Madripoor • 2024
Zemo estava exagerando.
Aquilo era ridículo.
— Agora eu definitivamente odeio você.
— Se me permite dizer, acho que está linda — Zemo, um dos únicos vestidos decentemente ali, diz para Anna.
A mulher trajava um vestido roxo cintilante colado e curto, por cima um grande casaco felpudo com estampa de zebra, e botas pretas de salto alto. Sentia-se uma inimiga da moda.
— Do que você está reclamado? Já olhou para mim? — Sam reclama, olhando o próprio terno vermelho e amarelo. — Sou o único que parece um cafetão.
— Só um americano pensaria que um negro fashionista pareceria um cafetão. Parece exatamente o homem que deveria interpretar, o sofisticado e charmoso, o mulherengo africano Conrad Mack, o Tigre Sorridente.
— Tem até um péssimo apelido. — Zemo mostra uma foto a Sam de quem ele deveria se passar.
— Pior que se parece com você. — Anna diz ao olhar por cima do ombro de Sam.
— E quem eu deveria ser? — Pergunto.
— Fiona Dinty, uma filhinha de papai rica que roubou o dinheiro da família para investir em negócios ilegais, desde então é uma das mulheres mais influentes no submundo do crime.
— Ao menos escolheu alguém rica. — E respondeu com um dar de ombros.
Eles caminham por uma ponte iluminada, Anna repara nos detalhes enquanto o grupo a cruza, mais a frente há a cidade, banhada em azul e cores neon. Madripoor poderia ser muitas coisas, mas tinha sua beleza, mesmo que distorcida.
— Sentem o cheiro? — Pergunta Zemo.
— Sim, o que é isso, ácido? — Sam é o único que responde.
Anna e Bucky ficam alguns passos atrás, não sentindo vontade de interagir na conversa. Ela tentava arrumar a roupa, achar alguma maneira de deixá-la um pouco mais aceitável, sentia seu corpo queimar com o olhar de Bucky sobre ela sempre que o soldado achava que não estava percebendo.
— É Madripoor. — A voz de Zemo fala longe aos ouvidos de Anna.
— Pare de fazer isso — Bucky resmunga, vendo que Anna estava prestes a estragar o figurino.
— O que? Tentar não ficar horrorosa?
Não se surpreendeu com a revirada de olhos que recebeu, já estava esperando algum gesto do tipo, mas não tinha ideia de como reagir ao que teve como resposta.
— Sabe que não há roupa capaz de deixa-la horrorosa, apenas para de agir feito uma criança.
Anna parou de andar por dois segundos para entender se aquilo era um elogio ou ofensa. Chegou a conclusão de que com James Barnes nada era certo, irritou-se consigo mesma por se deixar afetar tanto e se irritou com ele, por tudo.
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Recomeço | Bucky Barnes
Hayran KurguO mundo estava diferente. Há cinco anos metade da vida na Terra havia desaparecido em um estalar de dedos mas, agora, todos haviam voltado tão repentinamente quanto sumiram. Necessitando de amparos, o mundo conta com o Conselho de Repatriação Globa...