Capítulo 14 - Lana...

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Kara Zor-El  |  Point of View


Já estamos no campo de concentração, nosso grupo é formado por vinte e quatro pessoas, oito eram mulheres. Agora estamos recebendo orientações.

— E vocês já devem ter ouvido várias reclamações, a farda... – Uns murmuros se alastraram entre quase todos. — Se recomponham! – Todos ficaram calados. — É verdade, ela é pesada e atrapalha muito, mas é a forma de vocês ficarem mais
protegidos. É obrigatório! É para o melhor de vocês. Só foram escolhidos os melhores e mais disciplinados. – Ele pegou uma folha.

— Tenente Zor-El, Tenente Browning, Tenente Wyler, Tenente Danvers. Um passo a frente. – Assim fizemos. — Vocês serão responsáveis por essa tropa. Dividam ela em quatro. Montem uma barraca para a enfermaria, onde o Sargento Hernandez comandará os Cabos Lopez, Lang e Nunes. Se organizem como acharem melhor, a primeira missão começa a noite. Boa sorte e espero vê-los novamente. – Ele bateu continência e todos o saudamos. — Parabéns pela coragem. – Ele saiu e nós quatro nos reunimos.

— Acho que já podemos deixar os grupos como estão. – Olhamos e assentimos para sugestão de Wyler.

— Quem vai montar a barraca? – Danvers falou.

— Deixe com minha tropa. – Falei e eles assentiram.

— Vamos dando umas instruções e depois você se junta a nós. – Browning falou e eu assenti.

Comuniquei minha tropa e pedi para eles pegarem os materiais para barraca. Quando estávamos montando, olhei para a cabo Lang. Como ela era linda, olhos castanhos esverdeados e puxadinhos, cabelo castanho e liso. Quando ela me olhou, fiquei vermelha e sem graça, eu estava encarando ela, mas ela sorriu e isso me fez sorrir também.

Depois que a barraca estava pronta, juntei meu grupo aos demais e fiquei observando as estratégias.

Quando a noite chegou, saímos ao centro da cidade... Caminhávamos entre os destroços da mesma. Olhei para o lado e um casal de soldados conversava, estavam flertando. Quando olhei para frente notei que havia uma pequena elevação de terra. Fiz sinal para todos pararem, mas os pombinhos seguiram conversando. Outro soldado e eu corremos, os empurrando pro lado, mas a arma dele caiu sobre o amontoado e explodiu. Nos arremessando pra longe. Bati na parede de um prédio e o soldado caiu sobre mim.

— Você está bem? – Perguntei.

— Estou... Minha queda foi amortecida. – Gargalhamos.

— Agora levante.

— Ah, claro... Desculpe. – Ele levantou e me ajudou. Quase voei pra cima dos dois desatentos.

— A colônia de férias está boa? Isso não é brincadeira, se arriscaram e arriscaram toda a tropa. Quando voltarmos para a concentração, vocês namoram.

— Nos desculpe Tenente. – Eles bateram continência.

— Fiquem atentos.

— Sua perna, Tenente. – Olhei para minha coxa e havia um rasgo na minha calça. Estava com ela cortada. — Tenho açúcar aqui. – Me sentei e ela jogou açúcar ali. Rasguei a camiseta que vestia por baixo da farda e amarrei ali.

— Agora vamos. – Eles as sentiram e caminhamos até encontrar os outros.

Quando chegamos ao acampamento, o Tenente Wyler e eu fomos para enfermaria. Ele havia enfrentado um grupo no caminho, cortou o braço.

— Começamos bem. – Ele falou.

— Precisamos nos cuidar mais. – Falei e o sargento Hernandez se aproximou.

— Passem ali. Os enfermeiros vão cuidar de vocês. — Aquela belezinha de olhos castanhos esverdeados me chamou.

— O que houve?

— Uma granada me arremessou na parede. – Ela tirou o pano.

— Está feio. – Ela fechou a cortina improvisada. — Tire a calça. – Levantei da maca e tirei a calça. Realmente estava feio.
— Vou pegar uma seringa nova. – Assenti e sentei novamente, com as mãos sobre o meu volume. Ela chegou aplicou uma anestesia no local e alguém entrou na tenda.

— Tenente Zor-El?

— Sim...

— Danvers não voltou com sua tropa... Devemos buscá-la.

— Ok. Vai à frente, alcanço vocês logo. – Wyler assentiu e fechou a cortina. Depois abriu novamente.

— Você tem um pênis?

— Tenho... Sou intersexual.

— Que irado! – Ele disse e saiu.

— Sente isso? – Ela disse colocando uma pinça em meu ferimento. Neguei. — Você aceitou bem sua condição desde cedo?

— Sim, meus pais me disseram que eu era diferente das outras crianças e quando eu fiz doze anos, eles me explicaram tudo direitinho.

— Você achou o que?

— Nunca pensei muito nisso, na época só me preocupava em brincar de esconde-esconde. – Ela sorriu. — Como é seu nome?

— Lana e o seu? – Peguei a mão dela, tirei a luva e beijei. Ela sorriu e corou.

— Kara... Prazer! – Ela colocou a luva novamente.

— Prazer. – Ela continuou a dar os pontos. — Tem namorada?

— Não, e você?

— Não.

— Você fica com garotas?

— Não.

— E com meia garota? – Ela gargalhou e eu sorri.

— Está me assediando?

— Estou.

— Sabe que é proibido?

— Sei.

— Isso que você foi eleita pela disciplina. – Sorri.

— Eu não sabia que mandariam uma enfermeira tão linda. – Ela corou novamente.

— Você é muito galante, Tenente Zor-El. – Ela passou uma pomada e fez um curativo. — Hoje vou ficar de plantão. Quando voltar da busca, venha limpar ele. – Assenti e coloquei a calça. Cheguei bem perto dela, quase encostei minha boca na dela...

— Muito obrigado. – Ela fechou os olhos e assentiu devagar. Não ia beijá-la, mas na nossa condição... Não sabemos quando vamos voltar e se vamos voltar. Então colei nossos lábios e pedi passagem com minha língua, ela cedeu, levando a mão a minha nuca. Foi muito bom... Meu coração não acelerou como sempre fazia, mas eu gostei. Quando o ar me faltou, nos separei e dei um selinho nela.

— Eu que agradeço. – Ela disse e eu sorri. — Te espero a noite. – Arqueei uma sobrancelha. — Pra fazer o curativo...

— Que pena. – Ela me deu um tapa no braço e eu me virei para ir embora. Antes se sair, olhei pra ela e ela estava mordendo o lábio e olhando pra minha bunda. — Que feio... – Ela me atirou a almofadinha da maca. – E eu saí gargalhando.

 – E eu saí gargalhando

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Cabo Lana Lang

We Found Love - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora