Not Going Back To My Old Ways.

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Sarah Andrade Point Of View.

Segunda-feira.

Às vezes penso que nós humanos nunca deixamos de ser nômades. Vivemos mudando de casa, de cidade, de país... Mudamos os pensamentos, as atitudes e até mesmo os sentimentos. Acho isso completamente incrível. Eu, há quase 1 ano atrás me tornei nômade de casa e cidade. Agora sou nômade de atitudes.

Há exatos 614 dias Juliette falou comigo pela primeira vez e, confesso a você, nunca pensei que depois de tantos anos eu passaria pela vergonhosa situação de conhecer os pais de Juliette como meus sogros. Eu sequer achava que namoraria Juliette!!

E é assim que a vida funciona, sempre surpreende você com coisas que você, timidamente, sonhava e nunca pensava em ir atrás. Outras vezes ela te surpreende mesmo, da forma boa e da ruim também.

Segunda-feira. Seiscentésimo décimo quarto dia desde que a minha namorada falou comigo pela primeira vez. Hoje as cinco garotas, que tornaram minha nova vida aturável, e eu estamos voltando para nossa vida universitária. Voltamos para Nova Iorque há 3 dias e nesses 3 dias Kerline basicamente se alojou em nosso apartamento. Quando chegamos de viagem ela sequer deu-se o trabalho de ir para o dormitório, apenas pegamos dois táxis diretamente para o prédio e ninguém se opôs sobre ela ir.

Não que isso fosse necessário, nem é. Só acho curioso como as pessoas entram em nossas vidas e se sentem em casa... às vezes isso é literal.

Hoje mesmo eu já estava voltando para a faculdade. Teríamos algumas aulas antes do Natal.

Senti meu celular vibrar e só então lembrei que precisava descer para encontrar as outras garotas.

Zangada! — Carla gritou assim que atendi.

— Oi?

Pega o meu casaco lá na área de serviço!

— Por que você mesma não pega?

Já estou na portaria e esqueci. Estou esperando.

Revirei os olhos e atendi o pedido/ordem de Carla, em seguida fechei e tranquei a porta do apartamento, para então me arrastar pela escada.

Calma.

Eu sei que você está querendo saber sobre o dia depois do meu encontro com os pais de Juliette. Relatarei tudo o que for necessário logo abaixo.

No dia seguinte cheguei à porta da família Freire por volta das 14h. Durante o meu caminho a pé, devo ter passado as mãos pelo tecido da minha calça mais ou menos umas 30 vezes, já que as glândulas sudoríparas das minhas mãos pareciam ter adquirido um hiperfuncionamento de um segundo para o outro. Só me acalmei um pouco quando minha namorada abriu a porta para mim.

— Por que você está toda de preto? Está calor, namorada. — Juliette disse, mas eu apenas ergui minha mão direita para ela.

— Meu próprio funeral irá acontecer hoje. Tenho que estar preparada.

A garota riu e deu um peteleco em meu braço.

— Quanto exagero...

Exagero porque não é você que está sendo obrigada por sua sogra a ir ao médico!

Estava pronta para responder quando notei Fátima aproximando-se de nós.

— Sarah! — Exclamou logo atrás de Juliette.

Forcei um sorriso para ela, mas ela não pareceu ter notado.

— Olá, senhora Freire. — Sorri largo para ela.

Parece Mais Fácil Nos Filmes | Sariette.Onde histórias criam vida. Descubra agora