Capítulo 14

38 10 75
                                    

Aysha

Logo que saí do quarto dele, fui até ao estacionamento, eu estava frustada com o que ele disse, ele estava me culpando indiretamente.

Eu estava procurando o carro, no estacionamento não tinha ninguém, tirei o celular do bolso para ligar para o motorista, quando de repente senti alguém me puxar tapando minha boca.

Era um cara vestido de preto com o rosto tapado por uma máscara. Ele me puxou para um lugar onde tinha pouca iluminação, estávamos entre dois carros, tentei me soltar e ele me deu um tapa e me jogou no chão, logo em seguida subindo em cima de mim.

— SOCORRO!!!! SOCORRO!!! - Ele me deu um tapa de novo.

— Fica quieta! - Ele sussurrou fechando minha boca.

"MEU DEUS ME AJUDA POR FAVOR, ME AJUDA!"

Ele começou a beijar meu pescoço e eu tentava o afastar mas ele era mais forte do que eu, ele agarrou minhas mãos e as prendeu contra o chão apertando as mesmas.

— SOCORRO!!! SOCORRO!!! PARA POR FAVOR, PARA!!!! - Eu não para de chorar e de gritar pedindo ajuda.

Ele estava prestes a abrir a minha calça quando de repente alguém apareceu e puxou ele pelo capucho da camisola.

— Seu imbecil, desgraçado! - Ele deu um soco nele e subiu em cima dele continuando a bater nele.

Eu me levantei, peguei no meu celular, minhas mãos estavam tremendo, meu corpo estava tremendo todo, eu estava muito nervosa e não parava de chorar mas consegui ligar para a polícia. Quando ele me ouviu chamar a polícia, ele empurrou no garoto e saiu correndo.

— O-Obrigada! Muito obrigada! - Abracei-o com muita força, ele passou a mão no meu cabelo me acalmando.

— Está tudo bem, já passou. - Ele sussurrou no meu ouvido, me afastou, tirou um paninho do bolso e secou minhas lágrimas.

Quando eu vi ele direito, eu percebi que era ele, era aquele garoto que eu vi no parque se beijando com o Yeonjun.

— V-Você? Você é aquele garoto do parque. - Ele baixou a cabeça e seu rosto se avermelhou de vergonha. — O que você está fazendo aqui? Você veio ver ele nem? - Baixei a cabeça olhando para o lado.

— Sim. Eu soube o que aconteceu com ele, então vim ver como ele está. Espero que não se incomode.

— Eu não tenho porquê me incomodar... - Suspirei pesado. - A quanto tempo vocês estão juntos?

— O-O quê?? - Ele olhou para mim pasmado. — N-Não, nós não estamos juntos. - Olhei para ele confusa. — Nós nunca estivemos juntos.

"Como assim eles nunca estiveram juntos????"

Mas vocês estavam se beijando, como assim vo....

— Eu é que beijei ele mas ele depois se afastou e me deu um abraço. Quando ele estava para se explicar, foi quando você chegou. - Arregalei os olhos e bati na minha testa, ele olhou para mim confuso. — Espera... Você não sabia? - Respondi com a cabeça segurando minhas lágrimas, ele respirou fundo antes de continuar. — Nós fomos no parque porque eu queria conversar com ele, eu confessei para ele que... que e-eu estou... a-apaixonado p-por ele. - Ele ficou cabisbaixo evitando o contacto visual. — Depois que eu confessei ele tentou falar mas... eu... o b-beijei... — Lágrimas escorreram em seu rosto.

— A culpa é minha! - Ele olhou para mim confuso, enquanto eu andava de um lado para o outro. — A culpa é toda minha! Ele estava certo, se... se eu tive escutado ele.... - fui interrompida por um soluço. — Nada disso teria acontecido. - funguei em meio de um soluço.

— Não! A culpa não é sua! - Ele segurou meu braço me fazendo parar de andar às voltas. — A-A culpa é minha. - Ele baixou a cabeça. — Se eu não tivesse beijado ele, nada disso teria acontecido. Se há um culpado aqui, sou eu! Eu estraguei o namoro de vocês... Me desculpa! - Ele falou a meio de um soluço.

Me aproximei dele e segurei seu rosto com as duas mãos o fazendo me encarrar.

— Você sabia que ele estava namorado? - Ele respondeu com a cabeça negando. — Então, você não tem culpa. Você não só sabia. - Tentei limpar suas lágrimas com o polegar mas elas não paravam de cair.

— Mesmo assim eu não devia ter feito aquilo. - Ele desviou o olhar passando a fitar o chão. — Mesmo sem saber, isso não me dava o direito de o beijar. A culpa é minha! Só minha! Se eu não tivesse o beijado, você não teria visto, vocês não teriam terminado, ele não teria ido para o bar e nada disso teria acontecido.

"Sim, por acaso a culpa é toda dele... mas eu não vou dizer isso, afinal de contas ele acaba de me salvar de um estuprador."

Você só seguiu seu coração e ninguém deve ser julgado por isso! - O abracei forte e ele retribuiu. — Bom... Muito obrigada por ter me ajudado e por ter esclarecido as coisas. - Sorri sincero.

— De nada, você não precisa agradecer! Muito obrigado por ter me escutado e por ter me perdoado. - Assenti com o cabeça.

— Vamos! Eu ti levo até ao quarto dele.

Saímos do estacionamento e fomos até ao quarto. Quando entramos ele ainda estava acordado, ele olhou para nós confuso.

— Soobin? - Ele falou com a voz fraca.

— Oi! Eu soube o que aconteceu com você. - Ele se aproximou da cama. — Então vim ver como você está, amigos são assim não é? - Eles sorriram um para o outro.

— Eu achei que você já tivesse ido embora. Espera... porquê você está com essas marcas no rosto ? - Ele olhou para mim confuso, baixei a cabeça e senti lágrimas ameaçando cair.

— Eu a encontrei no estacionamento, ela estava quase sendo estuprada.

— O quê?? Como...Como isso aconteceu?? - Ele franziu a testa e olhou para mim esperando uma resposta.

"Pronto! Agora ele esqueceu como as pessoas são estupradas!

— Eu estava no estacionamento, acabava de chegar, ouvi gritos de uma garota pedindo ajuda, segui a voz e quando a encontrei, vi um cara em cima dela tentando a estuprar. - Naquele momento senti minhas lágrimas escorrerem pelo meu rosto, quanto mais ele escutava o que Soobin dizia, mais vermelho de raiva ele ficava. — Eu o tirei de cima dela e bati nele, ela chamou a polícia e quando ele percebeu, me empurrou e fugiu.

— Você está bem? - Respondi com a cabeça afirmando mesmo sabendo que estava a mentir. — Ele bateu em você!? Covarde! - Ele gemeu de dor segurando a ferida.

— Eu estou bem, não se preocupe. O Soobin me contou o que aconteceu naquele dia no parque. - Naquele momento senti minhas bochechas avermelharem de tanta vergonha.

— Finalmente você não se recusou a ouvir! - Ele suspirou pesado. — Agora você já sabe o que realmente aconteceu!

— Bom... Eu já vou, eu vou deixar vocês conversarem.

— Muito obrigado por ter salvado ela daquele desgraçado, por ter contado para ela o que aconteceu e por ter vindo me ver. - Ele sorriu de lado e segurou a mão dele.

— Não precisa agradecer, amigos são para isso. - ele retribuiu o sorriso e o abraçou.

— Obrigada por tudo Soobin! Muito obrigada! - O abracei forte e ele retribuiu.

Depois da despedida, ele saiu. Eu me aproximei da cama e sentei na cadeira que estava perto da mesma e ele logo segurou minha mão.

Por culpa da minha teimosia tudo isso aconteceu, se eu tivesse o escutado nada disso teria acontecido, ele não estaria no hospital lutando pela vida. Mas eu vou consertar as coisas, eu vou resolver tudo, por mim, por ele e por nós.

Was my fault Onde histórias criam vida. Descubra agora