Capítulo 29 - Kar... Lena?

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Kara Zor-El  |  Point of View



Estamos em uma Van. Com quatro caras com o rosto coberto e um dirigido a mesma. Nosso grupo está em seis. Obviamente isso é bom. Levei a mão no bolso de trás e peguei um isqueiro. Droga! Meus pés estão amarrados também. Estamos sem a roupa de proteção e sem capacete, estamos descalços e agradeço pelo cara que me revistou ser tão desleixado para me deixar com o isqueiro. Escutei mais um barulho de isqueiro e queimei a corda. A van era um caco, batia tudo e alguém se soltou. Começou um tiroteio, mas algum gênio acertou o motorista e a van se desgovernou. Apaguei.


Narrador  |  Point of View


Kara abriu os olhos com uma dor terrível na cabeça, outra pior na perna e com um corte no abdômen. Se arrastou pra longe da Van que estava demolida e notou um vazamento. Não conseguiu levantar, mas se arrastou o mais rápido possível. Ela não lembrava porque estava ali, o que estava acontecendo e o pior... Não lembrava o nome. A van explodiu e ela continuou se arrastando. Depois de uns metros, levantou e caminhou, mancando muito.

Depois de horas revezando entre caminhar e se arrastar ela avistou uma casa. Se arrastou mais rápido, pela perda de memória, não sabia que podia ser mais arriscado bater na porta de alguém, do que ficar no meio do deserto.

Bateu na porta, uma morena abriu a mesma e foi tudo que ela viu antes de apagar novamente. A família Árias, era uma família boa e alheia a guerra. Ajudou Kara mesmo que ela portasse farda de militar. Patrícia lhe deu um banho, enquanto Samantha preparava uma compressa e água morna colocando no quarto. O Samuel ajudou a esposa a colocar Kara na cama e começaram a fazer curativos. Foram dormir depois disso, mas ficaram revezando para que Kara “A forasteira” por enquanto chamada por eles, não se assustasse ao acordar sozinha.

Quando Kara acordou, Samantha sorriu.

— Olá. – Samantha falou. — Como se chama?

— Não lembro.

— Você bateu a cabeça, mas o transporte só passa amanhã para cidade. E poderemos te levar ao hospital. Mas já demos os pontos na perna e ela vai ficar boa.

— Muito obrigado. Nem sei como agradecer.

— Mas lembra como aconteceu?

— Acordei em um acidente de carro e me arrastei até aqui. A van explodiu assim que saí.

— Descanse um pouco. Vou preparar algo para você comer. Meu nome é Samantha.

— Prazer... Talvez o meu seja... Lena? Esse nome me diz algo... É um nome que consigo lembrar, deve ser meu nome.

— Ok Lena. Já volto.


Lena Luthor  |  Point of View


Agora estamos no QG. Robert está gritando com o representante que trouxe a mochila de Kara. Faz um mês que estão procurando.

— COMO ASSIM ELES ESTAVAM EM CAMPO? ELES TINHAM QUE TER UM TEMPO DE DESCANSO EM UM HOTEL CUSTEADO POR VOCÊS.

— Esse privilégio é só para novatos, General. Sua filha tinha um talento nato.

— Onde está o talento nato dela agora? Onde ela está?

— Estamos fazendo todos os dias às buscas, mas o embaixador acha que eles foram sequestrados. – Alura tornou a chorar e eu a abracei. Liza estava com meus pais. — Desculpe General. É o que temos por hora. – Caminhei até eles e peguei a mochila. Peguei a mão de Alura e caminhei até o carro.

— Vamos pra casa? – Ela assentiu e dirigi até a casa dela.

— Você não chorou Lee?

— Não sou de chorar, mas ontem à noite o fiz. Não dormi, só chorei. – Chegamos à casa a dela e sentamos no sofá. Abri a mochila e havia um caderninho. Era um tipo de diário. Começamos a ler.

“Na primeira vez, gostei da adrenalina e da excitação... Parece que o efeito da droga passou”.

“A cada colega que morre ou é ferido, me sinto cúmplice porque eles lutaram por mim. E me sinto honrada por não ter feito sacrifício semelhante”.

“Eles estão por todos os lados da rua, nos telhados, nos becos, na estrada dos prédios, nas janelas e descarregando as armas em nós. Atirei, atirei e atirei, mas eles não sumiam, eles multiplicavam.”

“Hoje meu superior falou: — Você está com a metralhadora agora, Tenente. Não está na guarda da escola ou do supermercado. Vire-se! Se proteja e me proteja. Coloque seus problemas, suas mortes e seus traumas no bolso. Retire-os só quando sairmos daqui”.

“A realidade João Paulo II foi o grande sábio quando disse que a guerra é uma grande derrota para a humanidade”.

“Se eu morrer, tenho certeza que irei para o céu porque passei meu tempo no inferno aqui”.

“Meu pai estava errado quando vim à primeira vez pra cá. Ele disse: — Você tem pessoas que amam você, se você não nos ama de volta não ama nada. — Errado mesmo. Eu o amo com toda minha vida e ele é um herói. Amo minha mãe, essa calmaria, esse ser iluminado, que dá equilíbrio na vida destes turrões. E amo Eliza, minha pequena princesa. Amo Lexie com aquele jeito de criança que adora debochar do meu jeito careta. E principalmente, amo Lena. Aquela personificação de anjo, que está a cada segundo comigo, na foto nossa que carrego no capacete. Lena é o grande amor de minha vida, amo tanto que fico fraca e forte ao mesmo tempo, mas estou aqui... Defendendo meu país. Não era por não amar... Estou aqui porque amo demais tudo em minha vida”.

— Eu também te amo, Kah.

— Eu também minha filha. Vamos orar Lena.

“Trás ela de volta pra mim, Deus. Sinto que ela está viva, mas precisa da sua proteção”.

Nunca fui uma pessoa religiosa, mas tenho rezado desde o dia que ela foi para lá. Rezo sempre que posso.

 Rezo sempre que posso

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We Found Love - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora