C A P Í T U L O 16

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Aiyra dirigia enquanto Kael a guiava do banco de passageiro

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Aiyra dirigia enquanto Kael a guiava do banco de passageiro. Os meninos estavam atrás, agarrados cada um a uma das poltronas à frente. O anjo conduziu a motorista pelas ruas do centro de Recife até que entrassem na Av. Conde da Boa Vista, a principal via de acesso da cidade.

Era um ponto de intersecção entre todas as rotas de ônibus, táxis e ciclovias que passavam pelo coração de Recife. Mesmo de madrugada a avenida tinha movimentação graças aos inúmeros bares e outras atrações das ruas laterais, e foi para lá que Kael guiou o grupo.

Estavam num trecho famoso e colorido da Veneza Brasileira. Aquela parte do bairro Boa Vista era frequentada principalmente pelo público LGBTQIA+, mas apesar disso, todo mundo era bem vindo no vale, independente da orientação sexual, credo ou raça.

Nas ruas desfilavam vários casais, aproveitando a vida noturna em Recife ao redor das boates, restaurantes e bares. Havia até alguns cartazes anunciando o show de uma drag famosa, o que explicava a movimentação exagerada pela estrada.

Aiyra estacionou o carro próximo a um dos estabelecimentos coloridos e bem iluminados. Saíram da caminhonete quase ao mesmo tempo, mas Kael foi na frente arrancando olhares e suspiros apaixonados da maioria das pessoas quando passava.

Oliver se aproximou do anjo e olhou para cima quando uma luz neon azulada quase ofuscou sua visão. A iluminação vinha de uma placa na entrada de um dos Bares. Lâmpadas neon formavam o nome do lugar, vibrando e atraindo novos clientes como mariposas para o abate. Ele chegou a rir baixinho com a ironia do título.

"Bar do Céu"

Como se já não fosse surpreendente ver Kael liderando a entrada de três menores de idade em um Bar, o anjo ainda cochichou algo no ouvido de um enorme segurança e apontou para trás. Foi o suficiente para que o homenzarrão com cara de pitbull permitisse a entrada de todo o grupo sem fazer nenhuma pergunta.

O interior do bar era tão chamativo quanto sua fachada. Havia uma área com mesas e cadeiras dispostas a poucos metros umas das outras, vários clientes saboreando drinks e petiscos ou apenas jogando conversa fora. Ao fundo, rolava música num espaço mais afastado e dedicado exclusivamente para discoteca, ainda mais lotado do que nas mesas.

O lugar ainda contava com um belo balcão retangular que dava nome ao Bar; pois, dois bartenders musculosos e sem camisa, anotavam e preparavam os pedidos, fantasiados com aureolas de pelúcia e gravatas borboletas.

— Não sabia que tu gostavas de tomar umas, Kael. Estou impressionado. — elogiou Pedro, com um largo sorriso no rosto e deu dois tapinhas no ombro do anjo antes de se dirigir até o balcão, mas logo foi impedido pelo querubim que lhe puxou pelo braço.

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