BERLIM • 2024
Ela estava cinco minutos atrasada, mas não podia culpar a si mesma. Sam Wilson havia convocado sua presença de última hora em um pátio na Alemanha, sem detalhes além do essencial. Levou cerca de treze horas até se aprontar aquele momento, o sol queimava sobre sua cabeça quando pisou na calçada do local que combinaram de se encontrar.
Parou alguns segundos para analisar a fachada, era um prédio grande, mas estava precisando de uma mãozinha. A mochila pesava mas costas e mesmo com os óculos escuro os raios solares ainda incomodavam, de modo que franziu o nariz numa mania ao levantar a cabeça para olhar o telhado, analisando qualquer sinal de armadilha.
Feito o perímetro, ao entrar não demorou para encontrar Sam escorado na parede próximo a porta. Onde estavam era coberto mas desprovido de qualquer móvel, para compensar, a abertura em uma das paredes parecia levar a algo maior.
O sorriso no rosto do Falcão apareceu logo quando viu os fios de cabelos loiro-escuro aparecerem pela porta. Desencostou-se da parede e tomou a garota nos braços em um abraço apertado.
— Estava com saudades, Anna — ele disse.
Ela o apertou tão forte quanto, desde o blip sentia falta dos amigos que fez ao longo dos anos. Sentia falta de muito coisa. E de muita gente. Seu coração se apertou no mesmo instante, como se protestando contra o vazio que sentia, Anna conteve aquilo dentro de si pressionando os olhos fortemente enquanto ainda tinha o queixo apoiado no ombro de Sam. Quando se separaram, havia apenas um sorriso no rosto dela, era bom vê-lo ali e merecia aproveitar o momento.
— Também senti sua falta. — Então, foi traga de volta rapidamente a realidade. Sam não a havia chamado ali para sentimentalismo, ele pedira sua ajuda. — Mas então, por quê queria me ver?
Ele soltou um suspiro cansado, voltando aos problemas reais.
— Já ouviu falar algo sobre os Apátridas?
— O grupo terrorista? Já sim. Estão roubando alguns suprimentos para distribuírem aqueles que estão sendo deixados pelo programa do governo, tem um grande apoio populacional a propósito. Se quer minha opinião, eles não estão todo errados.
— É, mas eles também tem oito super soldados com eles.
— O que? Não pode estar falando sério. Como é possível? Da onde veio o soro?
— Não sabemos ainda, posso explicar tudo para você, mas tenho que ir. Madripoor pode ter algumas respostas, queria que me ajudasse a acha-las.
— Acabei de pegar um vôo de oito horas, quer que entre em mais um para Singapura? — O tom era de pura reclamação, mas ambos sabiam que Anna iria.
— Você vai fazer isso por mim, hã? — Sam sorria, abriu os braços e com os indicadores apontava para si mesmo.
Anna riu, aproveitando o som que escapou de si mesma. Empurrou um dos ombros do homem e revirou os olhos quando passou pelo herói e tomou a frente pela única saída aparente.
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Recomeço | Bucky Barnes
FanfictionO mundo estava diferente. Há cinco anos metade da vida na Terra havia desaparecido em um estalar de dedos mas, agora, todos haviam voltado tão repentinamente quanto sumiram. Necessitando de amparos, o mundo conta com o Conselho de Repatriação Globa...