramos no pronto-socorro, uns 8 médicos se reuniram em volta da S/n, arrancando ela dos braços de Kio e a colocando em uma maca.

Todos nós fomos indo atrás como patinhos atrás da mãe, o alarde foi relativamente grande no estabelecimento, a menina tinha sangue pelo corpo inteiro.

— Vocês não podem passar daqui. — Algum médico qualquer disse firme, infelizmente sabiamos que implorar não seria a solução, então assentimos com a cabeça e paramos nossos passos.

— Vim o caminho inteiro me perguntando onde Vinnie está se metendo. — Kio soltou.

— É, eu também... — Respondi encarando meus braços cheios de sangue da menina.

Vinnie Hacker

Fodace, eu não ia ter o mínimo estômago para ver a S/n. Eu provavelmente teria um infarto de nervoso.

Na verdade, eu acho que já era pra eu ter tido um infarto de nervoso. O que Andrew revelou para todos nós foi assustador, eu precisei dar um jeito nisso, por mim e pela S/n.

Conversei com todos os meninos e Nai, eles prometeram pra mim que cuidariam muito bem dela, eu infelizmente tinha uns assuntos sérios para resolver, que amenizariam essa situação toda.

Talvez a menina nao pudesse sentir minha presença ali? Carregando ela pelos braços... Mas eu sei que eu estaria na mente dela a todo custo.

Eu acreditava, eu tinha certeza que esse não era o fim da S/n. Ela era forte, ela ia ser capaz de passar por tudo isso, junto a mim.

— Andrew, se você fizer qualquer gracinha, eu prometo por tudo que uma bala vai ser enfiada no meio dos seus miolos, então não seja burro. Você talvez possa cair fora em breve. — O homem concordou com a cabeça, em silêncio e com os olhos arregalados. — Ótimo. — Completei.

Soltei seus braços e suas pernas da cadeira, o homem se manteve de pé paradinho, sem mexer um dedo que eu não autorizasse.

Guiei o mesmo até a cozinha da casa, ele merecia, e precisaria, se alimentar. Acabei dando umas sobras de pizza pro mesmo, pra primeira refeição estava mais que bom.

— Mano, me escuta. Eu preciso que você me ajude com a minha mãe, mais do que nunca. Agora o assunto não é só por mim, é pela S/n. Eu preciso saber o que aconteceu com ela, para saber o que vai acontecer conosco.

Minhas palavras não podiam ser mais claras, eu sabia. Eu sabia que tinham pelo menos 200 pessoas atrás de mim e da garota, mas eu prometi que a gente ia até o fim.

Eu gostaria muito de estar do lado dela agora... Mas eu tinha coisas que tinham que ser resolvidas. E eu sabia que ela estava em boas mãos.

Ela não partiria dessa maneira, eu não ia deixar.

A partir de agora, tudo ou nada.


_______________________________
Gostaram do susto? KK não me odeiem prometo q eu pago a terapia

Eu real tava muito desanimada com a fic e juro que considerei muito aquele ser o final, mas vou tentar continuar aqui ;)

Até a próxima, G.M

Killers to lovers - Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora