Oliver é um garoto genial. Mas quando é atacado por diabos na sua escola, descobre que não sabe nada sobre o mundo real. A adrenalina do momento desperta estranhos poderes pirocinéticos no garoto que mesmo assim precisa ser salvo por Kael, seu anjo...
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Agora pode ler em paz hahahaahaha
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Oliver observava com um olhar distante para os pombos empoleirados no alto da torre da diretoria do ILN. Tinha adquirido esse novo hábito desde a última semana. As vezes passava horas ali, sentado no pátio central, observando os animais e ouvindo o farfalhar das asas coletivas quando os bichinhos cruzavam o céu.
Sempre arrancava um sorriso dele. Aquele som tinha se tornado o seu preferido.
Porém, depois do sorriso sempre vinha a dor no peito e uma vista cabisbaixa. Naquele dia fazia um mês que não recebia nenhuma notícia de Kael ou dos anjos. Se quer pôde sair do ILN durante esse tempo.
Hoje seria seu primeiro dia de liberdade quando Agnes, ou melhor, quando a nova diretora do instituto lhe informou que o Concelho de Argos havia entrado em acordo com Shama'in. Pelo visto, decidiram mantê-lo vivo, e isso já era um bom começo.
A decisão veio depois que descobriram que Cesar escondia um câncer terminal e utilizava elixires para aumentar seu tempo de vida. Culparam o ex-diretor e a secretária, também sua amante, por terem arquitetado todo o esquema de fuga para Yekun e colocado o ILN em risco que agora carecia de dois mestres de egrégora.
Com a falta de professores, as aulas foram suspensas durante todo o mês de seu cárcere e a maioria dos alunos aproveitou para voltar as suas famílias. Exceto por aqueles que não tinham uma pra voltar, como Pedro, que não viu problema algum em passar um tempo preso com o amigo.
O português até visitou o Bar do Céu a procura do cupido para ter alguma notícia sobre Kael, mas...sem nenhuma sorte. Os anjos haviam sumido do mapa depois que a quantidade de Diabos em Recife diminuiu.
Aiyra e Natália também ficaram no instituto, apenas por causa dele, mesmo quando insistiu que estava tudo bem. Tinha feito bons amigos.
— Perdido em pensamentos? — a voz de Pedro veio de trás e lhe arrancou dos devaneios.
A mão do colega apareceu no seu campo de visão carregando um copo grande, cheio de gelo e corante vermelho. Tinha um cheiro forte e açucarado.
— Raspadinha pra diminuir o calor? — ofereceu, balançando o copo como um pêndulo.
— Valeu. — agradeceu o alquimista segurando seu lanchinho refrescante e mexeu o gelo com uma colherzinha descartável que acompanhava.
Pedro reparou quando o garoto passou, de uma mão para a outra, o potinho laranja com tarja preta — ainda cheio de comprimidos — para pegar a raspadinha.
— Ainda carregas essa coisa? — perguntou, sentando-se ao lado do amigo. Também tinha nas mãos sua própria raspadinha de cor azul.
O alquimista sacodiu as pílulas dentro do pote, apertou os lábios e guardou de volta no bolso.
