Lucky Ones.

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Sarah Andrade Point Of View.

Sábado.

Sábado. 406 dias desde que Juliette falou comigo pela primeira vez. 406 é um número considerável em vários aspectos. Para você, 400 dias devem ser uma eternidade, mas isso é porque você não passou esse tanto de dias ao lado de Juliette Freire. O tempo, passado com Juliette, corre, dispara, passa como a chama de um fósforo, como um estalar de dedos, como um suspiro...

Parece que os dias que conto desde que começamos a nos falar, não são tantos assim. Eu sei que pode parecer exagero, mas acredite em mim quando eu digo que passar os dias ao lado da minha namorada é a melhor maneira de passar-se os dias. Ela torna tudo tão mais legal que mal vejo que um dia acabou e o outro começou.

Mas voltando ao que interessa, em 400 dias muita coisa pode acontecer. Pode haver 4 guerras, talvez uma guerra. E antes que você pense "Mas, Sarah. Em 400 dias você não evoluiu praticamente nada em seu relacionamento com a Juliette!", eu lhe direi fatos que comprovarão que 400 não são tantos dias assim.

Uma mamãe anta espera 390 dias por uma antinha. Uma mamãe camelo aguarda 406 dias pela chegada do camelinho. Uma mamãe zebra tem que ficar esperando 365 dias pela chegada de uma zebrinha. E eis aqui a prova de que o tempo que tenho com Juliette até agora não é nada: Uma mamãe elefante indiano espera 624 dias por um elefantinho! Isso mesmo! Mais de 600 dias! E mesmo parecendo uma eternidade, ela aguarda todos os dias, pacientemente.

O que são os dias que tive desde que Juliette falou comigo pela primeira vez? Nada comparados à espera de uma senhora elefante indiano.

E focando novamente no assunto relacionamento, eu poderia dizer que não preciso de nada disso, que estou vivendo e que a minha vida seria uma vida normal se eu decidisse ser novamente solteira. Mas não posso mentir, tudo se tornou vida depois que Juliette aceitou meu pedido.

— Anda, amiga! A gente vai se atrasar!

Thaís gritou do lado de fora do apartamento, no corredor.

— Calma, estou aqui. — Avisei fechando a porta. — Vamos.

— A Viih já está esperando no táxi. — A morena disse chamando o elevador.

Descemos, passamos por Arthur, cumprimentamos ele e adiantamos nossos passos até o carro. Thaís abriu a porta e entrou, ficando ao meio, Vitória na outra janela e eu na ponta que restou.

— Por que demorou? — Vitória perguntou.

— Juliette me obrigou a dizer tchau pro Sparky. Você sabe como ela é. — Fechei o cinto de segurança e me ajeitei.

— Quando casarem e forem morar sozinhas quero ver quem vai fazer as duas saírem de casa. — A Braz disse, fazendo-me engasgar ao mesmo tempo em que o carro começava a se movimentar.

— Thaís, mal engatei um namoro, não me fale a outra palavra! — Pedi meio desesperada.

Casar? Quero distância disso! quer saber o que penso sobre casamentos? Penso que são inúteis! Quase nunca dão certo e aí acontece o divórcio. Mas também há aqueles que fingem que deram certo, as duas pessoas continuam sob o mesmo teto mostrando ao mundo que continuam juntas, porém quando estão longe de todos mal se olham e se falam.

Eu não quero casar.

— Certo. Vou parar por enquanto. — Ela riu e eu agradeci.

Estávamos indo até o centro de realização da prova prática para tirarmos nossa habilitação. Na semana passada já havíamos feito a inscrição e a prova teórica, agora só teríamos nosso teste final. Carla e Juliette disseram que não têm pressa para isso porque nem carro para dirigir nós temos. Eu obviamente tentei convencê-las, mas não adiantou. Elas estavam decididas. Mas isso não impediu que Thaís, Vitória e eu fizéssemos nossas inscrições, teste e agora a prática. Até porque é bom para a vida ser uma pessoa precavida.

Parece Mais Fácil Nos Filmes | Sariette.Onde histórias criam vida. Descubra agora