Sexta-feira.
Sexta-feira. 369 dias desde que Juliette falou comigo pela primeira vez. Era pra ser mais uma sexta-feira como todas as outras sextas-feiras as quais tive desde que cheguei aqui em Nova Iorque. Mas agora eu tenho uma namorada e tendo uma namorada a minha sexta-feira não tem como ser só mais uma sexta-feira. E não. Não espere muitas palavras de mim sobre eu agora estar namorando. Prefiro tentar tratar sobre esse assunto com certa naturalidade porque, talvez, ele se torne realmente algo natural em minha vida se eu fingir que namorar não é uma loucura que simplesmente me abduziu da minha zona de conforto e me jogou em uma zona desconhecida e ainda não posso dizer se é inimiga ou amiga. Então, peço-lhe que faça como eu estou fazendo durante essa semana: bloqueie em sua lembranças a parte em que eu ainda não faço ideia de como funciona um namoro e ative a falsa parte de uma Sarah que é uma mestra quando se trata de namoro.
— Vamos sair hoje?! — Juliette perguntou quando nós cinco passávamos pelas roletas da estação do metrô.
— Não quero. — Carla respondeu parecendo estar sem dormir há dias.
— Nem eu. — Thaís disse se rastejando até a plataforma.
— Preciso estudar. — Moraes avisou erguendo uma mão, mas também parecia estar cansada.
Abri a boca para dizer que não estava com vontade, mas Juliette ergueu uma mão me impedindo.
— Você não pode dizer não. — Minha namorada virou-se para mim antes mesmo que eu pudesse responder.
— Mas... — Tentei argumentar sobre eu não querer sair.
— Quer que eu saia sozinha? Tudo bem. Eu saio. — Ela dramatizou.
Suspirei cansada e apressei os passos quando notei que o trem de Juliette estava chegando e certamente ela nem havia se dado conta disso.
— Saia. — Mentira. Jamais concorde com a ideia de sair sem mim!
— Não, Sarah! Vamos! Hoje é sexta! A gente tem que sair... — Ela choramingou e eu grunhi irritada.
Quem inventou que sexta-feira é dia de sair, hein?! Dias são dias! Pode-se sair qualquer dia! Essa falsa liberdade de finais de semana e sextas-feiras é ridícula! Se você pensar bem a comemoração dura apenas dois dias até você lembrar-se que no outro dia você vai precisar enforcar cinco dias pra conseguir mais dois de liberdade e assim vai ser até aparecer um feriado. E é esse o ponto importante: os feriados apenas provam que um dia pode ser qualquer dia e eles só são esses dias pré-definidos porque alguém determinou assim. Mas pense comigo, se uma lei universal decidisse que a semana deveria ter 9 dias, então tudo seria refeito e os dias... são dias.
— Não pode ser amanhã? — Questionei já imaginando ter que sair à noite.
— Quero hoje. — Disse de um jeito petulante que me fez respirar fundo, mas eu me controlei.
— Podemos decidir depois? — Pedi como última opção.
— Podemos decidir até o vagão chegar. — DEPOIS QUER DIZER DEPOIS DAS AULAS, IDIOTA!
Parei um pouco e pensei em alguma coisa para dizer sem que nos fizesse brigar, mas que também não me irritasse.
— Juliette, quando você me ligar mais tarde eu garanto que a gente pode decidir isso.
Ela me encarou, provavelmente tentando achar a confirmação de que eu não estava mentindo.
— Ok... No seu almoço eu quero uma resposta positiva. Agora tchau. — Disse beijando minha bochecha e indo para o vagão enquanto Vitória vinha na direção contrária acenando para mim.
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Parece Mais Fácil Nos Filmes | Sariette.
Fanfiction"É óbvio se eu pudesse escolher quem eu gosto, não seria você." todos os direitos e créditos: © sheusedtobeemo