As A Butterfly.

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Domingo.

Nunca entendi muito bem sobre o tempo, muito menos sobre quem definiu que o tempo deveria ser contado da forma que conhecemos e também não sei como ele consegue passar tão rápido assim... Sério! Veja só em que situação estou, nunca imaginei que um dia estaria na sala da casa da Vitória, com todas as outras quatro, os pais delas e os meus pais reunidos.

Pra ser sincera eu nunca pensei que estaria escutando nossos pais decidirem sobre nossas idas a Nova Iorque. Sim. Você leu certo. "Nossas" idas. Depois de tanto eu renegar, fazer pouco caso e fingir não ouvir, acabei indo de encontro com tudo isso. Vou morar com as outras quatro. Sinto como se eu tivesse pegado a estrada errada que levava ao mesmo destino que a estrada certa... O que mudou foi só o meu, otário, percurso.

No fim das contas, só me irritei além da conta.

— Você vai morar com a Juliette, Sarará? — Clara, que estava do meu lado esquerdo perguntou baixinho enquanto o pai da Vitória falava algo sobre um conhecido em Nova Iorque.

— Acho que sim. — Respondi.

— E com a Carla também? — Lara, que estava à minha direita questionou, mas não teve o cuidado de falar baixo.

As crianças pequenas tiveram que vir com os pais porque não tinha com quem ficar e, assim, decidem ficar comigo...

— Provavelmente sim...

— Lara, vamos morar juntas também? — Clara perguntou animada.

— Claro que vamos! — A outra respondeu.

Ri daquela cena. Era como estar vendo Juliette e Carla em uma nova versão... Uma nova versão que também não me deixava em paz! Bastou eu chegar para as duas correrem e sentarem-se ao meu lado como se eu fosse a melhor companhia que havia por ali. Mas eu não era...

— Então vamos procurar uma casa e dividir o aluguel. — O pai de Carla repete o que a mãe de Vitória havia sugerido. — Certo.

— Não creio que vá ter alguma com cinco quartos... — A mãe de Thaís comentou.

— A gente divide, tia! — Juliette diz animada.

Vocês dividem.

— Claro! — Thaís confirma. — Isso não é problema para nós.

— Nem pra Zangada, né Zangada? — Carla tenta me provocar.

— Não vejo problema. — Minto e Juliette sorri diretamente para mim, mas estávamos na frente de nossos pais e pais sempre descobrem as coisas. Por isso, virei o rosto.

— Prometo cuidar de todas nós. — Moraes diz como se fosse a mais responsável.

— Obrigada, Viih. — Minha mãe sorri como se aquilo a aliviasse.

— Tenho um conhecido por lá. Posso contatá-lo para ver se ele conhece algum corretor. — O pai de Juliette diz.

— Seria ótimo. — Meu pai concorda.

Eles ficaram mais algum tempo falando sobre como seriam as coisas por lá. Supuseram sobre o valor do aluguel e como funcionaria a divisão, também mataram bem uns 30 minutos nos advertindo sobre morarmos sozinhas, mas sermos responsáveis e não falar com vizinhos estranhos, muito menos levar alguém pra dentro de casa e nem andarmos sozinhas durante a noite.

— A cidade é realmente grande. Eu me preocupo, mas é necessário vocês irem... — Dona Fátima diz e eu comemoro internamente por alguém finalmente dizer o que eu penso.

— Mãe, eu sou responsável. Nós somos. — Juliette tenta argumentar, mas claramente o argumento é falho, adolescente e bobo!

— Mas não digo vocês, digo o mundo... — Fátima explica.

Parece Mais Fácil Nos Filmes | Sariette.Onde histórias criam vida. Descubra agora