Seher desejou que o amanhã nunca chega-se. Após deitar pela última vez naquela cama, observou o teto e com o silêncio afundou-se em sua razão. Desistir do seu sonho era como desistir de viver, mas não faria nada que mais tarde se arrependesse. Ela amava Yaman desesperadamente, ao ponto de sentir seu peito ficar pequeno para tanto sentimento. O amor que tinham feito, a forma como encontrava o paraíso junto aqueles braços músculos, aviva que existia o céu na terra.
― Será que fiz a coisa certa? ― pensativa ― Ah! Seher! Como você é imprudente ― estapeou sua testa ― Agiu como uma louca ― irada consigo.
O céu, ele deveria ser tão perfeito como aquele cheiro que insistia estar em sua pele. Yaman estava vivo, em cada célula e por mais que toma-se banho para tirar seu cheiro, sua mente tinha o trabalho de lembrá-la. Fingindo estar dormindo, Megan chamou-a diversas vezes. Sua razão não desejava receber um corretivo, tudo que queria era aproveitar seus últimos momentos naquele campus.
Adormecendo após refletir suas ações, sua amiga fez questão de deixar a luz do mundo entrar no ambiente. Irada por ter sido acordada. Cobriu a cabeça com o travesseiro. Megan insistia que deveria levantar-se. Ambas tinham o primeiro horário e por mais que a noite tivesse sido regada a alegria, precisavam voltar a realidade.
Seher não tinha recebido nenhuma resposta da coordenação, ainda era aluna e deveria respeitar os horários. Negando-se a sair daquele quarto, apagou todas as mensagens de Yaman antes de levantar-se da cama. Não estava com cabeça, havia feito cada coisa que considerava-se louca.
― Pelo menos é uma experiência nova ― pensava ― Transar no hospital está virando rotina ― deixou escapar um sorriso.
Destinando-se ao refeitório após as primeiras aulas, notou como Megan insistia em conversar impedindo-a de mexer no celular. Sem saber porque estava agindo estranhamente, ao abrir o Instagram obteve uma surpresa. Era apenas 10 horas da manhã e os sites de fofoca estavam On.
― Isso é brincadeira ― analisando a foto de Yaman ao lado de uma loira e demais investidores. Era a primeira vez que uma mulher estava exposta ao seu lado ― Yaman Kirimli fecha parceria com americanos e é visto pela primeira vez ao lado de uma exuberante mulher ― leu em voz alta ― Será que o grande empresário turco caíra nas graças do amor após esconder sua vida particular por anos? ― encerrou a leitura do título e subtítulo da matéria. Aquela mulher elegante, era a mesma que estava ao seu lado durante a palestra ― Você sabia disso Megan? ― fuzilando-a ao ponto fazê-la engasgar ― Megan? ― insistiu fazendo Noah arregalar os olhos e engasgar com a panqueca.
― Eu pedi para ela não contar ― interveio o rapaz numa crise de tosse ― Não queríamos que soubesse ― tentou amenizar o problema.
― Vocês acham que sou tola? Que nunca descobriria? ― armando-se na mesa.
― A foto pode ser antiga ― a menina entre dentes, nem ela era capaz de acreditar na sua fala.
― Se fosse antiga vocês não estariam escondendo ― abandonando-os ao sair do refeitório bufando meio a um misto de ódio e ciúmes.
Megan e seu amigo correram, esbarravam nas pessoas que estavam em sua frente. Até que finalmente a alcançou. Necessitavam acalmá-la. Seher demonstrava-se indiferente, em seus olhos não haviam lágrimas. Estavam fixos num além doloroso. Suspirando após dezenas de perguntas, lembrou-se de sua escolha.
Quando deixou-o por seus estudos, abriu caminho para novos amores. Yaman era um homem bonito, sedutor e rico. Óbvio que sua presença marcante, despertaria o interesse de alguma mulher e ele, corresponderia. Havia sido abandonado, tinha direito de recomeçar.
Seher sabia que era substituível, ninguém vive esperando o outro. Ainda mais, quando pode-se ter qualquer mulher que deseja. Existia um peso em sua mente, havia feito o que fez por causa de uma mentira e por ser o seu professor. Ninguém entenderia seus sentimentos, qualquer fagulha de amor seria massacrada pelos argumentos frívolos.
― Seher ― Megan a chamou, fazia horas que ela estava na mesma posição. Agradecia aos céus por ter Noah, não conseguiria arrastá-la naquele estado de paralisia ― Amiga, fala alguma coisa ― pedia enquanto a balançava.
― Seher! Eu juro que se você voltar ao normal, eu deixo você ficar com a minha guitarra ― Noah tentando solucionar o problema com seu bom humor ― Talvez seja melhor descobrir agora ― ajoelhou-se em sua frente, segurando sua mão ― Ou pode haver uma explicação para a foto ― recebendo um olhar esperançoso.
― A explicação, é que ele seguiu sua vida ― sentindo-se idiota e usada após a forma que haviam se amado no hospital ― Eu que fui tola ― suspirou nervosa.
― Não creio ― Megan com uma careta ― Esse homem deve ser algum feiticeiro, que diabos ele tem que te faz enlouquecer ― passada em como conseguia dobrar sua amiga ― Pelo menos usou camisinha? ― arqueou a sobrancelha.
― Megan! ― entre dentes sinalizando para Noah que estava do seu lado.
― Até parece que ele não transa! Garota estamos na américa ― gesticulando com as mãos ― É mais fácil achar um unicórnio, do que um homem virgem ― sempre mantendo o seu bom humor ― Se não usou, eu compro uma pílula ― sua fala era tão natural, que parecia que estava indo ao mercado comprar tomates.
Seher ficou mal, olhou aquela foto até seus olhos arderem. Ele estava junto a ela, praticamente abraçados. Isso a enojava, em estado decadente. Conhecendo o que era estar no fundo do poço. Sem respostas da coordenação, ao passar pelo mural de avisos algo chamou sua atenção. Necessitava-se de secretária em uma das empresas mais importantes da cidade. Arrancando o papel, soube que tinha todos os requisitos pedidos.
― Talvez seja melhor pensar em uma segunda opção ― dobrou o papel.
Trancando-se no quarto, deitou-se fixa no teto. Por dias negou-se vê-lo, ele estava por perto. Conseguia sentir, mas sua mente acreditava que desejava esfregar sua felicidade em sua face ou vingar-se por ter sido abandonado. Totalmente distante, não sabia o quanto amarga estava sendo seu dia. Desde que levantou-se da cama, cogitava porque era obrigatório aquele projeto de extensão.
Cada aluno que encontrava pelos corredores, demonstravam o quanto estavam desanimados. Era sábado, e para infelicidade de quem fazia mestrado em economia deveria seguir o planejamento do curso. Um mês nessa rotina, para obter um certificado além da carga horária e o nome numa pauta renomada.
Alimentados de cafeína, Megan tagarelando sem parar. Noah não conseguia entender, com alguém conseguia falar tanto após acordar com um despertador gritando em seu ouvido. O trio foi entrando na sala, Seher foi a última a atravessar a porta. Desatenta ao mundo exterior, um bom dia paralisou suas pernas.
― Bom dia Senhorita Seher ― a voz grossa, que detinha um tom perfeito para arrancar seu juízo ― Seja bem vinda a aula ― cordialmente.
Deveria ser efeito das péssimas noites de insônia. Catatônica por vê-lo exuberante em suas vestes negras, encostado na mesa com um sorriso malicioso. Regressando ao primeiro encontro de ambos na graduação. Ele continuava o mesmo, sua beleza e sua supremacia arrepiava seu corpo. Seher não conseguiu controlar-se, seu chão sumiu ao ouvir alguém chamá-lo de professor. Seu mundo desapareceu, sua respiração ficou lenta após um súbito desmaio.
AVISO: OS CAPÍTULOS DO PROFESSOR MISTERIOSO E DE VINGANÇA E DESEJO SERAM POSTADOS NOS FINAIS DE SEMANA. DESDE JÁ AGRADEÇO CADA LEITORA, E PEÇO A COMPRESSÃO POR ESTAR SOBRECARREGADA NO TRABALHO.
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O Professor Misterioso
Fiksi PenggemarSeher é uma garota simples que tem o sonho de se formar em economia, mas por culpa de um atraso vê sua vida mudar. Seu novo professor é Yaman Kirimli, um homem difícil de decifrar, mas que ao vê-la é dominado por um sentimento de posse. A primeira i...