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21
Russo

Só bomba estourando no meu colo, cuzão. A parada deu errado ontem lá na missão da joalheria, agora o chefe estava pesando na minha por conta disso. A culpa era minha se os filhos da puta não fizeram o bagulho direito naquela porra? Minha parte eu fiz, tá ligado. Passei o plano uma pá de vez, já para não ter erro, certo? Tudo isso para os caras chegarem lá e não desenrolarem o corre como o combinado, pô.

Caíram tudinho para os botas. Os que voltaram vieram de bolso vazio e uma bala cravada na mão para aprenderem a não ser braço de t-rex nesse caralho.

— Ih patrão, maior fita pegando lá no Padroeira — Pinguim brotou na boca com outros dois atrás dele. Já fiquei bolado por ter que resolver outra treta.

— Qual é a da vez? Manda aí — falei irritado, batendo a pistola na mesa e olhando de cara fechada para os três.

— Mataram uma garota aí, pô. Vi o corpo de relance, bagulho feio mesmo.

— E onde estava a porra dos campana que não pegaram o desgraçado? — Puxei o ar bruscamente.

Pinguim deu de ombros.

— Gordão que está puto pra caralho lá em cima, papo de que é a irmã dele.

— A irmã do Gordão? De qual foi essa fita? Tem caô nisso aí — logo estranhei. Devia ser algum corno manso fazendo acerto de conta na minha favela.

— Sim, aquele loirão agora vai ser devorado pelos vermes. Fala aí, paizão, que vacilo, pô — um dos outros caras falou atrás do Pinguim, dando risada.

— E o respeito, cadê caralho? — Já meti serinho para botar terror na cabeça do menor. Mas na real estava pouco me fodendo para irmã do Gordão, só queria mesmo era pegar quem estava bancando o justiceiro pelas minhas costas.

Para morrer aqui dentro tinha que passar pelo tribunal do crime, caralho. Como vou explicar essa porra para os irmãos da facção? Tão querendo botar tudo no meu toba, tiração mesmo.

— Foi mal, patrão — o garoto voltou a fechar o sorriso cheio de dente.

— Você vai resolver esse b.o aí, Pinguim. Quero na salinha o vacilão que foi contra a lei da minha favela. Tão achando que aqui é bagunça e qualquer um pode vir e tumultuar, porra! — acendi um baseado. — E pode mandar o Gordão segurar a onda dele, na hora que eu pegar o safado deixo para ele acender a fogueira.

— Demorou aí, chefia, mas você está ligado que ontem teve chacina na pista, né? Quatro dos nossos se foram, tão falando que foi a mando do Mandela.

— Desse cuzão aí cuido eu, pode ficar sussa que o que é dele tá bem guardado. — Falei com a voz carregada de ódio, papo reto mesmo. Quando eu botasse a mão no pau no cu do Mandela, o bagulho ia ser cabuloso. — Quer saber? Deixa que eu mesmo resolvo essa treta com a irmã do Gordão, pô — me levantei e catei a pistola em cima da mesa antes de sair da boca.

— Pique Sherlock Holmes, né pai? Esquece — ouvi o Pinguim tirando uma com a minha cara lá dentro, mas não voltei para encher a dele de porrada.

Com a bandoleira jogada nas costas, fui subindo a biqueira a pé mesmo, cumprimentando os aviõezinhos com um aceno de cabeça.

Do outro lado da rua, a mandada na frente do salão onde ela trampava. A menina estava mais corpulenta; fiquei instigado assim que bati os olhos nela. Ainda não era a mulher mais gostosa que já vi, mas dava para o gasto.

Feiticeira do caralho, mermão. Meu pau ficava duro feito pedra só com o pensamento de voltar a comer aquela bucetinha deliciosa que ela tinha.

Foda que a Carina ficava me enquadrando, mas em breve ia passar a visão. A Luna ia entrar para o time, goste a nega ou não, ia por a outra no meu nome mesmo, papo dez, e as duas iam ter que se aturar.

Sombras do Amor [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora