The Inevitable Decision

1. A performance da realeza

O tempo estava agradável naquela época do ano, já que o sol fazia-se presente e trazia consigo ânimo para realizar atividades rotineiras. Os raios da manhã adentravam o Palácio de Silverwolf, iluminando a sala de dança que ficava perdida entre os inúmeros cômodos do casarão (nem mesmo o rei George tinha conhecimento da existência dela). Nas paredes que não havia espelhos ou cortinas, estavam estampadas fotos de famosos dançarinos, inclusive de Rudolf Nureyev, bailarino nascido na antiga União Soviética, que enfrentou seu próprio país na Guerra Fria para tornar-se um sucesso. Ele era só uma das inspirações que o príncipe Anthony possuía, até porque seu amor pela dança circundava vários estilos.

Naquela manhã, Anthony havia acordado mais cedo só para matar a saudade de dançar. Cada vez mais suas responsabilidades dentro do reino aumentavam, bem como o momento de assumir o trono de Macelong se aproximava, impossibilitando que o príncipe tivesse tempo para realizar seus hobbies. Já estava com quase 21 anos, e apesar de tão jovem já carregava sobre si um fardo imenso. Ademais, Thony realmente detinha de uma aparência majestosa, era alto, tinha um corpo atlético e forte, resultante das atividades físicas que praticava e da dança, era loiro e possuía olhos azuis, assim como seu pai. Ele era um retrato vivo do que seria um "príncipe encantado".

Sempre fora muito maduro, mas quando alcançou idade suficiente para entender o que de fato o futuro lhe guardava, ele levou aos seus pais sua insatisfação. Thony tinha planos, esses que seriam impedidos por uma coroa no futuro. O garoto não aceitava que as realezas de Macelong pudessem ter condenado seus próprios filhos a algo tão retrógrado.

Com o passar dos anos seu descontentamento não diminuiu, acordava todos os dias rezando para que o fato de possuir um título real fosse um sonho e ele pudesse seguir a vida que sonhava, indo para os Estados Unidos, sendo aceito na The Juilliard School em Nova York e tornando-se um famoso dançarino, encontrando o amor da sua vida e vivendo um felizes para sempre totalmente diferente dos livros de príncipes e princesas ao qual ele estava destinado. Porém, apesar da contrariedade, aos poucos ele passou a entender a decisão do seus pais e dos monarcas de Flareland. A Ilha passava por um momento difícil e parecia não haver outra saída, e acima de tudo, respeitava os governos de Macelong, que ao longo dos anos tornou possível a harmonia.

- Vossa Alteza, o rei George pede sua presença no salão geral. - Clarice disse à Anthony que estava concentrado em sua coreografia.

- Clarice você me assustou! - falou à governanta que estava presente em sua vida desde que se entendia por gente. Uma das únicas que sempre o apoiou em sua paixão pela dança.

- Desculpe, meu menino!! - ela respondeu graciosamente como gostava de chamá-lo. - Porém se apresse, seu pai não está no melhor dos humores hoje.

- E quando ele está?! - bufou parando a música que tocava na caixa de som. - Já estou indo, obrigado por avisar.

Clarice saiu e Thony apressou-se em pegar suas coisas para tomar um rápido banho e encontrar seu pai. Caminhou de forma acelerada, sentindo seu estômago roncar já que não havia comido nada ainda, tudo que queria era poder se deliciar com a comida do palácio, mas o dever lhe chamava.

- Bom dia, Pai! - disse adentrando o recinto. - Em que posso ajudar?

- Sente- se. - respondeu ao filho sem olhá-lo, estava concentrado no tablet que estava em suas mãos. - Preciso saber sua opinião sobre como poderíamos resolver esse impasse.

No telão daquele salão apareceu uma notícia: " Rebeldes espalham cartazes contra a unificação de Macelong". Não era incomum aqueles que se diziam contra a decisão tomada há anos atrás pelos monarcas, muitos acreditavam que manter os reinos separados era o melhor para ilha. Essas pessoas, conhecidas por seu fanatismo e "patriotismo", em geral concentravam-se em Silverwolf. Revoltados, acreditavam que Flareland sempre teve privilégios no país, sentiam-se menosprezados, por isso achavam inaceitável passarem a viver como um povo só.