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Alemanha • 2016

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Alemanha • 2016

Depois que eles resolverem os problemas de sono, Bucky se permitia dormir em horários específicos. Deitava-se logo depois que Anna ia deitar e sempre levantava primeiro do que a garota.

Atkinson achava ridículo, mas fora um trato, e se aquilo o deixasse um pouco mais confortável, que assim seja.

Aquele dia específico, no entanto, o sono de Anna escapou antes das cinco da manhã, arrancando-a da cama em minutos. Para evitar barulhos dentro da casa e deixar que o Soldado apagado em seu sofá descansasse um pouco mais, vestiu roupas de ginástica e correu pela cidade por quase uma hora. Já estava cansada quando deixou a água quente limpar seu corpo e usou de roupas frouxas e confortáveis, garantindo que o aquecedor estivesse ligado — para Bucky não sentir o frio que fazia lá fora — quando passou do seu quarto para a cozinha com os braços amarrotados de papéis e canetas.

Espalhou pela pequena mesa de vidro dois livros e um caderno, e deixou ao lado o estojo cheio de canetas coloridas, apoiando o notebook com pesquisas e aulas a sua frente. Levou até às nove da manhã quando Anna já estava com a cabeça cheia, sentia-se bem em alimentar o que conhecia, mas precisava de uma pausa.

Barnes estava demorando para levantar mais do que o costume, incomodando Anna com o silêncio contínuo e mórbido que fazia a casa sem seus comentários secos e mal humorados que ela se acostumara.

Se quisesse ser sincera, gostava. Implicava com seu mal humor mais do que realmente estava presente. Desde que se conheceram melhor, em Utreque, já fazia muito tempo que Bucky não era mais um cara idiota e rabugento. Conversavam sobre banalidades com a mesma frequência que assuntos sérios e decisivos, e ele parecia gostar da conversa também, porque não fazia o tipo que forçava o assunto a morrer.

Ela estava se acostumando rápido e fácil demais. A combinação que pode deixar qualquer coisa um extremo perigo.

O ronco no estômago é a gota d'água para abandonar os estudos. Fecha de mal jeito os livros e anotações sobre a mesa e troca a aba de aula sobre o Novo Mundo por sua playlist de músicas favoritas. Cansada do ronco de Bucky e sabendo que já não era tão cedo, Atkinson não se importava mais em fazer barulho.

Ela desliza o dedo pelo tablet para trocar videoaulas por videoclipes, usando do volume máximo. Ela se levanta ao ritmo da música, fazendo a cadeira ranger quando empurrada para trás, e alterna passos de dança com a produção de dois sanduíches para matar sua fome, cantarolando a melodia vez ou outra.

O zumbido em seu ouvido vai ganhando altura e Bucky começa a tomar consciência. O rosto se repuxando com incômodo e os olhos pressionados antes de se abrirem apenas para fecha-los outra vez e evitar a claridade forte. O som insistente na sua cabeça agora pode ser compreensível em uma música alta e agitada, transmitindo uma energia que ainda não estava pronta em Bucky.

Recomeço | Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora