Capítulo 33 - Histórias

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Kara Zor-El | Point of View




No jantar contei tudo que passei por lá.

— Depois que saí da frente da metralhadora, meu general ficou no meu posto por 30 segundos e depois de me fazer gargalhar, a cabeça dele explodiu e enquanto eu limpava meu rosto, e tirava os pedaços dele da minha farda, eu ouvia um gritando “Explodiu. Explodiu”. Senti uma dor na cabeça e apaguei.

Quando acordei, estava em uma van, com uma arma apontada na cabeça, peguei um isqueiro e tentei queimar a corda. Quando consegui, alguém também conseguiu e começaram a atirar dentro da van. O gênio acertou o motorista e a van capotou. Quando acordei novamente, minha cabeça doía e eu não lembrava nada, do porque estava ali. Caminhava e quando eu não aguentava mais a dor, eu me arrastava. Caminhei por um bom tempo, avistei uma casa no meio do nada. Na hora por conta da falta de memória, nem pensei que poderiam ser inimigos. Bati na porta e uma morena abriu. Novamente apaguei. Acordei com ela de vigia, os Árias me trataram muito bem, fizeram curativo e me levaram no médico. Mas como eu só conseguia lembrar do nome Lena, quando eles iam ao parlamento, porque eu não podia caminhar muito, ninguém procurava por Lena nenhuma. - Lena me abraçou de lado e repousou a cabeça nas minhas costas. — E virei meio que uma faz tudo lá. Arrumei do chuveiro ao carro.

— Bem a sua cara. – Minha mãe falou.

— Sim. Quando a Patrícia pediu pra ver se eu conseguia arrumar um toca discos antigo... Foi aí que recuperei minha memória. Começou a tocar Sailing e um turbilhão de memórias voltou com a música. E agora estou aqui.

— Isso parece filme. – Matt falou.

Depois de conversamos mais um pouco, fui até a varanda e respirei um pouco. Estava cansada e com uma dor de cabeça horrível. Senti minha cintura ser abraçada, era Lena.

— Está bem amor? – Ela disse e beijou minha nuca.

— Estou com dor de cabeça. – Me virei e a abracei. Com o rosto em seu pescoço, ela beijou meu rosto e pescoço.

— Vou cuidar de você agora. Não fique triste, não foi sua culpa. – Me endireitei e fitei seus olhos.

— Como você sabe?

— Vi como ficou depois que falou do General. Não foi sua culpa.

— Não consigo não pensar em certas coisas.

— Vou buscar um analgésico pra você. Já volto. – Ela me deu um selinho demorado e saiu. Matt se aproximou.

— Oi guerreira.

— Oi.

— Então... Não tem nenhuma história da guerra pra contar.

— Tenho várias!

===== Flashback On =====

Estávamos no centro da cidade e um homem se aproximou, gritando que estava com uma bomba no corpo. Todos apontaram as armas para ele, mas o tradutor começou a gritar.

— Não atirem. Ele é um homem bom, colocaram a bomba nele, mas ele desistiu. – O homem caminhou um pouco.

— Não se aproxime. Fale pra ele ficar onde está. – O General gritou e o tradutor falou com o homem que insistia em andar. — Mais um passo e abriremos fogo. – Quando o tradutor gritou o alerta do General, o homem parou e começou a chorar. Cheguei perto do tradutor.

— Diga pra ele abrir a blusa. – Falei e o General se aproximou.

— Não Tenente, ele está nos enganando.

— Eu não tenho certeza.

— Me aproximei e o homem andou até mim. Pedi para o tradutor o mandar deitar no chão e ele o fez.

— Oi. – Peguei um alicate no bolso. Ele fala um monte de coisas.

— Ele disse que tem mulher e três filhos. – Cortei o fio amarelo e retirei a bomba do corpo dele.

— Diga pra ele que pense na mulher e nos filhos antes de pendurar uma bomba no corpo.

===== Flashback Off =====


— Ele me agradeceu e foi embora. – Lena me trouxe a água e o analgésico. Tomei.

— O que conversamos sobre perguntas da guerra?

— Desculpe Tess.

— Vamos pra sala. – Lena me puxou pela mão e meus pais conversavam animados com os pais dela. Bonnie e Lexie estavam na bolha delas. Lena foi até o som e colocou uma música. Me puxou para um canto da sala e começou a dançar comigo.

— Dançamos agora? – Perguntei.

— Não gosta?

— É diferente... Mas é bom.

Ficamos dançando, depois de um tempo, Lexie e Bonnie se juntaram a nós. Lena escondeu o rosto na curva do meu pescoço. Senti uma lágrima escorrendo no mesmo.

— Hey! Não chore minha linda. Eu estou aqui.

— Por cinco meses? Depois vamos passar por tudo de novo?

— Depois conversamos sobre isso. Vamos aproveitar a música boa.

— Percebi que não sou nada sem você, Kara.

— Eu também não vivo sem você, mas eu já sabia disso antes da guerra. Amo você, Lena. Você me fez questionar muito sobre tudo. Vamos sentar e conversar sobre isso, mas hoje eu só quero aproveitar a parte boa. – Ela assentiu.

— Desculpe.

— Tudo bem. – Quando percebemos, todos estavam nos acompanhando na dança. Até Matt dançava com Liza. Ficamos com as músicas bregas e melosas até tarde.

 Ficamos com as músicas bregas e melosas até tarde

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We Found Love - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora