Domingo.
6h:34 da manhã e não consegui sequer fechar os olhos. Estou olhando para o teto com um braço dobrado debaixo da minha cabeça e o outro... bem, o outro está dormente e quase sem circulação sanguínea, mas é por uma boa causa. Continuando, talvez não dormi por medo de que isso seja uma ilusão da minha cabeça. Ou melhor, com certeza é apenas uma ilusão, imaginação, miragem e todas as classificações utópicas existentes em todos os idiomas mundiais. Céus! Eu NÃO ACREDITO, que Juliette Freire está dormindo ao meu lado com um braço envolto na minha cintura e a cabeça encostada, sim apenas encostada e não deitada, em meu ombro. CARAMBA, A RESPIRAÇÃO DELA ESTÁ TOCANDO EM MIM! MACACOS ME MORDAM AGORA MESMO SE ISSO FOR UMA FANTASIA! E nem preciso dizer que enquanto a respiração dela prossegue calmamente a minha está escassa, não é? A propósito, como é que se inspira e expira mesmo? Porque eu esqueci, desaprendi.
Domingo. Sétimo dia desde que comecei a falar com a garota pela qual tenho uma grande admiração, encanto e um grande... gostar há quase três anos. A mesma garota que, pensava eu, nunca havia me notado mesmo eu tentando fazer isso - do jeito Sarah mórbida de ser - durante todos os dias letivos. E agora ela não só fala comigo como também sorri para mim, toca em mim, me odeia sem motivo e beija a minha bochecha na hora da saída. Urgh! Essa garota é o pior e o melhor vírus que já me infectou. Tudo o que ela causa em mim é como ser molhada pela chuva, no momento é prazeroso e alegre, porém no outro dia você acorda com uma gripe infeliz, quiçá até uma pneumonia. Ah, mas convenhamos que se toda pneumonia fosse uma Juliette, ficar doente seria a coisa que eu mais faria na vida, isso se eu ainda tivesse uma vida.
Fechei os olhos e logo eles estavam abertos. Malditos sejam esses olhos que não descansam! Processei os fatos um por um tentando chegar à alguma conclusão.
Estava olhando para esse mesmo teto durante toda a madrugada tentando absorver e digerir todos os acontecimentos da noite anterior. E lembrar da noite anterior só estava me agoniando. Ter essa garota dormindo abraçada a mim também estava me agoniando. Droga, Juliette!
Tudo começou na noite anterior, após o bolo ter sido feito:
— Juro que só mais uma rodada e vamos dormir! — Choramingou Thaís. — Vamos, garotas! — Todas nos entreolhamos já cansadas de jogar WAR e a morena perder em todas as partidas.
— Thaís, ninguém tem culpa se você não sabe jogar. — Falei pegando um punhado de pipoca.
Estávamos sentadas em um quase círculo no chão da sala dos Diaz.
— Olha, Conchinha, vou ter que concordar com a Sah. — Conchinha?? Eu é quem dei esse apelido a ela, Diaz e você não pode usar!
— Verdade, Thaís. A gente pode jogar amanhã. — Falou Moraes já guardando o jogo e bocejando.
— Mas eu tenho certeza que eu ia ganhar agora... — Tentou pela última vez se deitando no colo de Juliette que já estava dormindo sentada com a cabeça encostada no sofá.
Acho que essa é uma das cenas mais lindas que já presenciei. O ser vivo mais encantador é também o mais fofo e lindo dormindo. Dá até vontade de abraçar. Sério! Ela assim dormindo destrambelhadamente me deixou comovida. Mas esquece a parte do abraço porque foi quase que desnecessária ser citada
Acabei sorrindo e continuei comendo a pipoca. Essas quatro querem desperdiçar comida e esquecem que tem gente passando fome lá fora. Ok... é só pipoca, mas ainda assim é comida! E eu também estava com fome.
— Claro. Nós quatro já estamos cansadas e saturadas desse jogo. Só assim para você ganhar. — Alfinetei sorrindo e as outras duas riram. Thaís bufou e pôs-se em pé.
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Parece Mais Fácil Nos Filmes | Sariette.
Fanfiction"É óbvio se eu pudesse escolher quem eu gosto, não seria você." todos os direitos e créditos: © sheusedtobeemo