If You Wait.

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Juliette Freire Point Of View.

Domingo.

Estava naquele estágio do sono em que o sonho se mistura com a realidade. Escutei vozes e risadas que pareciam estar próximas de mim, mas talvez fosse apenas um sonho não tão sonhado. Pensei em abrir os olhos para checar o que era realidade ou não, mas desisti quando parei para prestar atenção na conversa.

— Eu assisti esse uma vez com a Ju, mas ela disse que não gostou e aí a gente nunca mais viu. — Reconheci a voz de Clara.

— E por que ela não gostou? — Outra voz sussurrou. Essa era a Sarah? Atentei-me mais.

— Ela disse que o Victor tinha que ficar com a Emily e não com a... esqueci o nome dela. — Clara falou e ao fim pude ouvir uma risada.

Ah, mas era a Sarah sim. Quem mais ri como um bebê que está vendo um adulto idiota fazer caretas? Só a Sarará.

— O nome é Victoria e Juliette não entende de filmes, Clara, mas pode deixar que eu vou te ensinar a escolher os bons. — Sua voz saiu sussurrada como se confidenciasse aquilo.

— Verdade. A Juliette sempre me obriga a ver aqueles beijos nojentos. Argh! — Dessa vez Sarah gargalhou. — É verdade, Sarará. Aquilo é nojento, sempre fecho os olhos!

— Você tem razão, beijos são nojentos. — Nojentos, Sarah? Conta outra, vai, sua sonsa!

— Eu sei! Uma vez um menino falou que queria me beijar quando a gente tava na caixa de areia, na escola, mas não deixei! Corri e falei para a professora. Aí ela conversou com ele.

Lembrei de quando aquilo aconteceu, minha irmã chegou contando o caso como se fosse o fim do mundo. Meus pais e eu apenas rimos de seu espanto inocente.

— Fez certo. Não deixe os garotos ficarem de gracinhas com você. Eu também faria o que você fez. — Ah tá, Andrade, mas você pode ficar de gracinhas com a Viviane e vice-versa? Falsa moralista!

Depois de escutar aquele absurdo, resolvi me manifestar. Abri os olhos espreguiçando-me, soltando um grunhido proposital e sem enrolação sentei-me na cama bocejando. No momento as duas já haviam parado de conversar, as encarei e notei que eu estava sendo encarada também.

— Por que estão acordadas tão cedo?

— Juliette! — Mal pisquei e Clara já estava em cima de mim com seus braços em meu pescoço me abraçando. Logo ela me soltou, sentando-se em meu colo e ficando de frente para mim. — Que bom que acordou. Eu quis te acordar antes, mas aí a Sarará já tava acordada e aí ela não deixou eu te acordar. — Reclamou fazendo bico. Sorri para ela e desviei meus olhos pousando-os nos de Sarah, esta também sorria coçando a nuca.

— Bom dia, Sarará.

— Bom dia...

— Clara te acordou? — Perguntei já me preparando para dar uma bronca em minha irmã. Entenda, eu a amo, porém ela está em um grude com a Sarah desde ontem. E isso não é ciúmes, ora bolas, eu só queria ter um dia normal com uma amiga sem ter a Clara em nosso encalço sempre. Não é querer demais.

— Não, Ju! — Clara berrou e Sarah sorriu pelo desespero da pequena.

— Não. Eu já estava acordada mesmo, relaxa. — Falou balançando a mão em sinal para que eu não me incomodasse, retirou o lençol que a cobria e levantou-se. — Licença, vou ao banheiro.

— Ok. — Ri achando graça da maneira formal que ela passou a agir a partir do momento em que tocou a campainha no dia anterior.

Sarah virou-se indo até o banheiro, do quarto mesmo, enquanto eu acompanhava seus passos, mais precisamente o seu corpo. Me perdoe, mas não tem condições de meus olhos não repararem nela. Os cabelos presos em um rabo de cavalo frouxo, o corpo vestido por uma camiseta cinza meio folgada e um short preto estilo o Nike Rally N Crest. Mordi o lábio inferior e suspirei assim que ela atravessou a soleira e fechou a porta. Mas não pense que suspirei por pensamentos luxuriosos! Ok, talvez, no fundo seja isso também, mas o que verdadeiramente me faz suspirar sempre que a vejo é a sua beleza combinada com seu jeito simples que a torna linda. Sem dúvidas Sarará é a pessoa mais linda já vista por meus olhos e por meu coração também.

Parece Mais Fácil Nos Filmes | Sariette.Onde histórias criam vida. Descubra agora