Capítulo 60 - Roupinhas e Surpresa

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Lena Luthor  |  Point of View



Depois de duas semanas despedindo pessoas, estamos agora avisando os acionistas que a empresa vai trocar de
dono.

Quando o expediente acabou, fui até o QG buscar Kara. Vamos comprar umas roupinhas para o bebê e ver um berço também. Caminhei até a entrada e eles me autorizaram a entrar. Caminhei até o escritório da minha soldadinho e ela tinha tantos papéis na mesa que quase não podia se enxergar ela.

— Kah...? – Ela levantou. — Tudo isso é trabalho?

— Não... É, é sim. Trabalho... Vamos? – Ela pareceu nervosa, mas eu estava tão empolgada para ir comprar roupinhas
que não liguei.

[•••]

Quando entramos na primeira lojinha, os cochichos começaram na chegada. Óbvio que Kara atraia olhares sempre, mas quando estava fardada, era difícil controlar as vadias ao seu redor. Eu ficava histérica internamente, mas mantinha a calma, pois ela não percebia. Ela realmente não notava o quanto chamava a atenção.

— Posso ajudar? – Uma moça falou olhando para minha Tenente.

— Estamos escolhendo umas roupinhas para o nosso filho. – Falei puxando o braço de Kara e ela abraçou minha cintura.

— Mas nos deixe a vontade, quando nos decidirmos, lhe chamamos. – Dei uma gargalhada interna com a cara que a mulher fez depois que Kara falou aquilo sem olhar para ela. — Olha esse, Lee. – Ela pegou um vestidinho verde... Muito fofo. – Ficaria tão lindo se tivermos uma garotinha.

— Temos que comprar coisas neutras, amor. Não sabemos o sexo ainda.

— Ok. – Ela abriu o casaco e tirou, ficando com a camiseta com seu nome bordado e seus braços definidos aparecendo. Acho que uma das atendentes quase desmaiou. É incrível ela não notar. Ela o atou na cintura e voltou a atenção para o macacão que estava em minha mão. — Esse é muito lindo.

— Pena que é rosa. – Ela chamou uma atendente e elas se empurraram e se estapearam entre elas para vir até nós. Revirei os olhos.

— Tem outra cor deste? – Ela perguntou.

— Tenho lilás e verde. Vou buscar para você. – Puxei Kara pela nunca e dei um beijão nela, serpenteava minha língua de maneira exagerada dentro da boca dela, mas ela gostou, pois me puxou para mais perto. Levei minha mão até a nuca dela, completamente descoberta por seu coque impecável para comportar a boina conforme as regras do QG. Ela apertou forte minha cintura. E ouvimos alguém pigarreando. — Aqui está. – Kara pegou o macacão e colocou sobre o peito.

— Vamos levar todos? – Ela disse em um tom quase infantil e eu fui obrigada a assentir. — Vamos levar os três.

— Mais alguma coisa? – Kara tinha os olhos cravados em mim.

— Não... Estamos com pressa. – Senti um arrepio percorrer minha espinha quando seu tom saiu rouco.

[•••]

Quando o prazo do meu pai acabou, ele fez uma pequena reunião entre os funcionários, com comes e bebes, onde nos brindes o fizeram ouvir um monte de coisas dos ex-funcionários. Eu só ria da cara dele, pois ele pensou que todos tinham aceitado bem a loucura dele. Eu fico imaginando se meu pai é tão rico assim, para poder largar tudo tão jovem.

Após o fiasco da festa, fui para casa e chorei durante o percurso todo

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Após o fiasco da festa, fui para casa e chorei durante o percurso todo. Era como se eu tivesse deixado um pedaço meu lá. Deixei o carro na garagem e caminhei até a porta da frente. Tinha um envelope na frente, com o carimbo de Kara “TZ”. O abri.

“Oi amor! Bom... eu sou péssima com essas coisas, mas hoje sei que você vai precisar, então vou tentar cuidar de você. Essa é a primeira parte da minha surpresa, não é uma coisa grandiosa, mas eu cozinhei e vou te mimar do meu jeito. Amanhã vou te entregar a segunda parte dela. Amo você e entre logo, eu provavelmente vou estar muito nervosa, se eu fizer algo errado ou você achar muito clichê o que eu fiz, releve... Te amo! Sua soldadinho de chumbo”

Quando abri a porta, o chão da sala estava coberto de pétalas de rosas vermelhas. A casa estava com as luzes apagadas, mas havia velas por todos os lados dela. Kara estava servindo nossos pratos.

— Oi amor.

— Kah, isso está tão incrível... – Eu comecei a chorar e ela largou a frigideira na mesa.

— Amor... Eu fiz tudo isso pra você não chorar hoje. Fique bem, amanhã tudo vai se acertar.

— Sinto que minha carreira se encerrou lá. – Ela ficou me olhando por um tempo e tirou o meu avental rosa.

— Ok. Vamos fazer diferente. Vou te entregar a segunda surpresa primeiro. – Olhei estranho para ela. — Vem. – Ela pegou minha mão, mas largou rapidamente e começou a apagar as velas.

— Kah... Está tudo tão lindo.

— Esquece isso. Isso não faz meu estilo mesmo

— Não Kah. Vamos comer, estou com fome e está tarde para sair. O cheiro está fazendo minha barriga roncar. – Falei sorrindo e ela ficou me analisando. Debatendo internamente como é de costume e assentiu. Puxou a cadeira pra mim sentar e foi levar a frigideira até a cozinha.

Comemos em silêncio, eu com minha delicadeza única estraguei todo o clima da surpresa dela e eu sei como é difícil para ela fazer esse tipo de coisa.

— Desculpe Kah. Não queria ter atrapalhado sua surpresa.

— Tudo bem. Só estou me sentindo um pouco estúpida. – Eu fiquei encarando ela por um tempo. — Eu disse alto? – Assenti. — Droga.

— Você não é estúpida, Kah. Está tudo perfeito, o jantar, as flores e as velas. Já enxerguei os óleos na mesa de centro e prevejo uma massagem mágica em minhas costas. Eu amei tudo. Só estou triste por meu emprego, mas vou conseguir outro.

— Vai mesmo. – Ela olhou para o chão e sorriu, mas depois arregalou os olhos. — Eu pensei alto novamente? – Neguei. — Graças a Deus. – Ela disse relaxando o tronco. Eu sorri.

Depois ela levou os pratos até a pia e pediu para eu tirar a roupa. Fui até o quarto e fiquei apenas de calcinha. Quando voltei à sala, ela já tinha colocado uma música suave. Umas das nossas antigas e perfeitas.

— Deite-se de bruços, amor. – Eu fiz. Ela havia ajeitado às almofadas de forma que minha barriga não ficasse apertada
e ela se ajoelhou entre minhas pernas. Deslizou as mãos lambuzadas de óleo por minha coluna depois apertou meus ombros. Aquelas mãos fortes e experientes me fizeram revirar os olhos. Ela apertou minha nuca com os dedões e depois os desceu por toda a extensão de minha coluna. Subiu apertando as laterais do meu corpo e eu estava ficando completamente relaxada. Se há algumas horas eu estava reclamando, agora só estava agradecendo a Deus por ter Kara em minha vida.

 Se há algumas horas eu estava reclamando, agora só estava agradecendo a Deus por ter Kara em minha vida

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We Found Love - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora