The Inevitable Decision

33. É necessário sentir a dor

Hoje eu vou indicar House of cards - BTS, sinalizei o parágrafo com itálico e negrito para vocês darem o play na música. Boa leitura ❤️

ஜ══════♕══════ஜ

O barulho da chuva indicava que aquele era um dia para ficar aconchegado na cama. E era exatamente isso que Leo e Thony estavam fazendo. Os dois estavam no quarto de Anthony, deitados e aproveitando o calor do corpo um do outro. Leo recebera a notícia que suas aulas foram antecipadas, então mais do que nunca o tempo juntos estava esgotando. Leonard conseguia enxergar o esforço que Thony fazia para não transparecer o quão triste estava. Não porque queria que o mais novo pensasse que ele não se importava, mas na tentativa de não preocupá-lo.

Só que algo que ele havia aprendido nos últimos meses era a necessidade de ser corajoso. E boa parte desse aprendizado havia sido adquirido com Anthony. O príncipe lhe ensinara que a coragem é essencial quando nos permitimos viver intensamente. E agora Leo entendia que essa forma de viver era a única possível para si. Nada de esconder-se em medos ou inseguranças. Tudo aquilo que estavam vivendo era uma grande batalha. E todos sabem que em guerras o lado mais racional vence. Era momento de acolher sentimentos, e não entendê-los como um fim. Era apenas o começo de toda uma vida.

Aquele quarto em que estavam guardava lembranças que ambos jamais esqueceriam. Todo o palácio, cada cômodo era um lembrete do que tinham vivido. Um aviso de que deveriam ser gratos por terem se conhecido.

- Anthony? – Leo o chamou após minutos que estavam em silêncio.

- Diga, meu bem.

- Eu fiz uma música. – sentou-se ao falar, encarando o outro. – Eu fiz uma música para você.

- E eu posso ouvi-la? – perguntou sem conseguir conter o sorriso largo.

- Eu gostaria de cantá-la agora, se me permitir.

- Eu amaria que cantasse para mim.

Anthony sentou-se na cama e viu o mais novo levantar-se e pegar um violão que estava ali e retornar para cama.

- Não sabia que você tocava. – disse surpreso.

- Piano, violão e violino. – falou como se não fosse nada demais.

- Uau?! Eu sabia que você era multitalentos, mas estou sempre me surpreendendo com o quão incrível você é.

- Por favor, não me deixe mais envergonhado do que já estou em fazer isso. – sorriu, evidenciando o rosto corado.

- Não há motivos para isso. Você sabe que eu amo absolutamente tudo que você faz. – a frase só deixou Leo mais vermelho.

- Anthony!! Eu pedi para parar. – gargalhou junto ao mais velho. – Bem, é a primeira vez que eu mostro alguma composição minha para alguém. E acho que essa pessoa tinha que ser você. E mais do que isso, a letra tinha que ser sobre você...sobre nós.

Anthony ajeitou-se na cama, como se estivesse prestes a ouvir a coisa mais importante da sua vida. Leonard respirou fundo e começou a dedilhar o violão. Somente aquilo foi o suficiente para fazer que um frio se apossasse da barriga do outro. Não só seus ouvidos trabalhavam, mas ele observava cada detalhe de Leo. A forma como seus dedos tocavam o instrumento. O rosto sereno e concentrado. Sentiu o amor que estava ali.

A música falava sobre quando alguém se torna um lar para o outro. Quando a vida deixava de ser uma rotina monótona e ganhava cores. Falava de sentimentos que não deveriam existir, mas surgiram. Sentimentos que cresceram, mesmo diante de milhares de barreiras impostas. De quando o amor é tão nítido que não é necessário afirmá-lo com palavras.