Capítulo 50 - Mimar

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Kara Zor-El  |  Point of View


Estávamos jantando em um restaurante, com uma vista espetacular da Torre Eiffel. Lena estava me olhando.

— O que houve? Estou suja? – Falei limpando os cantos da boca.

— Não, amor. Só estava tentando adivinhar o que você estava pensando.

— Na minha cabeça tem um macaquinho batendo pratos. – Ela conteve a gargalhada

— Você é idiota, Kah.

— Sim, por isso o macaquinho.

— Para de me fazer rir. Vão me achar escandalosa.

— Ok... Pense sempre o seguinte. Minha cabeça e formada por lembranças ruins em um canto com a luz apagada. No outro estou organizando meus papéis no QG, mas esses ocupam bem pouco espaço. – Ela repousou o queixo sobre as mãos e realmente estava interessada no assunto. — Em um canto um pouco maior, estou pensando como será depois do casamento. No outro canto do mesmo tamanho que esse, estou pensando nos nomes do meu primogênito. Na outra metade do meu cérebro, sem dividir com ninguém o espaço, esta você. Como você fica linda quando sorri e que o som da sua gargalhada me faz sentir bem.

— Estou muito longe da minha cidade, mas quando escuto sua voz, me sinto em casa. Como você resmunga durante o sono e fica segurando minha mão, mesmo que estejamos brigadas ou algo parecido. Quando você faz isso, sinto que você tem medo que eu vá embora. Eu não vou a lugar nenhum sem você. Não falamos muito sobre nossos sentimentos e medos, mas nós duas os temos... Sabemos disso.

— Também não falamos sobre sexo, por mais delirante que tenha sido, nunca mencionamos ele no dia seguinte. – Eu parei de falar. — Desculpe... Acho que me alonguei no discurso. – Ela limpou uma lágrima do canto do olho dela.

— Tenho medo mesmo. Fico agarrando sua mão para saber que você está ali mesmo. Sentindo você me sinto mais segura, fiquei por um ano agarrada a um fantasma seu. Dormir sentindo sua mão é a melhor sensação do mundo. Não falamos mesmo sobre sexo, tenho medo de que não goste de falar sobre isso. Você é regrada demais e não quero te assustar com isso, mas com o tempo você vai aprender a relaxar. – Assenti.

Depois fomos visitar a Torre. Ir a Paris e não visitar a torre é insano. Fiquei pensando no que ela falou. Chegamos ao hotel e tomamos um banho. Depois me atirei na cama. Fiquei esperando ela sair do banheiro. Ela saiu com uma lingerie vermelha. Vermelho é a cor dela. Porque ela tem que ser tão linda? Às vezes é difícil de acreditar que ela está comigo mesmo.

— Pensativa demais, Srta. Zor-El.

— Você é linda, Lena. Morri de ciúmes daquela cubana metida.

— Kah... Ela é colombiana. – Puta merda!

— Que droga.

— Você não precisa ter ciúmes. Sabe que só tenho olhos para você. Andrea é uma boa amiga e só. – Assenti. Mas eu queria mesmo era ter socado a cara daquela puta. Aquela vadia é uma...

— Kah!

— Provocadora barata.

— Quem?

— Só estava pensando na sua ex aeromoça.

— Esquece ela, amor. Estou falando sobre adiantar nosso casamento. Com a barriga grande, não vou poder escolher o vestido.

— Claro, amor. Se você quiser casamos amanhã.

— Sem nossas mães? Elas nos matariam.

— É mesmo... Quando voltarmos de viagem, organizamos tudo. – Ela se inclinou e começou a beijar meu pescoço. Aproximou seu corpo do meu e acariciava a lateral do meu corpo. Eu queria pedir uma coisinha para ela, mas não sei como... Ou é melhor não pedir e na hora fazer... Não! Assim posso ficar sem nada e de pau duro. Melhor pedir. — Lee...

We Found Love - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora