Prólogo

13.8K 683 26
                                    

Prólogo

- Me prometa que irar tentar mi amor. - O câncer havia destruído vovó. Dona Rosaria sempre foi uma mulher forte e vê-la assim enferma sobre uma cama dilacerava meu coração.

- Vovó já conversamos sobre isso, eu não posso estudar, não agora. Preciso cuidar da senhora, da casa e trabalhar. - desconverso.

- Maya você está com vinte e três anos, já era para estar acabando seu curso. Eu sinto muito tê-la privado de seus estudos. - me lembro como se fosse ontem. Eu cursava o último ano do ensino médio, nós duas fazíamos planos de nos mudar para a capital. Eu iria iniciar minha vida acadêmica, e ela abriria um restaurante. Foi quando a doença apareceu e forçadas mudamos todos os nossos planos. Jamais me arrependeria de largar tudo pela vovó, ela era minha vida, eu vivia para dar uma vida decente a ela.

- Vamos pensar nisto em outra hora, tudo bem? - acaricio seus cabelos ralos e grisalhos que estavam crescendo. A doença a fez envelhecer anos. Seu corpo agora era magro e seus ossos visíveis. A única coisa que não mudou foi seu olhar meigo que transbordava amor, mesmo com toda a dor ele era o mesmo.

- Mi amor, minha hora está chegando você sabe. Eu quero lhe pedir algumas coisas. -respirar era um grande esforço. Seus médicos me aconselharam a não demonstrar minha dor em sua frente, mas na maioria das vezes eu falhava.

- Não vovó... Por favor! - as lágrimas brotam de meus olhos.

- Apenas escute e, por favor, se puder as faça. - a doença apareceu há três anos. No começo era uma simples dor em uma das pernas. Teimosa como só procurar um medico foi uma batalha. Culpo-me por não ter insistido mais, talvez se a convencesse a procurar ajuda antes poderíamos ter descoberto precocemente. Hoje a doença se espalhou por completo. Nesses anos nunca paramos de lutar ficamos algum tempo em remissão, mas quando a doença voltou destruiu tudo.

- Diga-me o que a senhora quer. -dou um beijo em sua bochecha. - Posso me deitar com a senhora? - Os médicos nos aconselharam a voltar para casa, o destino era certo e o conforto de seu lar era melhor que o hospital. A única coisa que ela não poderia ficar sem era o balão de oxigênio. Só ele custava mais de uma semana de meu salário.

- Claro mi amor venha. - me aconchego em seus braços.

- Estou machucando a senhora?

- Não querida. -outro respiro fundo. - Bem a casa está hipotecada por causa do meu tratamento e com seu salário não vai conseguir paga-la. -trabalho no Pepe's café. Senhor Pepe é um homem maravilhoso, mas não pode me pagar muito. Ele sempre compreendeu a doença da vovó, quando precisava faltar ele entendia e não me descontava o dia. Vovó é uma cozinheira maravilhosa, antes de tudo ela trabalhava em um grande restaurante. É claro que foi mandada para o olho da rua assim que descobriram sua doença, recebíamos uma quantia em dinheiro do governo, mas bem abaixo do salário que ela costumava ganhar.

- Eu me viro vovó.

- Não! Você não vai precisar desta casa quando for para a capital para estudar. -prefiro não discutir. - Desde quando seus pais morreram eu deposito uma pequena quantia de dinheiro em uma poupança que fiz para você. -meus pais morreram em um acidente de carro quando eu tinha três anos. Sofria por não me lembrar deles. - Não é muito, mas acredito que você poderá viver alguns messes na capital até arrumar um emprego. Quando eu partir, por favor, me coloque junto ao seu avô. - Não conheci meu avô, apenas a historia de amor deles que vovó contava. - Quero ficar perto dele e de sua mãe.

- Certo vovó.

- Agora vá em minha penteadeira e abra a primeira gaveta. Lá dentro tem um envelope, quero que pegue para mim, por favor. - me levanto com cuidado para não machucá-la e faço o que ela me pediu, lembro-me de quando me sentava ali e ela ficava longos minutos penteando meus cabelos, já me dói a saudade.

- Essa carta é sua confirmação da inscrição para o vestibular de bolsistas da Universidade Guillermo Capucho.

- Como a senhora fez isto? -pergunto pasma.

- Tenho meus jeitos. -ela sorri. - Lembra-se quando Pepe veio me visitar semana passada? -ele sempre fazia visitas à ela, chego a acreditar que já foram namorados no passado.

- Sim.

- Pedi a ele para fazer, eu sabia que você não iria se inscrever mesmo se eu lhe desse umas boas palmadas. -ela estava certa.

- Agora me prometa que fará essa prova.

- Sim vovó eu prometo.

Mi amor - Meu amor em espanhol

Universidade Guillermo Capucho - Nome fictício.

DOCE DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora