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Nova York • 2018

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Nova York • 2018

Anna estava de volta ao mais próximo de rotina que um dia tivera: sozinha. Morando no apartamento luxuoso alugado há alguns anos — mesmo que mal passasse seu tempo nele devido as missões constantes. Como em todos os dias desde que chegara duas semanas atrás, levantou às sete e meia para tomar um café reforçado e correr na praça por pelo menos uma hora.

Já ultrapassava a meta imposta a si mesma quando é obrigada a desacelerar os passos até parar por completo. Anna tira os fones de ouvido um de cada vez, com o cenho franzido enquanto busca entender o que é o fluxo contínuo de pessoas a sua frente, correndo desesperadamente para a mesma direção em um efeito manada, os rostos são como vultos, mas o desespero é transmitido em cada feição turva.

— Corra! — alguém diz a ela, um homem, considerando a voz grave. Ele não fica para ajudar, mas sai alertando as pessoas que estão em seu caminho.

Atkinson finalmente ergue a cabeça quando nota a sombra imensa a sua volta, e a boca abre gradativamente a medida que uma nave se aproxima da Terra. Ainda está catatônica, tanto que seus olhos se prendem ao objeto espacial, mas o instinto impregnado em seu corpo faz suas mãos apalparem os pulsos, confirmando que as pulseiras de choque estão no devido lugar e, além disso, que desçam o zíper do casaco roxo, que logo se torna restos pisoteados no chão. A calça de ginástica que usa é leve e resistente, faz par com o top escuro de mesmo material — entre eles há uma faixa larga que abriga seis adagas, um presente de longa data de Nick Fury. Como se não bastasse, o cabelo é trançado até se encontrar em um rabo de cavalo alto, seu penteado favorito para entrar em ação.

Ela abre caminho contra a multidão, acelerando os passos sem chegar a uma corrida. Pode ouvir uma voz conhecida antes de virar na esquina:

— Desculpe, a Terra está fechada hoje — Stark diz, agora ela pode vê-lo enquanto encurta as distâncias, atenta.

Há duas criaturas que definitivamente não são humanas, a cor azulada de ambos denuncia a origem extraterrestre, assim como o formato do corpo. Enquanto um deles é uma forma mais civilizada e elegante, magro e com a cabeça arredondada, o outro é com certeza mais bruto, feito para fazer o trabalho pesado, sua roupa é quase uma armadura e ele carrega uma arma grande e cheia de detalhes grotescos, mesmo o seu rosto é desnivelado, os braços o triplo da cabeça de Anna, assim como a altura.

Toda a área fora esvaziada, a ventania da rua traz um ar fantasmagórico, como se a cor da cidade fosse drenada e deixasse para trás apenas o azul opaco e o cinza sombrio. A aproximação dela cria um alvoroço maior do que gostaria, porque o som dos seus passos contra o extremo silêncio soa como algo ensurdecedor.

Tony abre um sorriso saudoso e seu rosto se ilumina de reconhecimento, apesar disso, ainda se pode ver a pitada de confusão em seu rosto.

Recomeço | Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora