𝟶𝟶𝟹

25.5K 1.5K 545
                                    

3
Luna Oliveira

— Com certeza a One Direction é melhor do que esse tal de BTS. Quem esse povinho pensa que é para falar mal do Harry Styles? Do Zayn? Eles fazem parte da boy band mais perfeita de todo o mundo! — Gabriela reclamou pela milésima vez, deitada na própria cama enquanto digitava freneticamente algo em seu celular.

Provavelmente, a maluca estava arrumando confusão nas redes sociais.

Sorri.

— Cala boca, Gabi. A sua banda não existe mais. — Falei só para tirá-la do sério. Gabriela sempre foi muito fã da One Direction, quando eles anunciaram a separação ela quase morreu de tanto chorar no meu ombro. Só não foi pior do que quando o Zayn Malik saiu.

— Eles só deram uma pausa, ok? Mas vão voltar, e quando isso acontecer eu vou esfregar a minha felicidade na sua cara. — Levantou-se de imediato na cama e me encarou sério. — E eu sinto que está cada vez mais próximo. O Louis até comentou na foto do Zayn.

Dei de ombros e ergui os braços mostrando rendição. Afinal, teve bandas consideradas muito mais improváveis de voltarem, fazendo reencontro recentemente. Quem sou eu para desacreditar da fé da Gabi.

— Caraca, o tempo passou que eu nem vi. Já está de noite. — Encarei pela janela o breu lá fora, percebendo que o sábado passou mais depressa do que no fundo eu gostaria.

Como fomos embora do baile de madrugada, acabei dormindo na casa da Gabriela e passando o dia inteiro aqui.

— Minha cara está péssima, acho que exagerei na bebida. — Gabriela reclamou, olhando o seu reflexo pelo espelho. Os seus cabelos desgrenhados e os olhos pequenos confirmavam aquela constatação.

— Você acha? — Rebati, erguendo a sobrancelha. Se ela soubesse metade das coisas que fez enquanto estava bêbada, com certeza surtaria comigo. Por isso fiquei de boca fechada, fingindo não saber que ela beijou o garoto que sempre teve uma quedinha em segredo.

Gabriela negou com a cabeça, rindo.

— Vamos comer alguma coisa antes de você ir.

Antes de ir embora, jantei na casa dela. Sua mãe não parecia se incomodar com a minha presença ali, pelo contrário, sempre se deu muito bem com a minha família e dizia que eu era bem vinda.

— Separei algumas coisinhas que estavam sobrando para você levar, querida. É pouco, mas de coração. — A mãe da Gabriela falou.

— Ah, não precisa se preocupar, tia Rosa. Eu estou bem. — Balancei a cabeça, vendo-a me estender uma sacola com alguns alimentos não perecíveis.

Tsc. Leve logo isso, Luna. Antes que eu dê umas palmadas na sua bunda. — Brincou e me fez pegar a sacola. Meus olhos ficaram úmidos de emoção.

O que seria de mim sem aquelas pessoas?

— Obrigada de coração, tia. Nunca vou me esquecer do que vocês já fizeram por mim. — Abracei-a apertado. Gabi fungou ao meu lado e deu um beijo na minha bochecha, antes de me acompanhar até o portão.

Prometemos nos ver na segunda-feira e eu segui em direção à minha casa, que não ficava muito longe dali. Não gostava de voltar muito tarde, a iluminação naquela parte do morro era um pouco precária, sem contar nos perigos de perambular sozinha a noite em um lugar onde a violência predominava.

Assim que entrei na viela perto de casa, ouvi um barulho de passos atrás de mim. Me virei para olhar quem era, mas já tive meu cabelo puxado bruscamente em direção ao chão.

— Agora você vai aprender a me respeitar, sua órfã estúpida! — Bruna gritou as palavras com ódio e deu um murro no meu rosto com toda força que tinha. — Vou acabar com a sua raça!

Sombras do Amor [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora