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Utreque • 2015

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Utreque • 2015

Nas últimas duas semanas os encontros que tinha com Anna estavam mais frequentes, quase todos os dias se quisesse ser preciso. Ela estava apressada para terminar com ele. Bucky sabia disso. Repetia a cada vez que se despediam que era o melhor a acontecer, repetia para que a vozinha fina e agonizante parasse de lhe atormentar e dizer que estaria sozinho, que sempre esteve desde a Hidra, e que Atkinson aguentava até demais a sua presença.

Era o terceiro dia seguido que não se viam, apesar da confusão dos dias monótonos, parte de si agradecia por não ter que conversar sobre missões ou programas.

Seus dias começavam e terminavam iguais. Era tão parado que chegava a ser exaustivo.

Estava na sala, as luzes apagadas aproveitando do escuro da noite, a única iluminação corria pela janela da cozinha, que permitia a entrada das luzes dos postes e da lua cheia. Tinha uma garrafa de cerveja vazia ao lado do sofá e um livro — que havia conseguido em uma pilha de doações exposta em uma praça — aberto sobre sua barriga enquanto seus olhos já estavam fechados e prestes a cair em sono profundo.

No entanto, fazendo-o se sentar assustado e repentinamente, sua porta é esmurrada em ritmo frenético. O mais genuíno pavor toma conta de si quando percebe que aquele poderia ser o fim da linha.

— Você está aí dentro, abra logo! — grita a voz abafada do outro lado.

Anna.

Bucky sente os ombros relaxarem e sequer nota que prendia a respiração até ela sair como uma lufada de ar. Iria matar Atkinson por lhe dar mais um susto daqueles.

Jogando o livro de capa amarela para o canto do sofá, ele se levanta em passos arrastados e abre a porta, se dá conta de que se passavam das duas da manhã e que algo muito errado deveria estar acontecendo para que a agente estivesse em seu apartamento. Barnes se viu tenso outra vez, preparando-se para o que iria ter que enfrentar.

A surpresa, porém, fora logo ao avistar a garota. Apoiada pelas mãos no batente da porta, sua cabeça se ergue para ele e sua boca se desmancha em um sorriso frouxo, evidenciando o batom borrado. Endireita sua postura e bate uma continência desajeitada.

— Oi, sargento.

— Agora vai ficar vindo no meu apartamento? Sabe que horas são?

Como sempre, Anna não espera o contive, abre espaço empurrando Barnes para o lado a fim de entrar. Então o responde com a voz arrastada:

— O que posso dizer? Me acostumei com você. — Dá de ombros.

Ela se joga no sofá, deixando parte do seu corpo esguio para fora, com a uma das pernas e um dos braços pendendo para o chão.

Recomeço | Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora