Capítulo 13 - Cometendo um Crime

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Kara Zor-El  |  Point of View


À noite, fui até a casa dos meus pais e depois do jantar, pedi para conversar com eles.

— Aconteceu alguma coisa? – Meu pai perguntou e eu assenti. — O quê?

— Recebi minha carta de admissão para o Iraque. Vou partir no sábado. – Minha mãe levou a mão ao peito e olhou para meu pai.

— Tudo bem. – Ele falou e me abraçou.

— Tudo bem? Sem sermões e pedidos para não ir?

— Seu pai e eu conversamos muito, e decidimos que não podemos te proteger do mundo e ir contra suas decisões. Você é maior de idade e sabe o que é melhor para você. – Olhei incrédula para eles.

— Quem são vocês e o que vocês fizeram com meus pais? – Eles gargalharam.

— Deixe de ser boba... Vem dar um abraço em sua mãe. – Depois de uma choradinha dela, fui para meu apartamento, fiquei vendo o que podia levar e acabei pegando no sono.

Na manhã seguinte, fiquei martelando se devia ou não contar a Lexie. A bichinha vai sofrer... Vou ligar para ela.

— Oi Kara.

— E ai pirralha? O que faz?

— No momento nada. E você?

— Nada também. Vem aqui pra casa e vamos fazer nada juntas.

— Chego em 20 min. – E desligou.


Lena Luthor  |  Point of View


— Lexie está em casa? – Perguntei a minha mãe.

— Sim, está no quarto. – Dei um beijo em sua bochecha e caminhei até o quarto de Lexie.

— Oi Lexie. – Ela estava se arrumando.

— Oi Tess.

— Vamos lá pra minha casa. Fiz pipoca e podemos assistir a um filme. – Ela passou perfume.

— Não vai rolar Tess. Estou indo na casa de Bianca... Ela está na bad.

— Por quê?

— O gato dela morreu. – Ela disse e saiu.

— Você vai ver Kara, não é?

— Não.

— Sinto que está mentindo.

— Ok. Foda-se... Vou vê-la mesmo.

— Como ela está?

— Bem e não por sua causa.

— Me respeita.

— Eu te respeito... Kara te respeitava... Parece que quem não se respeita é você. Fique aí com sua consciência pesada e sozinha em seu apartamento. – Ela disse saindo e me deixando com cara de babaca na porta.


Kara Zor-El  |  Point of View


Tomei um banho, coloquei um top e uma bermuda. Fiquei sentada na espreguiçadeira em minha varanda. Lembrei de todos os amassos que troquei com Lena aqui e a vontade de vomitar veio novamente. Lexie surgiu na varanda e sentou entre minhas pernas.

— Sabe existe uma coisa chamada campainha e outra chamada mão. Quando não tem campainha, batemos com a mão fechada na porta. – Eu disse e ela mostrou o dedo do meio para mim. — Sabia que eu posso te prender por desacato? – Ela gargalhou.

— Oi para você também, Zor-El.

— Oi Lexie. – Fiquei olhando para ela por um tempo.

— O que foi?

— Tenho algo para te contar.

— Fala.

— Minha carta para o Iraque... – Ela fechou os olhos. — Isso mesmo... Vou neste sábado. – Ela começou a chorar e eu a abracei. — Não fique assim, eu vou ficar bem... Vai ficar tudo bem. – Ela me abraçou forte.

— Não vai... Por favor... É muito perigoso.

— Vou voltar, Lexie.

— Promete? – Ela falou me fitando e eu desviei o olhar. — Viu? – Me abraçou de novo.

— Vai ficar tudo bem. – Peguei a caixinha do meu bolso. — Quero te dar isso. – Ela arregalou os olhos.

— Não posso aceitar... Isso é da Lena. – Ela disse.

— Isso eu comprei para dar pra alguém que goste de mim de verdade... Você é esta pessoa. Esse vai ser o símbolo de nossa amizade. – Falei colocando no dedão dela e depois beijei.

— Você não existe, Zor-El. Minha irmã é a maior idiota deste mundo.

— Não conte nada para ela... Até eu partir. Depois fica ao seu critério. – Ela assentiu. Enxugou as lágrimas do rosto.

— Preciso fazer uma coisa.

— O qu... – Ela pulou em mim, colando nossos lábios. Ficamos neste selinho demorado, até ela passar a língua no meu lábio inferior e colocar a mão na minha nuca. Deixei todas as minhas reservas e regras de lado, colocando a mão na cintura dela e aprofundando o beijo. Minha cabeça ficava me recriminando, mas não conseguia parar. Quando o ar nos faltou, puxei o lábio inferior dela entre meus dentes e o soltei devagar.

— Céus... Minha irmã é maior idiota deste mundo e de outros se existirem. – Gargalhei.

— Sabe que isso é crime, né? – Ela revirou os olhos.

— Sei... sua mala. Foi só um beijo, fique tranquila, não vou aparecer com o caminhão de mudanças na frente do seu
prédio. – Ficamos em silencio por um tempo.

— Não foi só um beijo... Credo! Vai se foder... Você tem que ter algum defeito. Você manda muito bem, Zor-El.

— Você também para uma pirralha. Pena que molha as fraldas ainda. – Ela deu um tapa em meu braço e continuamos a conversa, sem tocar no assunto beijo novamente.


[•••]


No sábado, fui ao aeroporto, mais dois militares do nosso QG foram aceitos. A despedida foi regada a lágrimas. Meus pais, Liza e Lexie.

Ficam aqui quatro motivos para voltar... Queria que fossem cinco... Talvez o quinto motivo fosse o único que pudesse me fazer desistir de tudo.

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We Found Love - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora