C A P Í T U L O 11

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O querubim subiu as escadarias de volta ao terceiro andar

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O querubim subiu as escadarias de volta ao terceiro andar. Encontrou a porta do apartamento cinco escancarada e lá dentro Oliver enfiava suas roupas - de qualquer jeito - de volta na mala. Kael encostou o ombro na madeira da porta e cruzou os braços.

— O que está fazendo? — perguntou o anjo, já imaginando a resposta.

— Indo embora. — respondeu o garoto. — Esse lugar de malucos não é pra mim. Já tive mais tentativas de homicídio nos últimos dois dias aqui do que nos últimos dois meses em Petrolina.

— Metade delas causadas por você mesmo. — enfatizou o anjo.

Oliver não respondeu. Agarrou um conjunto de camisas de dentro do guarda-roupa e jogou as peças na mala. Com cabide e tudo.

— E qual é o seu plano depois que, hipoteticamente, sair daqui sem ser visto? Pegar o próximo voo para sua cidade?

— Exatamente. — esclareceu o rapaz, arrancando os cabides como se fossem espinhas de peixe.

— Para um gênio, você é bem idiota. Sabia? — alfinetou o guardião, caminhando até o menino. — Só está abalado porque perdeu uma briguinha pro seu coleguinha humano.

O alquimista titubeou com a aproximação ameaçadora do anjo. Recuando à medida que Kael avançava.

— E agora quer pôr em risco todas as dimensões, expondo seu pescoço ao perigo certo lá fora. Acha que eu estou morrendo de vontade de me sacrificar por você? — confessou o anjo.

Não havia mais para onde fugir. Oliver encontrou a parede com as costas e Kael socou o concreto bem do lado do menino. Aproximou seu rosto do menino, o suficiente para deixa-lo desconfortável e continuou seu sermão.

— Já pensou no que aconteceria se por acaso chegasse vivo em Petrolina? Como faria para proteger sua mãe do que viu ontem, hã? Se é egoísta demais para pensar no bem dos reinos, pense nas pessoas que você ama.

As palavras do anjo o atingiram como um tapa. Oliver tremia enquanto os olhos quase dourados de Kael lhe encaravam. O guardião se afastou e o menino pôde respirar mais uma vez. Deixou as costas deslizarem pela parede e sentou-se no chão. Os dois ficaram em silêncio durante quase um minuto.

— Vista-se. — ordenou Kael.

Oliver levantou o rosto no momento em que o escudeiro jogou um conjunto de roupas.

— Por que?

— Vou levar você até um lugar.

— Mas...não posso sair do ILN. — argumentou o garoto em voz baixa. Tranquilo depois do sermão.

Evoker - A Relíquia QuebradaOnde histórias criam vida. Descubra agora