12
Luna Oliveira— Começou a transar e agora está um pouco mais radiante... Hum, só observo. — Gabi comentou enquanto me observava através do espelho.
Era sábado à tarde, e ela havia acabado de me convencer a ir a um pagode na casa de um amigo dela. Apesar de não estar com vontade de ir a uma festa, eu concordei apenas para comer algo. Por favor, não me julguem.
— Imagina se você desse por vontade própria. O Théo está aí, todo disponível para você. — Ela continuou despejando suas bobagens em meus ouvidos.
Revirei os olhos e me virei para encará-la, enquanto terminava de subir minha calça jeans. Ela estava vestida com uma saia curta e uma regata que deixava sua barriga à mostra. Perdi a conta de quantas vezes Gabriela me encheu o saco por não me vestir da mesma forma que ela.
— Você está dodói da cabeça, só pode. — Falei rindo e me joguei em sua cama, observando Gabi caminhar até sua penteadeira para terminar de se maquiar com calma. — Estou agradecendo a Deus todos os dias porque o Russo não me procura há mais de duas semanas.
— Que bom, amiga. Não sei como consegue se deitar com ele sem vomitar toda vez. — Gabriela resmungou com um biquinho engraçado, enquanto passava uma camada de gloss nos lábios carnudos.
— Eu só... fecho os olhos e penso na minha irmã. — Murmurei baixinho, olhando para a pulseira simples em meu braço. Era da Lara, nossa mãe a presenteou quando ela ainda era uma criança e eu encontrei recentemente entre as suas coisas.
— Não se preocupe, ela está bem. — Gabriela disse para me confortar, mas sabia tanto quanto eu que as chances de aquilo não ser verdade eram grandes.
— Não tenho mais certeza de nada... — Sussurrei e me levantei quando ela caminhou até a porta do seu quarto. — Cadê o Iggy?
— Ele falou que nos encontrará na casa da Marcelinha, já deve estar lá. — Respondeu, e a segui para fora de casa.
As ruas ainda estavam uma bagunça por conta do baile de ontem, com sujeira espalhada por todos os cantos e um monte de bêbados voltando para suas casas ainda grogues. A casa da Marcelinha já estava cheia de pessoas, algumas bebiam e usavam drogas na frente do portão.
— Pensei que teria menos gente... — Sussurrei para Gabi, que subia a escada lateral à minha frente.
— Pouca gente? Na casa da Marcelinha? É ruim, hein! — Gabriela riu e me puxou pelo braço em direção à laje da casa, onde tocava música alta.
Olhei ao redor, me sentindo um pouco deslocada. Por que me sentia tão diferente de todo mundo? Como se eu não me encaixasse em lugar algum.
Estava repleto de bandidos ali, acompanhados por várias mulheres. Comecei a me preocupar com o fato de Gabriela estar se aproximando cada vez mais desse grupo. Aquelas pessoas pareciam se orgulhar de exibir armas e luxos.
— Arrá, ali estão eles! — Gabriela falou animada e caminhou em direção aos seus amigos. Me apressei para segui-la vendo uma mesa cheia com cervejas e carne assada.
Igor, Ritinha e outras pessoas que eu não conhecia estavam lá.
— Finalmente você chegou, sua vagabunda. — Ritinha gritou rindo, abraçando Gabriela.
Desviei o corpo para evitar que seus braços me atingissem e parei ao lado de Igor, que sorriu e começou a me apresentar aos outros.
— Vem, quero dançar com você! — Ritinha puxou Gabriela para o outro lado, onde estava a caixa de som.
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Sombras do Amor [M]
Fanfic+18| Ela, um verdadeiro anjo. Ele, o próprio diabo. Esta é uma história que foge dos padrões de um lindo romance. Esqueça tudo o que você conhece, este livro não segue os clichês convencionais. Russo, como é conhecido por todos na Cidade de Deus, um...