Utreque • 2015
Anna havia acordado meio zonza. Os olhos levam mais tempo que o normal para se acostumarem com a claridade do ambiente. A primeira coisa a notar é a decoração do quarto diferente e as roupas estranhas. Leva cerca três minutos deitada na cama, apenas encarando o teto branco e sujo, para que os flashs da outra noite aparecessem na sua mente.
Ao pôr os pés no chão é que sente a cabeça latejar, como se levasse marteladas constantes nas têmporas. A tontura veio quando se levantou, vendo o quarto girar a sua frente.
— Urgh, nunca mais vou beber — resmunga.
Bucky estava deitado no sofá, o braço sobre os olhos para evitar a claridade. Ele parece despertar quando ouve a porta ranger e os passos de Anna no assoalho. Senta-se no sofá em um movimento preguiçoso, vendo a garota se aproximar com cautela, envergonhada pela primeira vez.
— Oi. — Ela acena de onde havia parado próximo a porta.
Os cabelos estavam uma bagunça, a calça pendendo para o lado e as mãos cobertas pela manga vermelha. Ainda assim, ele impede o sorriso que quer se formar no seu rosto e responde sem expressão.
— Oi! Como você tá se sentindo?
— Como se tivesse sido atropelada por um tanque de guerra.
— Não acho que sobreviveria.
Anna ri, leva a mão a barriga quando se curva muito para frente, sentindo o mal estar lhe atingir instantâneamente. A reação instintiva que tem é correr para o banheiro ao lado e cair sobre os joelhos, colocando para fora pura bile.
Sentiu seu corpo protestar e os pelos se eriçarem quando dedos metálicos seguraram seu cabelo em punho, impedindo que os fios longos caíssem dentro do vaso ou sujassem de vômito.
— Eu juro a você que não sou assim normalmente — Anna diz quando puxa fôlego, deixando a cabeça pender para trás, os olhos fechados sem conseguir encará-lo.
— Acho que não acredito em você — brinca.
Ela ri de novo, não acreditando na situação toda. Sua cabeça ainda sustentada por Bucky, agachado ao seu lado para lhe ajudar quando precisasse. Atkinson o encara, endurecendo o pescoço para olhar nos olhos dele. Apesar de não precisar mais, ainda sente a mão de Bucky embolada nas ondas do seu cabelo, apoiando sua cabeça. Anna estava horrível, acabara de acordar, a ressaca da noite passada evidente sobre si, vomitara não havia mais de dois minutos, não entendia o porquê Barnes a olhava agora. Não daquela forma. Não como se fosse impossível de levar sua atenção para qualquer outra coisa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Recomeço | Bucky Barnes
FanfictionO mundo estava diferente. Há cinco anos metade da vida na Terra havia desaparecido em um estalar de dedos mas, agora, todos haviam voltado tão repentinamente quanto sumiram. Necessitando de amparos, o mundo conta com o Conselho de Repatriação Globa...