Capítulo 15

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O sangue de Yaman ferveu, todos os músculos de seu corpo receberam a descarga do ódio. Assistir sua mulher desmaiada nos braços de outro, serviu para tomar uma atitude. Enfiando seus dedos entre os cabelos, com um puxão arrancou uma boa quantidade para controlar a raiva que explodia no desejo de se tornar um assassino.

Respirando com se em seus pulmões tivessem milhares de pregos, usou sua sabedoria e com um salto saiu pela janela. Não estava agindo como um covarde, pelo contrário, estava sendo sábio. Ali a envolvendo em seu colo, a deitou no sofá da sala enquanto tia Sultana a abanava. Seher estava completamente pálida, seu apagão deixou o rapaz do seu lado em desespero.

― Será que a assustei com a forma rude que abri meus sentimentos? ― sussurrando ao coçando sua cabeça após o afastamento de tia Sultana.

Ali a chamou diversas vezes, escutando quando alguém bateu na porta. Como alguém poderia aparecer num momento como aquele, as batidas se tornaram insistentes. Afastando com a chegada de Sultana, abriu a porta deparando-se com o professor que havia trazido Seher em uma noite. O encarando de baixo a cima, localizava em seu porte a responsabilidade e uma ética surreal. O cumprimentando num afobamento, percebeu que segurava uma pasta em mãos.

― A senhorita Seher Está? ― foi tão formal que não se reconhecia ― Eu preciso que ela assine alguns documentos referente a última etapa do projeto ― jogou tão bem que acreditou em como mentiu, sinceramente Yaman era o professor perfeito se não fosse apaixonado por sua aluna.

Yaman usou um pretexto perfeito, ninguém desconfiaria de um professor que cobrava a assinatura de uma aluna esquecida. Usando sua melhor máscara de falsidade, afirmou que faltava apenas isso para autenticar no cartório. Ele era impecável quando o assunto era mentir para aproximar-se de Seher. Seus lábios não tremiam por enganar e nem suas mãos ficavam frias, por estar mentindo para um comissário.

Nesse momento Ali encontrava-se meio ao fogo cruzado, sabia que faltava três dias para a colação de grau de Seher. A conhecia bem, ao ponto de imaginar como ficaria frustrada se alguma coisa atrapalha-se o empenho de anos.

Sem rodeios contou a situação que se encontrava, Yaman não esperou para fazer seu jogo, apenas o questionou se não a levaria no hospital. Tirá-la daquele ambiente e a jogá-la num lugar neutro, favorecia o afastamento de quem estava a sua frente. Ali cego pelo momento, não imaginava o que realmente estava acontecendo. Envolvendo Seher em seu colo, atravessou a porta a colocando em seu carro.

― Você não vai ficar com a mulher que amo ― pensou enquanto assistia e tinha que engolir sua preocupação com Seher.

Yaman controlou-se ao máximo, ele poderia usufruir o tempo que quisesse com alguém inconsciência. O desmaio de Seher e a senhora tagarela que o seguia, impediria de fazer qualquer coisa que coloca-se seu relacionamento com sua aluna em risco. Conseguindo induzi-lo com a face de bom samaritano tinha um plano em mente, tal plano que excluiria aquele comissário.

No trajeto até o hospital, falava ao telefone com um dos homens de sua confiança. Repassou as informações necessárias da paciente, ordenando que a mante-se isolada em troca de uma boa quantia de dinheiro. Claro que Yaman conseguiria, diferente do comissário conhecia muitas pessoas, as quais se venderiam em troca de favores.

Seher deu entrada na emergência, seu caso foi encaminhado para o médico que Yaman havia direcionado. Estava em boas mãos, mas bem longe das garras de Ali. O desmaio tornou-se uma dúvida, os vários exames e como estava sendo espetada a levou despertar. Um pouco ensonada, demorou para compreender onde estava e como alguém tirava seu sangue. Agindo no susto, lutou para impedir enquanto ouviu o médico careca entrar no quarto.

Aquela situação a fez sentir-se patética, um desmaio resultou em estar deitada numa cama de hospital. Claro que Ali seria exagerado, mas dessa vez havia extrapolado os limites. Ouvindo algumas explicações de como sua glicose estava baixa, teve que confessar sua má alimentação e aguentar os puxões de orelha.

O Professor MisteriosoOnde histórias criam vida. Descubra agora