Nova York • 2024
— O que aconteceu? — Bucky pergunta, os passos tão largos para alcançar a moto que quase é uma corrida.
— Um confinamento durante a reunião do CRG. O blackout foi por conta dos Apátridas, é em toda a cidade. — Atkinson monta logo atrás dele, enlaçando a cintura do parceiro sem cerimônia. — Estão em Manhattan. E adivinha como Sam soube antes dos noticiários, James? — A voz adoça apenas para que ela use o tom de “eu estava certa” para cima dele: — Infiltrando-se no aplicativo deles através do meu chip.
— Não é hora disso. — Barnes revira os olhos e liga o motor.
— Sam provavelmente já estará lá quando chegarmos, cada minuto é decisivo. Vocês gostem ou não Zemo está certo, Karli está saindo cada vez mais do controle.
O motor ronca outra vez, Bucky exibe uma sombra de sorriso com a adrenalina que começa a percorrer suas veias.
— Nós chegaremos a tempo — ele diz por sobre o ombro, dando partida —, não se preocupe.
A promessa chega aos ouvidos de Anna carregada pelo vento forte da noite úmida. Bucky atinge a 100km/h em menos de um minuto, ele praticamente desliza pelas ruas. Se diverte sempre que o aperto em torno de si fica mais forte em uma curva ou ultrapassagem — sabe que Anna nunca admitiria em voz alta que ele estava rápido demais para o gosto dela, isso o diverte ainda mais.
— Estão impedindo a votação do reassentamento — a agente eleva o tom sobre o vento, os dedos pressionam um dos fones de ouvido que conectara com o rádio da polícia, com a mesma mão, ajusta a sintonia da onda e melhora a recepção do áudio. O que ela ouve é passado para Bucky: — A área está cercada e estão mantendo as pessoas longe, mas há reféns.
Em mais dez minutos Bucky estaciona a moto. Ele desce enquanto Anna escorrega para a direção. Ambos estão com trajes de luta — Anna tem uma variação do uniforme das Viúvas e o Bucky mantém a roupa das últimas batalhas, como Lobo Branco, a maior parte sendo couro. Atkinson tira de um dos bolsos secretos da calça dois fones de ouvido, entrega um para Barnes e troca o que hackeia a polícia pelo outro.
— Sam estará conectando o dele ao nosso, assim poderemos manter contato — ela avisa.
— Tudo bem. — Ele ajusta o aparelho no ouvido. — Vou entrar no prédio. Você não vem? — O cenho franze quando percebe que Anna não tem pretensão de descer da moto.
— Nunca entro pela porta da frente, Sargento. Você e Sam são figuras públicas, eu não.
— O que tá passando pela sua cabeça maléfica? — O soldado inclina a cabeça como se Anna estivesse passando por uma análise minuciosa.
— Vou atrás de quem está do lado de fora, Karli não é burra de deixar todos em um lugar só.
— Não, não é. — Bucky assente, mas olha em volta um tanto incerto. — Anna...
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Recomeço | Bucky Barnes
FanficO mundo estava diferente. Há cinco anos metade da vida na Terra havia desaparecido em um estalar de dedos mas, agora, todos haviam voltado tão repentinamente quanto sumiram. Necessitando de amparos, o mundo conta com o Conselho de Repatriação Globa...