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Nova York • 2024

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Nova York • 2024

Atkinson havia feito a maior dramatização, tanto que não precisou de mais do que uma hora para negociar a retomada do apartamento aos seus termos. Estava mais do que contente quando assinou a papelada lhe apresentada, garantindo os termos ao seu favor. As lágrimas falsas também contribuiram para a entrega do imóvel na mesma semana. Estava a um ponto de saltitar pelas ruas quando deixara o antigo prédio.

Havia muito tempo desde que uma alegria genuína lhe tomara tanto espaço no peito. Pensou que talvez lhe fizesse mal, mas ter algo do seu passado entrelaçado ao futuro acabou rendendo uma base que Anna não sabia que precisava. Mesmo que superfulamente, ter o apartamento de volta representa um pouco da normalidade do que parece ser uma outra vida.

As mãos estão cheias com uma caixa pequena e transparente de donuts quentes e crocantes e um suporte de papelão que sustenta dos copos de capuccino. Comprara o café da manhã a caminho da casa de Bucky para que pudessem comemorar. Ela saira antes mesmo dele acordar, deixando um bilhete avisando onde estaria.

Quando o encontra, sente o sorriso murchar ao vê-lo jogado na cadeira da cozinha. A luz de fora é proibida de entrar pelas cortinas e tábuas que cobrem as janelas, e mesmo o branco artificial da lâmpada está desligado. A porta atrás de Anna fecha com um baque e ela cobre a distância que os separa, as embalagens são postas mesa, e o rosto do soldado se iguala ao dela quando flexiona os joelhos na intenção de se encontrarem na mesma altura.

— O que aconteceu? — A preocupação extrapola as palavras, é nítida apenas pela expressão no rosto tenso.

O olhar quebrado do soldado desvia do papel de parede velho e se concentra no seu tom favorito de castanho, ele mostra a Anna as lágrimas contidas desde a manhã. Não precisa de um segundo a mais para o queixo tremular e ele deixar que a gota salgada escorra pela bochecha.

— Sou um covarde.

— O quê? Não, é claro que não...

— Não consegui falar com ele, o Sr. Nakajima, ele não está em casa.

— E você não tem culpa disso, amor. — As mãos de Atkinson tomam apoio nos ombros dele.

— Mas eu sei onde ele está, poderia ter ido me encontrar com ele de qualquer forma, só estou com medo. Depois de tudo o que causei a ele, de tudo o que tirei...

— Você não é covarde por sentir com medo.

— Sinto tanto pelas coisas que tive que fazer, Anna — ele confessa. — Esse tempo todo, todas essas reparações, não me confortam em nada. Fico satisfeito em me vingar por uma ou duas horas, mas é tudo temporário.

Recomeço | Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora