We Found Love - Adaptação Karlena

Capítulo 100 - Verdades

Kara Zor-El  |  Point of View

Após colocarmos os meninos na cama, fomos nos deitar. Lena pegou o livro dela e ligou o abajur, começou a ler. Abracei a cintura dela e repousei minha cabeça no colo dela. Ela ficou fazendo massagem na minha cabeça.

— Vai me contar porque eu cruzei com Robert quando fui te visitar hoje? – Me virei para olhar ela.

— Não sei se fiz a coisa certa.

— Me conte...

— Transferi meu pai para África. – Ela fechou o livro e me encarou.

— Qual é seu medo?

— Que ele nem volte para Cuba e fique aqui para me infernizar.

— Mas ele seria expulso se fizesse isso.

— Sim.

— Olha, Kah. Ele viajou até aqui para implorar a filha que ele tratou como nada por anos. Ele não quer perder os benefícios

— Ele pode morrer por lá... – Eu disse enquanto brincava com os cabelos dela. — E se ele morrer?

— Você podia ter morrido na guerra, Kah. Ele só vai para uma base que passa dificuldades, mas nem perto do que você passou. E você está aqui, pois você é determinada. Não fique se culpando, você está protegendo sua família.

— Preciso conversar com Eliza... Ela não está me atendendo.

— Pare de pensar tanto, meu amor. Descanse sua mente.

— Essas semanas têm sido angustiantes.

— Logo tudo vai ficar bem, amor. – Ela largou o livro e desligou o abajur. Ficamos no escuro e ela me abraçou. Beijou minha nuca e segurei as mãos dela. Peguei no sono enquanto ela fazia carinho com o nariz na minha nuca.

[•••]

Cheguei ao apartamento de Eliza. Era sábado, por mais que ela não me atendesse, não devia trabalhar.

Toquei a campainha e fiquei esperando. Logo ela abriu a porta.

— Kara... Ainda está irritada comigo? Se estiver, prefiro não conversar. – Abri meus braços e ela correu para mim. Me abraçou forte. — Me desculpe... Eu só achei que era o certo.

— Acho que devo te contar algumas coisas.

— Entra. Vou pegar um café para você. – Assenti e entrei. Sentei no sofá e liguei a TV enquanto ela não voltava. Ela chegou e me entregou a xícara. – Sem açúcar e bem forte.

— Obrigada, pequena. – Após três goles, deixei a xícara sobre a mesa de centro. — Conversei com a mama antes e ela concordou que tivéssemos essa conversa. – Ela assentiu. — Você já é uma mulher feita, mas ainda é cedo para namorar.

— Kara! Já fiquei para titia...

— Mas é cedo ainda...

— Kara! Não é sobre isso que vamos falar, é?

— Não, mas é bom sempre deixar claro.

— Desisto!

— Ótimo. Vou fazer um resumo, pois nem gosto de falar sobre isso. – Ela revirou os olhos. — Pequena, você sabe que sou intersexual, nossa mãe aceitou isso muito bem, mas o Robert não. E quando você nasceu, ele me deixou ainda mais de lado. Ele sempre quis uma garota, e mesmo que eu tenha aparência feminina, não o agradei.