O Professor Misterioso

Capítulo 8

Yaman terminava de colocar as abotoadoras, enquanto falava ao telefone com um dos seus homens de confiança. Recebendo as informações necessárias sobre o tal tiro que Firat levou, soube que a situação não era grave. Aliviado por seguir com o que tinha em mente, desligou enquanto se analisava no espelho.

A camisa azul o deixava com uma aparência juvenil, saindo em uma onda de tranquilidade, a encontrou. Seher estava linda dentro daquele vestido verde, realmente sabia o tamanho ideal para valorizar o corpo que idolatrava. Diferente dele, encontrava-se nervosa segurando o celular em mãos. Praticamente louca pedia para que a leva-se a Istambul, sorrindo sentou-se na poltrona perto da vidraça.

Yaman não a levaria a Istambul, demonstrando sua decisão através do silêncio. Admirando o quanto ficava linda brava, explicou o que soube através de alguém de confiança. Seher segurou para não rir, ele sabia cada passo de sua família e tudo que a envolvia. Sabendo por ele que o tiro foi de raspão, imaginava seu irmão entre a vida e a morte. Mesmo ouvindo, custava acreditar e desejava vê-lo.

Yaman mostrou-se calmo, leve e com uma paciência que não teria com nenhuma outra pessoa. Não colocaria seu plano a perder, havia trabalhado duro para conseguir montar um congresso de última hora em Ankara. Usou seus contatos influentes que confirmariam a presença de sua aluna, não deixou nenhum vestígio de erro sobre o sumiço de ambos.

Após sequestrá-la, informou através de uma mensagem a Nadire que estava no congresso com Nur. Para sua amiga que estava no congresso, disse que passaria uns dias com alguém que havia conhecido na balada. E para encerrar o contexto, pediu para confirmar e manter sigilo se sua família pergunta-se.

― Desde o início você tinha um plano! ― abismada em descobrir ― Você não pode me manter presa aqui ― revoltando-se, andava de um lado ao outro

― Então vá embora, se é isso que deseja ― não demonstrando medo, mas morreria se ela o deixa-se ― Gastará quase 10 horas entre barco e carro para regressar a Istambul ― lembrando-se que havia a trazido de helicóptero e não o disponibilizaria, a deixaria virar-se sozinha.

― Eu vou denunciar você ― agindo pelo momento ― Ali vai me salvar! ― lembrando-se que ele era comissário e a tiraria dessa situação ― Isso é crime! ― alterada não vendo o quanto ele estava segurando para não demonstrar o seu sofrer.

― Não é crime um casal de recém casados aproveitar uns dias numa ilha ― Yaman levantou-se de seu conforto abrindo a gaveta da cômoda ― Todos os casados viajam de lua de mel ― a entregando uma certidão de casamento, as fotos eram deles, mas os nomes eram falsos ― Se eu apresentar essa certidão, vão acreditar que somos marido e mulher ― ele havia pensado em tudo, sem contar nada a quem participaria do plano.

― Você falsificou documentos! ― perplexa por não conhecer esse lado oculto do professor ― Que pessoa você é? O que mais esconde? ― estremecendo por sentir aquela aproximação.

― Além do nosso caso, nada ― com aquele hálito de menta ― Você me conhece melhor que ninguém ― tocando nos fios de cabelos castanhos ― Já dividimos alguns prazeres ― referindo as loucuras que faziam com as bocas ― Fizemos coisas suficientes para nos tornar um casal, só falta tirar essa barreira que nos impede de ter um filho ― saindo de perto dela por perceber a mudança de temperatura corporal.

― Você me julga um objeto com todas as outras que passaram por sua cama ― o fazendo parar antes de atravessar a porta.

― Seher! Você teve a verdade dos meus lábios assim que acordou nessa casa ― sem olhar para trás ― Se quiser ir embora, eu não te impedirei ― agindo friamente ― A forma que te trouxe aqui, não me leva a te prender ― a olhando para colher aquela reação de espanto ― Você é livre! Pode ir embora, mas saiba que ainda não fez as provas finais ― a lembrando que seria ele que a avaliaria ― Não vou usar meu poder de professor! ― soou como um deboche ― Se quer ir para Istambul, vá e não volte mais ― jogou sua última cartada.