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Luna Oliveira

— O que você quis dizer com isso? — Perguntei, hesitante.

— Nada, não quis dizer nada, pô. — Desconversou, desviando os olhos dos meus. Eu me levantei da cama e me aproximei dele, segurando-o pelo rosto.

— De onde você me conhecia, Russo? A gente nunca tinha se falado antes. — Murmurei, confusa, tentando puxar na minha mente algum outro momento, mas não veio nada.

Ele bufou e continuou me olhando entediado.

— No baile, porra, Eu te vi no baile, está satisfeita? — Deu a volta em mim e sentou no pé da cama, tragando o cigarro.

— Que baile? Eu nem ia direito para esses lugares! — Rebati, incrédula. Ele devia estar blefando, não era possível.

— Você cega para caralho esbarrou em mim no baile e ficou me encarando com um puta medo, maior barato. — Ele falou cheio da graça e aos poucos fui entendendo de qual dia se tratava.

— Ok, eu pedi desculpas na hora, mas na verdade a culpa foi sua, só tive juízo e não te contrariei. — Dei de ombros. — Você estava bêbado para caramba aquele dia, como se lembra disso?

— Não importa, agora você é minha mulher.

— Ah, é? — Cruzei os braços e ele assentiu, me puxando pela cintura e fazendo com que eu me sentasse no seu colo. Só então percebi que eu ainda estava nua. — Então não quero mais te pegar com piranha nenhuma a partir de hoje. — Provoquei com um sorriso, mas no fundo falava sério. — Direitos iguais, ok?

— Vai nessa, filhona. Direitos iguais é minha pica no seu cu. — Apertou meu quadril com força.

— Não adianta surtar, estou falando sério. Toda vez que eu ver você com outra mulher, eu vou sair beijando o primeiro homem que passar pela minha frente. — Russo ia me interromper, mas não deixei. — Não estou nem aí se você vai matar ele depois, não me importo mesmo.

— Você está olhando para cara do perigo e rindo, né sua desgraça? — Olhei entediada, do mesmo jeito que ele fazia.

— O quê? Está achando que eu sou a idiota da sua mulher? — Me levantei do seu colo. — Quer bancar o meu homem, não quer? Então vai ter que andar na linha!

— Você está ficando doida, pô. Vai dormir que amanhã é outro dia. — Ele revirou os olhos e entrou no banheiro.

Bocejei de cansaço e voltei a deitar na cama, me cobrindo com o lençol. Nem vi quando ele voltou para o quarto, só fechei os olhos e acabei dormindo.

No dia seguinte, acordei cedo e fui com Lara para um museu de artes que ficava no centro de Macaé. Um dos seguranças do Russo nos deixou na frente do museu e voltou para nos buscar perto do horário do almoço.

Almoçamos no restaurante da pousada e, em seguida, colocamos biquínis e fomos para a praia novamente. Russo já estava lá e meu sangue esquentou quando vi de longe ele jogado na areia com uma loira sentada ao seu lado. Safado do caramba!

O segurança que estava conosco foi avisá-lo de que tínhamos chegado, e eu fui até um quiosque para beber alguma coisa enquanto Lara corria em direção ao mar. Na outra vida, ela com certeza foi uma sereia.

— Uma água de coco, por favor. — Pedi ao senhorzinho, que acenou e foi preparar meu pedido. Vi um cara no canto, sozinho, e fui até ele. Minha chance de me vingar daquele idiota. — Oi, você pode me falar as horas?

O homem tirou os olhos do celular e sorriu quando me viu. Eu não me achava bonita nem nada do tipo, mas tentava usar a feminilidade ao meu favor.

— Meio dia e cinquenta. — Ele respondeu, guardando o celular no bolso e passando o braço atrás de mim.

Sombras do Amor [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora