Sarah Andrade Point Of View.
Sábado.
Sábado. 314 dias. Eu já tinha escutado nos noticiários que o clima de Nova Iorque era um tanto, muito, diferente do de Miami, mas nunca pensei que fosse tão diferente assim. Se eu já estava achando o outono frio, o inverno veio congelante. Em toda a minha curta vida nunca senti algo tão agoniante assim, digo, algo além de Juliette ter aparecido pra mim. Mas voltando ao que interessa, o frio daqui é quase que insuportável. Alguns dias atrás, quando o clima começou a mudar, quando as minhas roupas já não me aqueciam e minhas roupas de dormir não eram o bastante. Tive que ir, juntamente com as outras quatro, ao shopping para comprar roupas novas e que me manteriam viva antes que meu sangue virasse gelo e então meus órgãos congelassem e quem sabe eu virasse uma estátua parecida com aquelas que a Feiticeira Branca criava por diversão. Arrisco até dizer que ela passou aqui. Eu sei que eram de pedra, mas eu seria de gelo porque uma estátua de gelo combina mais com o frio... E só.
— Será que alguém poderia ligar essa porcaria?! — Carla reclamou encolhida no sofá.
— Eu estou girando, mas não quer ir, Carla! — Juliette disse inconformada.
Fazia cerca de 10 minutos que elas estavam tentando fazer o aquecedor do apartamento funcionar e enquanto Carla reclamava, Juliette pensava ser uma expert em tecnologia.
— Tem que ter um jeito. — Moraes analisou o aparelho com atenção.
Esperei mais algum tempo só pra ver se elas iriam conseguir, mas não aguentei muito tempo. Logo me irritei e levantei-me da poltrona.
— Deixa eu ver isso. — Afastei-as para poder ver o botão do aquecedor. — Hum...
Eu não fazia ideia de como ligar ou regular aquilo e a tinta dos nomes, que deviam indicar o que cada botão fazia, estava apagada. Mas eu iria descobrir apenas pelo prazer de ver as quatro calando as bocas. Eu viraria uma técnica em aquecedores e ninguém mais reclamaria, eu teria minha paz e voltaria a ver filmes ruins na televisão.
— Culpa sua, Zangada! — Diaz bradou. — Quis ser autossuficiente e não deixou o corretor mostrar o lugar pra gente.
Isso é verdade, mas jamais admitirei isso. Como eu ia lembrar que uma casa aqui em Nova Iorque seria diferente de uma casa em Miami?? Pra mim casas são casas independente do estado ou cidade em que foram construídas. Ao menos eram pra ser, né? Quando os homens moravam nas cavernas, as cavernas eram cavernas. Casas deveriam ser assim.
— Eu vou resolver, Diaz. — Tentei ser calma.
— Será que é esse botão? — Juliette quis apertar, mas eu impedi.
— Calma... — Segurei a mão dela. — Eu vou procurar alguém que resolva isso.
Soltei a mão de Juliette e ajeitei meu casaco.
— Volte logo antes que eu tenha que espancar você pra conseguir fazer meu sangue aquecer!
Revirei os olhos para o comentário de Carla, abri a porta e rapidamente fechei-a indo em direção ao elevador. Assim que cheguei no saguão do prédio andei rápido em direção ao balcão esperando encontrar o senhor que costumava estar ali naquele horário, mas ao invés disso encontrei um rapaz jamais visto por mim antes.
— Bom dia. — Cumprimentei por educação.
— Bom dia! — Respondeu animado.
— Onde está o senhor que cuida daqui? — Perguntei um pouco incerta.
— O Robert? — Se eu disse "senhor" é porque não sei como ele se chama!
— Sinceramente não sei o nome dele. — Respondi.
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Parece Mais Fácil Nos Filmes | Sariette.
Fanfiction"É óbvio se eu pudesse escolher quem eu gosto, não seria você." todos os direitos e créditos: © sheusedtobeemo