Capítulo 78 - Meu pai está certo!

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Kara Zor-El  |  Point of View




— Vai lá, Zor-El. Deixe comigo. – Nos abraçamos.

— Valeu por mais essa.

— Não me vejo lutando ao lado de mais ninguém.

Corri para a empresa de Lena e ela estava chorando na sala dela quando cheguei.

— Olá amor – Ela levantou a cabeça rápido.

— Kah! Você está bem? – Ela disse caminhando rápido até mim.

— Sim amor. Voltei para você.

— Fiquei tão preocupada. A repórter na TV disse que vocês invadiram um complexo do tráfico. Porque você não me avisou?

— Como eu te avisaria, amor? Não podia te preocupar... Não podia...

— E se acontece algo? Não acha que seria pior? Eu saber de uma coisa dessas assim? Eu pensando que você está bem e alguém vem aqui me levar no hospital? Não acha que seria pior? – Lena estava irritada e eu comecei a chorar.

— Eu faço tudo errado, Lena. Eu tento acertar e só erro.

— Não chora, Kah. Eu só fiquei preocupada. – Ela me abraçou.

— Ai! – Ela se afastou.

— Te machuquei? – Eu levantei a camiseta e o local onde havia levado o tiro estava roxo. — Kah! O que foi isso?

— Eu só tomei um tiro.

— Kara! Só?

— Mas eu estava de colete, não é grave.

— Parece feio.

— Por causa do impacto, mesmo com o colete, existem pessoas que desmaiam por conta da dor.

— Estou com tanta raiva de você que nem pena eu consigo sentir.

— Lena... Eu fiz o que achei certo.

— Um certo errado, Zor-El.

— Me perdoa?

— Agora eu estou ocupada aqui, Kara.

— Não faz isso comigo. – Falei embargada.

— Agora não, Kara. – Ser chamada de Kara por ela, doeu demais, se ela tivesse me xingado de um monte de palavrões. — Vai para casa. – Ela disse sem tirar os olhos do computador. — É a segunda que você me apronta na mesma semana.

Dirigi até em casa. Passei uma pomada para dor no meu hematoma e fiquei jogando vídeo game. Depois de um tempo, Alex chegou e se juntou a mim.

— Que cara de velório é essa?

— Lena surtou comigo. Está uma fera.

— Que merda, cara.

— Pois é, meu pai estava certo mesmo. Não mereço a mulher que tenho, só faço burradas.

— Eu vou dar um soco na sua cara se você falar isso novamente.

— Mas é Alex. Só com você eu consigo conversar sobre isso, você pode achar uma bobagem, mas você não sabe o quanto é horrível se sentir assim. Acordar de manhã e ficar vendo a mulher mais linda do mundo do lado e não se sentir suficiente. Todas as manhãs, eu fico pensando no que eu posso fazer para agradá-la e me sinto um lixo quando encontro... nada.

O pai de Lena estava certo, eu tirei uma princesa do castelo e a tranquei nesta masmorra. Você não conhece a antiga casa da Lena. O apartamento dela era quatro vezes maior que essa casa e eu a tirei de lá para colocá-la aqui. Meu orgulho não aceitou que morássemos no conforto e me fez dever até as cuecas para construir isso aqui. Meu pai e o pai de Lena pareceram loucos, mas são os que têm mais noção para realidade. Minha mãe devia ter me perdido, ao invés de ter só problemas na gestação.

— Kara... Não fale uma coisa dessas. Isso é desumano. – Ela disse emocionada e depois me abraçou. — Queria poder abrir sua cabeça e enfiar aí o quanto você é incrível.

— Não sou, Alex. Eu só decepciono, decepcionei meus pais quando a princesinha nasceu com um pau, decepcionei minha irmã, pois eu disse a ela que seria a primeira a levá-la na Disney e agora, o que nunca podia acontecer, decepcionei a Lena. Se ela não estivesse grávida... Eu acabaria com isso tudo.

— Espero que você esteja falando do casamento... – Eu neguei com a cabeça. — Não acredito que você está pensando em se matar.

— Seria o melhor para todos.

— Você precisa de ajuda psicológica...

— Já fui a todos os psicólogos que você possa imaginar “você é uma garotinha especial”... “Você é uma garota especial”... “Você é uma mulher especial”... Foda-se! Eu não sou especial, eu tenho uma anomalia genética, tenho uma coisa que eu não devia ter e isso não me torna especial.

— Eu acho sorte. Ter filhos com seu sangue e que possam ser parecidos com você, eu não posso ter isso. E você tem uma coisa que te torna especial... O seu coração, Zor-El. Você é uma pessoa tão bondosa e nunca faz nada pensando em recompensas. Você acabou de doar um milhão de dólares para seus funcionários, você nem se importou de estar com a bunda na estaca por conta de suas dívidas, você só o fez. A garotinha... Crianças são puras e enxergam dentro de nós, aquela garotinha te olhava como se você usasse capa... Você é especial. – Apenas neguei com a cabeça e segui jogando.

Após um tempo, Lena chegou, colocou seu casaco no cabide e tirou os sapatos.

— Olá Alex!

— Fala branquela. Como está essa barriga?

— Enorme e me matando. Eu não aguento minhas costas. E a Samantha?

— Estamos ficando... Cara... é muito louco. Eu sempre ia até a casa dela na primeira vez que me alistei. Sempre que eu sobrevivia ao impossível, ia até lá e ficávamos nos olhando de longe. Era arriscado pra caramba, mas o sorriso dela era muito gratificante.

— Isso é lindo, Alex Não conhecia esse seu lado romântico.

— Nem eu... Nem eu.

— Vou tomar um banho. Vai jantar aqui?

— Vou. O dia foi cheio, quero comida italiana.

— Tudo bem. Vou tomar um banho e depois eu peço. – Alex assentiu e Lena entrou no quarto. — Atrapalho se ficar aqui?

— Acho que ajuda. Ficaríamos em um silêncio mortal sozinhas. – Falei dando os ombros. — Vou até o restaurante italiano da outra quadra. Lena esqueceu que as entregas estão em recesso essa semana.

— Quer que eu vá com você?

— Não. É rápido.

— Peguei as chaves e sai.



Lena Luthor  |  Point of View



Depois do banho, coloquei um vestido solto e fui até a sala.

— Esqueci que as entregas...

— Estão em recesso. Kara foi buscar.

— Ótimo.

— Já que estamos sozinhas... Preciso conversar sério com você. – Eu assenti, já com medo do que viria.

 – Eu assenti, já com medo do que viria

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We Found Love - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora